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Project Cars Project Cars #406

Chevrolet Camaro Z/28 350: a história do Project Cars #406

Saudações, FlatOuters! Me chamo Felipe Brito e estou aqui para contar um pouco da minha história para vocês. Mas antes tenho que agradecer à todos que votaram no meu Project Car, sem vocês nada disso seria possível.

Bom, vamos lá… O meu gosto por carros antigos (assim como o de muitos que estão lendo) vem de longa data e o principal culpado por essa paixão é o meu pai, que desde que eu tinha uns 12 anos, me chamava para assistir o Auto Esporte com ele, sendo que nessa época o programa era bem mais legal, pois sempre faziam matérias com Maverick, Opala, Charger e se desse sorte víamos algum Mustang ou Camaro no programa! Confesso que na época eu assistia para ficar junto ao meu pai, pois não curtia muito não… mas ao longo das semanas fui pegando o gosto e me lembro que já fazia pesquisas no Mercado Livre e achava alguns Mavericks à venda e achava BEM caro (R$4.500,00). Ah se pudéssemos voltar no tempo, não?!

Anos se passaram, eu cresci e fui alimentando cada vez mais o sonho de poder ter o meu próprio carro antigo. Queria um muscle car, algo que botasse medo nas crianças nas ruas e ao mesmo tempo também fizesse brotar nelas o sonho de ter um igual! Afinal, quem não gosta de um carro com visual bandido?

Foram inúmeras vezes em que assistia filmes como 60 Segundos (original e remake), Velozes e Furiosos, Bullitt, dentre outros clássicos. Conheci o site IMCDB (Internet Movie Cars Database) e bastava escrever a marca/modelo e voilà, o site me mostrava dezenas de filmes contendo aqueles carros! DEMAIS!

Porém, quando completei 18 anos e meu pai me presenteou com a CNH (um belo presente de aniversário), me senti obrigado à buscar DE VEZ o meu carro antigo… me lembro que foram noites em claro “sonhando acordado” com o modelo, cor, rodas, ronco do motor e trajetos que faria com ele… quem nunca?!

Me lembro também que era realista. Um Maverick já não se encaixava mais no meu orçamento (bem baixo), Dodge?! Nem pensar! Resolvi então ir atrás de um Opala, mas tinha que ser seis-cilindros, pelo menos…

Depois de muita busca e frustração, resolvi que era a hora de esperar mais um pouco, pois certamente ele viria quando eu menos esperasse… e assim aconteceu. Eu estava no SENAI e durante a aula recebi várias ligações do meu pai e tive que recusar todas, pois era terminantemente proibido a utilização do aparelho durante as aulas. Eis então que recebo um SMS (nada de whatsapp naquela época) do meu pai com o seguinte texto: “Comprei um V8!”

PQP! No mesmo milésimo de segundo eu pedi para ir ao banheiro e liguei para o meu pai, que me disse ter comprado um Maverick V8 e pra aumentar minha felicidade comentou que o mesmo cara que vendeu tinha um Opala 6 cilindros, 1973, vermelho com vários acessórios do SS, por míseros R$7.700,00. Era meu, não importava como, já era meu! Fui atrás de um financiamento do meu próprio carro, já quitado, e foi aprovado o crédito. É meus amigos, a minha hora tinha chegado e a minha felicidade era tanta que até raspei, sem querer, a lateral do Focus nesse dia hahaha… pergunta se eu liguei pra isso?! Nunca… eu estava era com a cabeça no Opala!

Pra dar uma acelerada no post, vou contar brevemente o que aconteceu desse dia para os atuais:
Negócio fechado no Opala, guinchamos direto ao mecânico que fez uma revisão básica nele e colocou para rodar. Carro em casa, depenei tudo e fiz de novo… restauração do painel de instrumentos, carpete, limpeza do cofre do motor, etc, etc, etc… all by me! Era realmente um sonho… muitos passeios, fotos e histórias…

A primeira foto com o carro, eu e o grande culpado pela paixão por carros antigos. Ao lado, o cockpit me agradava bastante, principalmente por ter feito praticamente tudo aí

(…) mas, chegou a hora de subir mais um degrau e o Opala foi vendido para União da Vitória-PR

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A última foto com o primeiro carro, que seguiria destino ao sul do Paraná!

Não deixei virar uma semana e já estava com um V8 na garagem, a bola da vez era um Dart com frente de RT. Rodamos 1200 km num bate volta Taubaté-SP/Palmital-SP para ir buscar o Dodge. Uma das melhores viagens que eu já fiz!

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Esse também me deu bastante orgulho e me proporcionou grandes amigos que tenho até hoje, como o pessoal de Botucatu, com quem falo frequentemente até hoje pelas redes sociais. O carro também teve que ser vendido para subir mais um degrau, ou melhor… uns!

