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De Suzuka a Le Mans: os desafios das curvas Dunlop ao redor do mundo

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Nürburgring, Suzuka, Tsukuba, Fuji Speedway, Mondello Park e, claro, Le Mans. O que estes seis circuitos históricos espetaculares possuem em comum, além de o fato de serem tradicionais locais de peregrinação de petrol heads de todo o mundo? A resposta está no título: a Dunlop batizou em todos estes traçados ao menos uma curva marcante com o seu nome – e há todo tipo de desenho: chicanes, cotovelos, variantes de raio constante e curvas de altíssima velocidade.

Neste post vocês irão descobrir os detalhes e os desafios técnicos destes trechos ao redor do globo: aperte os cintos, aumente o volume e prepare o seu pescoço para a força G lateral!

 

Nürburgring: Dunlop-Kehre

O complexo de Nürburgring é uma verdadeira Meca para os fãs de autódromos desafiadores – quem é o fanático por carros que nunca sonhou em acelerar nos mais de 20 quilômetros de Nordschleife, o monstruoso autódromo construído na década de 1920 ou que não se impressionou com o desempenho de Ayrton Senna na corrida de inauguração do traçado moderno (conhecido GP Strecke) a bordo de um Mercedes-Benz 190E 2.3-16?

A Dunlop-Kehre (curva Dunlop, em alemão) faz parte do GP Strecke e é um dos pontos favoritos tanto do público quanto dos fotógrafos – as imagens abaixo dispensam maiores explicações. Trata-se de uma longa curva de 180º à direita, com aproximação em forte descida (um bom ponto de ultrapassagem para carros de turismo) e que faz a ligação com a parte rápida do circuito.

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Embora pareça simétrica, tanto a Dunlop-Kehre quanto a forma mais veloz de contorná-la são assimétricas: note o rastro dos faróis e lanternas na foto acima. A longa descida que a antecede forma um arco para a esquerda – no momento mais forte da freada, traça-se uma linha reta, o que faz o carro cortar o traçado e entrar na curva pelo centro da pista (e não pelo lado de fora, como levaria a pensar o senso comum). O piloto começa a aliviar o pedal do freio enquanto começa a esterçar para a curva – e, desta forma, é possível prolongar a frenagem até quase a metade da Dunlop-Kehre. Como em toda curva longa, há um certo dilema sobre o momento e a intensidade de voltar a pisar no acelerador – muito cedo e a frente espalha; muito tarde e repentino e a traseira é que escorrega.

Para visualizar o parágrafo acima a bordo de nada menos que um Dodge Viper de corrida, assista ao vídeo a seguir (caso queira, adiante diretamente para 1:32).

Ah! Por ser uma curva muito longa e com velocidade de contorno relativamente baixa, ela também é prato cheio para pilotos de track days que gostam de derrapar de lado em dias chuvosos.

 

Suzuka: Dunlop Curve

O autódromo de Suzuka é parte integrante da história da Fórmula 1 e da carreira de Ayrton Senna: é o local onde ele conquistou os seus três títulos mundiais na categoria e onde foram filmados os seus vídeos a bordo do Honda NSX, carro que ele ajudou a desenvolver os ajustes dinâmicos. Com 5,8 km, muita variação topográfica e um traçado absolutamente técnico, fluido e veloz; Suzuka é uma das pistas favoritas dos pilotos e entusiastas em todo o mundo, ao lado de outros mitos como Spa-Francorchamps, Brands Hatch e Laguna Seca.

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A Dunlop Curve de Suzuka é a cereja do bolo que encerra o primeiro trecho da pista, os famosos Esses. Trata-se de uma curva extremamente longa à esquerda, com dois pontos de tangência e que se inicia em subida, mas termina em um suave declive. Esta transição de relevo deixa a saída da primeira parte absolutamente cega; fazendo da Dunlop Curve um trecho no qual os pilotos mais ousados e técnicos conseguem ganhar bastante tempo. Sua entrada também é complicada, pois os carros chegam desequilibrados da última perna dos Esses.

Para mostrá-la, ninguém melhor do que Ayrton Senna. Pegue uma carona a bordo do Honda NSX: a Dunlop rola entre 1:27 e 1:41 do vídeo abaixo – e fique atento ao contraesterço na saída da primeira perna!

 

Le Mans: Dunlop Curve e Dunlop Chicane

Com mais de 100 anos de história – a primeira edição rolou em 1923, 35 anos após a fundação da Dunlop Tyres –, a corrida de 24 Horas em Le Mans é a prova mais tradicional do automobilismo de endurance (o FlatOut esteve lá neste ano – confira nosso especial de Le Mans clicando aqui!).

A Dunlop Curve de Le Mans é o local onde nasceram duas tradições da Dunlop: a de batizar curvas em autódromos e a de construir os enormes arcos que simulam um pneu gigante enterrado, obras que acabam se tornando parte integrante da paisagem dos circuitos (falaremos destas pontes em breve).

