sou um grande fa de distopias voce sabe aqueles futuros que deram errado e viraram o mundo de cabeça para baixo como o 1985 alternativo em de volta para o futuro ii a literatura e o cinema produziram dezenas de obras sobre esse tema e eu consumi avidamente quase tudo o que pude encontrar — dos classicos aos mais satiricos como 1984 brazil thx 1138 os 12 macacos o demolidor idiocracia e farenheit 451 se existe um futuro que deu errado na historia o negocio ganha minha atençao facilmente e todas as distopias tem um elemento comum a negaçao do individuo pelo totalitarismo isso significa basicamente que voce nao e livre para fazer o que quiser mas apenas o que for permitido pelo poder dominante tudo em nome do bem comum toda vez que leio algum projeto de medio prazo para banir os carros tornar os carros obsoletos ou simplesmente para devolver as ruas as pessoas como se motoristas nao fossem pessoas e nao merecessem os mesmos direitos so porque dirigem um carro ou moto lembro desses filmes e livros que eu tanto gosto e logo começo a pensar que uma pessoa capaz de propor esse tipo de ideia par ao mundo real so pode ser um totalitarista a paisana eu escrevi esse paragrafo ha exatos tres anos tres anos e 28 dias na verdade em uma pensata sobre o caminho distopico do banimento dos carros pela legislaçao ambiental dos paises e como isso poderia tolher nossa liberdade de ir e vir so que eu estava errado na ocasiao eu argumentei sobre a intençao dos governos em banir os carros em nome do bem maior so que nao e isso o que vai acontecer o que podera acontecer e algo mais perverso que a proibiçao dos carros a elitizaçao dos carros veja so o roteiro desse filme distopico atualmente a europa tem a legislaçao de emissoes mais restritiva do planeta como as leis visam estimular o desenvolvimento de tecnologias — independentemente da viabilidade economica delas — os fabricantes precisarao acelerar esse desenvolvimento so que nao da pra pesquisar mais rapido quando se fala em acelerar o desenvolvimento cientifico o que acontece na pratica e que ha mais pessoas trabalhando simultaneamente em mais testes realizados simultaneamente o desenvolvimento ate e acelerado mas o dinheiro que seria gasto ao longo dos anos com tempo para amortizaçao do investimento precisara ser gasto em um periodo muito menor como a receita dos fabricantes de automoveis vem da venda de seus carros isso refletiria em seus preços nem tanto nos modelos de luxo porque eles tem margens maiores que podem absorver o aumento dos custos o problema seria nos modelos de entrada que tem as menores margens para que seus preços sejam os menores possiveis nesse caso o aumento dos custos invariavelmente sera repassado para o consumidor final e isso e um problema serio porque o posicionamento dos demais modelos da linha e influenciado pelo preço dos modelos de entrada mas nao apenas isso o custo de produçao de um veiculo de entrada com as tecnologias necessarias para atender as futuras leis de emissoes europeias pode ficar tao elevado a ponto de nao fazer sentido vender um carro nesse segmento quem esta dizendo isso sao os proprios fabricantes europeus em abril deste ano a consultoria de investimentos sanford c bernstein publicou um relatorio no qual alertava seus clientes sobre esta previsao para o mercado automobilistico europeu as novas regras de co2 irao exigir que os fabricantes instalem milhares de euros em tecnologia em cada carro os carros maiores podem absorver estes custos mas os carros pequenos nao este segmento deve ser abandonado em breve pelos fabricantes dizia o texto de fato e o que pode acontecer em breve a opel por exemplo ja anunciou que nao fara um sucessor para o adam seu atual modelo de entrada e a psa que atualmente e a proprietaria da opel tambem avaliou que o citroen c1 e o peugeot 108 dificilmente terao uma nova geraçao a ford tambem anunciou que o ka deixara de ser importado da india e a volkswagen ja anunciou que o up e seus derivados da škoda e da seat serao transformados em modelos eletricos — o que os tornara mais caros e os modelos compactos nao seriam os unicos afetados modelos como o polo o audi a1 e o mini hatch tambem correm o risco de ser extintos com as novas regras da uniao europeia que serao adotadas a partir de 2020 elas exigem que a industria reduza a media corporativa de emissoes ou seja a media de todos os modelos oferecidos para a apenas 95 gramas por quilometro — atualmente o limite e 120 5 g/km — e a maioria dos modelos compactos oferecidos na europa atualmente nao consegue chegar a marca dos 95 gramas por quilometro sem um motor eletrico e uma bateria a situaçao fica mais critica quando se considera os planos de medio prazo a uniao europeia pretende forçar uma reduçao de emissoes que devera chegar a menos de 60 g/km em 2030 parece distante mas na pratica sao apenas 10 anos ainda de acordo com o estudo para acrescentar um sistema hibrido leve de 48 volts a um carro popular europeu seu custo aumentaria entre 600 e 1 000 euros — em um carro vendido atualmente por 14 000 euros em media para instalar um sistema hibrido convencional o custo sobe para 2 000 euros e o hibrido plug in pode chegar aos 5 000 euros isso significa que os carros de 10 000 euros como o dacia sandero estao com os dias contados na europa de acordo com os fabricantes os carros que hoje custam entre 12 000 e 14 000 euros custarao entre 18 000 e 20 000 euros e isso e um problema nao apenas para o consumidor que pode simplesmente ficar sem opçoes de carros novos ao alcance de seu poder aquisitivo mas tambem para os fabricantes que verao o volume de vendas reduzir nos proximos anos e terao que reposicionar os preços dos carros que restarem para compensar o fim dos segmentos de entrada apesar disso eles esperam que a partir de 2025 o volume de vendas retorne ao patamar atual mesmo com os carros ficando entre 20 e 30% mais caros e possivel mas tambem e possivel que as leis de emissoes tenham um efeito contrario estimulando a compra de carros usados mais baratos eles seriam limitados em capitais como paris que restringiu severamente a circulaçao de veiculos com mais de 15 anos no centro da cidade mas seriam uma alternativa viavel para as demais situaçoes alem disso e preciso que o poder aquisitivo da populaçao aumente proporcionalmente aos novos preços dos carros de entrada caso contrario as vendas nao voltarao ao patamar esperado pelos fabricantes com isso seria apenas uma questao de tempo para que as classes mais baixas da populaçao europeia deixem de comprar carros e passem a utilizar somente o transporte coletivo para longas distancias — exatamente como no periodo anterior a segunda guerra e embora o uso do transporte coletivo seja positivo para o transito das grandes cidades e economico na rotina diaria individual ele se torna desvantajoso quando se coloca a familia na conta seria paradoxal que a qualidade de vida prometida pelas leis de emissoes acabe dificultando a mobilidade das familias menos abastadas o condicionamento do deslocamento ao transporte publico e um retrocesso evidente porque como dissemos ha tres anos a saida para os congestionamentos e para o problema da poluiçao e efeito estufa esta na oferta de opçoes e nao na restriçao — ainda que como efeito colateral alias ja notou que nos filmes distopicos os personagens raramente dirigem carros gostou deste texto ainda nao e assinante do flatout considere tornar se um flatouter alem de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando voce tera acesso a uma serie de materias exclusivas para assinantes como conteudos tecnicos historias de carros e pilotos avaliaçoes e muito mais [fo form plans]
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