Algumas fabricantes de automóveis possuem uma imagem bastante definida diante do público. A Citroën, por exemplo, é para muitos entusiastas a representação máxima da excentricidade dos carros franceses. Sendo assim, a ideia de um museu virtual interativo tão bacana só poderia ter vindo deles.
O museu Citroën Origins já está no ar há algum tempo, mas só agora a gente conseguiu parar para explorá-lo. E agora, a gente não consegue parar. É só clicar aqui!
De acordo com a Citröen, a ideia é criar uma experiência interativa, que te permita conhecer em detalhes uma porção de modelos lendários da marca fabricados entre 1919 e 2016. Não estão ali todos os Citroën, mas certamente os mais importantes estão ali – quer dizer, dois deles ficaram faltando, mas a gente vai falar disso daqui a pouco.
O que importa é que, do Citroën 10HP de 1919 à terceira geração do C3, apresentada na última edição do Salão de Paris, são 49 modelos para conhecer. Ao entrar no site da Citroën Origins, você dá de cara com esta tela:
Estes são todos os 49 carros disponíveis, e basta você clicar em um deles. Você pode arrastar aquela barrinha ali embaixo para selecionar os carros por período – escolha uma faixa mais estreita, e os carros que não eram fabricados naquela época se apagam.
Nós vamos pegar como exemplo o Citroën 2CV, um dos maiores clássicos da marca, que motorizou a França a partir da década de 1950, por duas razões: primeiro, por sua importância e, segundo, para deixar que você veja os carros mais bacanas por sua conta. O 2CV foi lançado em 1948 e, de tão competente no que fazia – era barato, relativente confortável, econômico, robusto e muito prático –, continuou sendo fabricado até 1990 sem grandes alterações no projeto. Ao clicar em um dos carros, esta é a tela que aparece:
Aqui, temos algumas informações básicas: a quantidade de cilindros, a potência, o peso, o comprimento do carro, o número de unidades fabricadas ao longo de toda sua produção e a velocidade máxima atingida.
Mas é ao clicar em “Discover” que as coisas começam a ficar legais de verdade:
Primeiro, começa a tocar uma música ao fundo, condizente com o período em que o carro foi lançado. Ao clicar na chave (uma reprodução exata da original, para cada um dos carros), a música é interrompida por alguns segundos para que você possa ouvir a partida e o ronco do motor.
Clicando nos números do lado direito, é possível ouvir outros sons do carro. No caso do 2CV, ouve-se o som do freio de estacionamento sendo acionado, o barulho da porta sendo fechada e a buzina – isto varia de carro para carro. Já a bolinha marcada com 360° pode ser arrastada para girar o carro, como você já deve ter deduzido.
Então, no canto superior direito, há outra bolinha para selecionar o lado de fora ou o lado de dentro do carro. Clique nela e… voilà:
Uma visão em 360° do interior do carro: dá para ver o painel, o teto, espiar pelo vidro traseiro, tudo como deve ser. Então, finalmente, você clica em “Discover” mais uma vez e…
Um pequeno parágrafo sobre o carro, só para contextualizar as coisas. No caso do 2CV, está escrito o seguinte:
1935. A Maison Michelin toma o controle da Citroën. Sua primeira ideia é criar um impacto nos motoristas rurais ao propor um “carro do povo”. Uma pesquisa nacional é conduzida a fim de determinar o preço, a velocidade e a capacidade apropriados. Quem poderia imaginar naquela época que aquele projeto de carro pequeno levaria ao lendário 2CV em 1948?
Os textos estão em inglês. Não vamos traduzir tudo, mas você pode fazê-lo automaticamente pelo tradutor do Google, o que já é uma mão na roda.
A tela seguinte traz a ficha técnica do carro. Dá para rolar a tela para os lados e conferir diferentes dados sobre a carroceria, a estrutura, o motor e até mesmo os equipamentos. E com muitos detalhes: curso dos pistões, diâmetro dos cilindros, medidas dos pneus, o tipo de suspensão, as cores, e por aí vai:
Rolando a página mais um pouco, você dá de cara com uma galeria, composta por fotos feitas especialmente para o museu virtual (com imagens externas e internas do carro), e também fotos de divulgação feitas na época. É só clicar nas imagens para acessar a versão em alta resolução. O carregamento pode demorar um pouco, mas nem é tanto assim.
A próxima tela é uma das mais interessantes: além de uma história resumida do carro, você pode acessar material publicitário da época, press releases, rascunhos de design, o manual do proprietário e outros ensaios fotográficos históricos. Ao clicar em cada uma das imagens, você pode abrir e salvar o PDF em uma resolução bem alta.
Role a página para baixo mais uma vez e você verá diversas versões de carroceria que o Citroën 2CV teve ao longo dos anos, desde quando começou a ser fabricado, em 1948, até o fim da linha, em 1990. Assim, é possível acompanhar sua evolução através das décadas.
A última tela traz a linhagem do carro, que a Citroën chama de “árvore genealógica”: carros de décadas diferentes que se encaixam na mesma proposta do 2CV. No caso, são citados o Dyane, que foi lançado em 1967 como uma versão “de luxo” do 2CV; o Visa, que pode ser considerado o 2CV dos anos 1970; e o C3 de primeira geração, que cita o 2CV como grande influência em seu design.
Depois disso, você pode escolher conhecer o modelo anterior ou o próximo modelo do museu. Só tome cuidado para não se distrair e perder o dia todo explorando.
Só não gostamos de uma coisa: a Citroën simplesmente omitiu o icônico DS e sua versão esportiva, o SM. Eles estão representados apenas por seus contornos, e ao clicar neles, topa-se com uma mensagem curta e enigmática para cada um:
A DS sempre foi o membro avant-garde da família. Agora ela seguiu um novo caminho, levando toda sua história com ela. Seus caminhos certamente vão se cruzar de novo…
O mesmo acontece com o SM. O motivo? Desde 2014, a DS virou uma submarca de luxo – seus modelos, como o DS3 e o DS4, não são mais vendidos como Citroën. Por isso, o DS e o SM foram apagados da história oficial da marca. Não precisamos dizer que foi uma decisão difícil de compreender entre os entusiastas, não é?
Fora este pequeno tropeço, dá para se divertir o dia todo no museu virtual da Citröen. Só esperamos que eles façam algo bem especial para compensar a ausência de dois de seus maiores clássicos.