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Project Cars

Como regularizei a suspensão ajustável do Project Cars #190

Olá, galera do Flatout! Para quem não se lembra (e com razão), faz um tempo desde a minha última postagem, releia os quatro posts anteriores aqui.

Neste meio tempo desde a última postagem estou ainda esperanto o coletor de escapamento para a próxima fase — que será turbinada, como já mencionei. Por motivos alheios à minha vontade, acredito que não chegará em minhas mãos, entretanto a suspensão do tipo coilover da marca DGS chegou e já foi devidamente instalada.

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Escolhi este modelo devido à importação oficial para o Brasil, o que facilita em casos de defeitos, trocas e garantias — decisão que já se mostrou acertada —, além do preço justo de mercado (se considerado o preço das outras coilovers disponíveis para este carro) e pelos ajustes proporcionados, incluindo as famosas camber plates.

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Como o Peugeot 306 tem a suspensão dianteira do tipo McPherson com barra estabilizadora, as coilovers da frente são semi-completas com regulagem de pré-carga da mola, rebound, além de ajuste de altura e cambagem.

Os amortecedores originais do carro vão presos na manga de eixo, no caso destes coiloves, o que vai preso é uma peça roscada, assim como o tubo (externo) do amortecedor, o que permite alterar a altura do carro e tem uma contra porca para travar.

O corpo do amortecedor continua roscado e o prato inferior da mola é apoiado em uma porca com contra porca que permite a regulagem de pre-carga da mola (que vai influenciar na altura que por sua vez deve ser ajustada após a pré carga).

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O batente dá lugar a um encosto fixo da mola e uma junta uniball para permitir angulação do amortecedor que então é fixo em uma camber plate, com regulagem através de parafusos e deslize para ajustar a cambagem.

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Por fim, na ponta da haste há uma chave alen que ajusta a carga do rebound amortecedor, podendo este ajuste ser feito com o kit montado no lugar (algumas marcas não permitem).

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Já a suspensão traseira do Peugeot 306 é por braços semi-arrastados por barra estabilizadora, as molas são do tipo barra de torção e portanto não vem no kit de coilover (eu troquei estas molas pelas do Citröen VTS, que são ligeiramente mais rígidas) e já permitem o ajuste da altura através do próprio sistema da suspensão.

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Desta forma, os amortecedores traseiros possuem somente regulagem de carga e comprimento para se adequar a altura definida na geometria da suspensão.

Suspensão nova instalada, os amortecedores traseiros vieram errados, mais compridos que o necessário e sem a regulagem de comprimento o que fazia com que eles dessem fim de curso comprimido, retirei e devolvi ao fornecedor requisitando a troca, que foi aprovada e efetuada (por se tratar de um produto importado, com alguns meses de demora).

O S16 já é baixo originalmente e eu já era bastante incomodado em blitze, sendo acusado de carro rebaixado sem ter necessariamente realizado a preparação — acusações às quais eu desmentia com a ajuda do manual do carro no qual consta a altura do veículo, mas logicamente dependendo da boa vontade do policial.

Antes:

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Depois:

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Resolvi então por legalizar a suspensão aproveitando da lei atual,que permite a regularização de suspensões com geometria regulável. Por estar com o carro todo em dia, decidi fazer por vias legais, sem o clássico jeitinho brasileiro.

Falei com o meu despachante e o mesmo colocou a solicitação junto ao Detran para modificação de suspensão, a autorização demorou aproximadamente 30 dias para ser concedida, dentro da qual eu tenho 30 dias para dar entrada no Detran com o laudo do Inmetro.

Teoricamente a alteração deve ser feita e vistoriada dentro desses 30 dias, mas a inspeção do carro antes não é cobrada em nenhum lugar. Com a autorização em mãos e o carro com a nova suspensão, peguei o endereço de uma unidade de vistoria do Iinmetro (para quem estiver interessado em fazer, pesquise bem, pois os preços variam bastante de unidade a unidade).

Chegando lá, apresentei os documentos e fui informado que deveria apresentar nota da suspensão e nota do serviço de instalação (coisa que ninguém fala antes e que pode lhe custar o prazo da autorização) e que essas notas devem ser do tipo eletrônica, não podem ser aquelas simples.

Então as notas viraram um aditivo no preço por conta do vistoriador e a vistoria deveria ser feita no sábado bem cedo por conta das câmeras, ou algo assim, e o custo que deveria ser em torno de R$ 400 já passava de R$ 1.000,00 só na parte da vistoria.

Fui a um segundo centro de vistorías e este sim muito melhor do que o anterior. O valor inicial era um pouco mais alto (R$ 500 se não me falha a memória), porém a vistoria era completa, apesar de eu estar alterando somente a suspensão, todos os outros parâmetros do carro devem estar em conformidade, o que no meu caso teria problema em emissões e ruído.