Fiquei sabendo de um Camaro 74 parado há anos em uma oficina de funilaria e pintura da minha cidade. Não quis nem ver o carro no início, mas por algum motivo vi um Camaro do mesmo ano em um encontro na cidade vizinha e decidi marcar para ir ver o carro na oficina. Chegando lá, me deparo com um Type LT no primer sem NADA de peças, mas ao conversar com o dono da oficina descobri que todas as peças estavam guardadas e que o carro era completo. Pedi o contato do dono e o negócio foi fechado sem delongas… agora era comigo, deixar esse Camaro do jeito que sempre sonhei… um assustador de criancinhas nas ruas. Daí vem o nome “Nightmare”, que traduzindo significa pesadelo. Nada mais justo!

Mas a cor do carro originalmente era vermelho e um Type não tem nada de assustador (não pra mim)… eu teria que mudar esse projeto… e teria de ser bem radical quanto à estrutura original do carro.

ATENÇÃO aos puristas, daqui pra frente falaremos de uma modificação nem um pouco pura…

Depois de uma conversa com o pintor, decidimos que o carro usaria todos os produtos da PPG e a cor seria preto ninja, por ser fácil de encontrar, uma tinta pronta para eventuais retoques e por não carregar nenhum pigmento além do preto. Pra quem não sabe o preto cadilac, por exemplo, carrega pigmentação marrom, deixando o carro com um leve tom marrom no sol. Como eu queria que ele fosse all black, decidi que preto ninja era a escolha ideal e teria bastaaaante verniz.

O carro foi pintado e decidi fazer as faixas na cor prata, pois o branco iria destoar do meu objetivo, já que o carro não seria mais original, decidi fazê-lo do meu gosto… e esse é um ponto que toco bastante e recomendo à todos que sonham e ter um carro com a sua personalidade, procure bastante sobre o modelo em si, veja fotos, adquira o bom gosto necessário (essa parte é importante), converse com quem entende do assunto e busque filtrar as melhores informações que lhe convém e não hesite em pintar em uma cor que não era disponível naquele ano, colocar uma roda mais larga do que a original, trocar o câmbio por um manual porque na plaqueta era automático ou na coluna… caro amigo que está lendo isso, o carro é SEU! Você faz ele como bem entender e tenho certeza que irá agradar mais do que um 100% original. Claro que pode ser que exista um original de fábrica com todas essas especificações… mas geralmente ou eles não cabem no bolso, ou não estão disponíveis. Sendo assim…  do it yourself!

Aqui algumas fotos do Camaro na oficina, na ordem conforme ia avançando o projeto:

Polimento feito no paralama, resultado me agradou bastante. As faixas foram feitas no modo old school

Enquanto o carro passava pelos últimos detalhes (que não eram bem os últimos, depois conto o porquê) na oficina, eu fiz uma viagem para o exterior e aproveitei para comprar umas peças e mimos para o Camaro.

PEÇAS EUA

Também escolhi um set de pneus e rodas pra deixar o Camaro com o visual esperado…

PNEUS E RODAS

Logo em seguida já trouxe o carro pra garagem de casa e fiz a substituição das rodas

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E o carro finalmente ocupava seu espaço na garagem de casa, onde eu poderia vê-lo a qualquer hora!

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Logo após, fiz a montagem do interior, incluindo carpete, forro de teto e bancos, depois vieram os faróis, pintura do motor, instalação dos retrovisores, vidros…

Bom, quase pronto, né?! Nada disso… Lembra que eu disse que iria comentar sobre o porquê do carro ter que voltar para a oficina de pintura? Então… eu consegui a frente nova e original do Camaro RS Z28, a frente mais cobiçada para os Camaros de segunda geração. Contei com a ajuda de um grande amigo e fomos buscar a frente em São José dos Pinhais-PR num bate e volta de 1100 km. Pouco pra nós!

Chegamos no sábado às 23h e no domingo antes do meio dia o carro já estava assim:

SHARK FACE FRONT SHARK FACE

Agora, basta importar as peças que faltam para a conclusão do projeto: painel traseiro, parachoque traseiro, lanternas traseiras, nariz da grade, moldura da grade, grade, parachoques (split bumper), e mais alguns detalhes como emblemas e alguns grampos para os frisos dos vidros.
Enquanto isso, sigo em frente no restauro de algumas peças como o aerofólio e o painel de instrumentos

Bom, pessoal… a continuação vem em seguida com novidades como as peças que serão importadas e a montagem das mesmas, prometo fotos melhores e uma descrição detalhada de cada processo para vocês!

Obrigado à todos por terem lido até aqui! Estamos juntos no projeto do Nightmare!

Um abraço e até a parte 2 do projeto.

Por Felipe Brito, Project Cars #406
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