Vamos ao terceiro centro de vistoria aonde o custo inicial era de R$ 550e não requeria notas de suspensão e nem de serviço (pois segundo o vistoriador isso só é apresentado ao DETRAN e não ao local da vistoria) e a vistoria se resume a:

  • Suspensão
  • Freios
  • Iluminação
  • Buzina
  • Macaco, triângulo e estepe

Beleza, pode fazer!

(Notem como as três vistorias servem teoricamente para a mesma coisa e são totalmente diferentes — Lisarb, a terra do contrário!)

Enquanto isso fiquei pensando nos amortecedores traseiros que estavam originais (cansados), pois os novos estavam sendo trocados e eu morrendo de medo de não passar na inspeção.

Detalhe: com a suspensão dianteira com molas rígidas e amortecedores com bastante carga em contraste com a suspensão traseira com mola rígida e amortecedor com pouca carga, andar com o carro estava horrível, pois a traseira “pulava”, e me limitei a somente ir de um ponto a outro e não testei a suspensão como gostaria.

Ainda, na vistoria da suspensão, há uma inspeção visual antes e depois e o carro é colocado sobre um equipamento que mede a taxa de eficiência / dureza dos amortecedores, primeiro o eixo dianteiro e depois o eixo traseiro e o único parâmetro para aprovação ou reprovação é a diferença relativa entre um lado e outro, não há nenhuma fiscalização de o quão alta ou baixa é a carga dos amortecedores, bastando que eles sejam iguais.

Enfim, fui reprovado, pois um farol de neblina não acendeu (mal contato) e a carga dos amortecedores traseiros deu diferença relativa acima do limite estabelecido. Fiquei gelado, será que eu tinha perdido os R$ 550 da inspeção?

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Mais uns 20 minutos de agonia e recebo o laudo reprovando pelos dois motivos citados acima e informado que eu deveria retornar com os dois itens sanados dentro do prazo de 30 dias, sendo este retorno somente durante a semana e isento de taxa.

Porém, lembram do prazo de 30 dias do Detran? Não há em lugar algum a informação se esse prazo é para entrada na vistoria, ou se esse prazo é para retorno ao Detran, resolvi não arriscar, comprei um par de amortecedores (paralelos e baratos, porém novos para o 306), arrumei o farol de neblina e retornei para a vistoria.

Lá eu percebi que o operador repetiu umas duas vezes o teste na suspensão traseira (os amortecedores que eu coloquei são moles e as molas que eu uso muito duras) o que resulta numa porcentagem de eficiência pequena, na qual, o menor desvio já ultrapassa o limite e portanto reprova.

O vistoriador me informou que deu uma diferença, mas que ele ajustou da própria boa vontade dele, sem nenhuma solicitação minha para tal. Fiquei muito agradecido pela camaradagem. Lisarb (agora do outro lado!).

Tive que fazer então fazer uma vistoria padrão (aquela que fazemos para transferência do carro) para juntar nos documentos exigidos e dar entrada no Detran, feita a vistoria, encaminhei os documentos, junto com a nota de compra da suspensão (do modelo simples) ao meu despachante, veio então a solicitação da nota de instalação, de um local credenciado, a qual rebatemos anexando uma xerox do meu CREA e alegando que a instalação foi feita por mim (que é uma realidade).

O Detran então se deu por satisfeito e demorou mais um mês aproximadamente para emitir o novo CRLV com as informações de legalização da suspensão.

Custo total: R$ 550 da vistoria Inmetro, R$ 80 da vistoria comum, R$ 190 do novo CRLV e R$ 90 do meu despachante. Total: R$ 910.

Segundo fontes obscuras, existem locais aonde você entra com o documento do carro, mais R$1.000 e um mês depois tem um documento com a legalização obtida, eu realmente odeio o jeitinho brasileiro, e acredito que isso é uma das coisas responsáveis pela crise que estamos, mas essa discussão não cabe aqui. Fato é: que é tentador devido a burocracia do nosso país, ah é.

A suspensão nova é bem rígida e a princípio atende as minhas expectativas, mas como a intenção é o uso em pista, ainda não pude testar adequadamente, pois só agora instalei os amortecedores traseiros, e mesmo assim não andei direito, pois o s16 ficou internado arrumando o cabeçote devido a uma quebra da bomba de água que ocasionou a correia dentada pular e algumas válvulas foram quebradas.

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Atualmente o carro saiu da oficina e estou acertando um detalhe do escapamento batendo e no aguardo das peças do kit turbo, as quais irei apresentar no próximo post. Um abraço.

Ricardo Fay, Project Cars #190

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