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A Dunlop Curve de Le Mans, uma variante de altíssima velocidade à direita que inicia os atuais 13,62 km do circuito que mescla um autódromo e as rodovias da região, nasceu em 1951. Atualmente, os protótipos mais velozes a contornam a 270 km/h (!). Contudo, a sua sequência sofreu modificações ao longo das décadas: em 1987 nasceu a Dunlop Chicane, um “S” de baixa velocidade instalado algumas centenas de metros após a Dunlop Curve, com o intuito de reduzir a velocidade para o trecho seguinte. Em 1987, em 1997, em 2002 e em 2006 a sequência de curvas sofreu sutis modificações, com o intuito de se aumentar a área de escape e deixar o local mais seguro. Caso queira ler um guia completo com o traçado de Le Mans, clique aqui.

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São poucos os autódromos que atualmente possuem curvas tão velozes. Ao lado da Blanchimont de Spa-Francorchamps, da 130-R de Suzuka e da The Chase no autódromo australiano de Bathrust, a Dunlop Curve de Le Mans faz parte dos trechos que separam os meninos dos homens.

Veja como era a curva em 1956 (aos 54 s) com o Jaguar D-Type de Mike Hawthorn…

…em 1977 (aos 6 s), com o Porsche 936 de Jürgen Barth…

…e hoje em dia, com o modelo que venceu as 24 Horas de Le Mans deste ano: o Audi R18!

 

Tsukuba: Dunlop Corner

Misture o nanismo do oval Bristol Motor Speedway, o desafio de curvas apertadas e agressivas de Oschersleben e dê uma pitada do tempero kamikase dos street racers japoneses: eis alguns dos temperos que fazem de Tsukuba um dos autódromos favoritos dos entusiastas. Com ínfimos 2 km de extensão e 14 (!) curvas, Tsukuba é um dos berços da cultura do track day, graças aos mitológicos eventos de Time Attack, que concentram carros de corrida e de rua (com equipamentos de segurança de pista) em disputas de voltas lançadas pelo melhor tempo.

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Um dos melhores representantes de Time Attack é o monstruoso Lancer Evo IX da Tilton Interiors Racing (vídeo abaixo), com motor Cosworth de 2,2 litros e 850 cv casado a um câmbio sequencial Holinger de seis marchas. A Dunlop Corner rola aos 5 minutos do vídeo. Cuidado para não perdê-la de vista!

A curva Dunlop de Tsukuba é relativamente fácil, mas é muito importante para o tempo de volta. Trata-se de uma perna de 90º à direita, que faz ligação com um trecho veloz (curvas 8 e 9). O desafio ali é tentar acelerar ao máximo sem se adiantar demais e espalhar na saída.

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Fuji Speedway: Dunlop Corner 15R

O autódromo de Fuji ficou novamente famoso ao público por ter sediado a última prova do campeonato de 1976 (a primeira corrida de Fórmula 1 disputada no Japão), representada no épico filme Rush – que reconta a rivalidade entre James Hunt e Niki Lauda (vídeo abaixo). Infelizmente, a festa durou apenas dois anos: em 1977, um trágico acidente envolvendo Gilles Villeneuve e Ronnie Peterson (uma combinação que não tinha como dar certo) acabou resultando na morte de dois espectadores e um hiato de 30 anos sem Fórmula 1 no circuito.

A curva Dunlop 15R do Fuji Speedway é um grampo para a direita após um trecho de alta velocidade na parte norte do traçado. O “15R” descreve o raio da variante em metros – ou seja, é pra lá de apertado. Pegue uma carona com Kimi “so gimme more power!” Raikkonen nos 4,5 km do autódromo e fique atento aos 44 s:

Como você pode ver, há uma versão de pouco menos de 90º desta curva, que é feita para categorias de acesso e algumas provas de motociclismo.

 

Mondello Park: Dunlop Curve

O autódromo irlandês Mondello Park é como aquele pub escondido e meio obscuro:  não é todo mundo que conhece, alguns já ouviram falar, mas quem já o provou (nem que seja virtualmente – caso do simulador GT Legends ou do game Need For Speed: Pro Street), se encanta na hora e vira frequentador assíduo. Pense em uma versão mais longa e com mais área de escape de Tsukuba e você acaba de descobrir o básico de Mondello Park – que também é conhecido por sediar provas de carros clássicos e preparados, competições de drift, de kart, do campeonato britânico de turismo (BTCC) e corridas de categorias amadoras e de acesso. Coração grande, este…

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A Dunlop Curve de Mondello Park é a última do autódromo. É uma longa curva de pouco menos de 180º à direita, que tanto serve como ponto de ultrapassagem como também define as ultrapassagens que ocorrerão no fim da reta dos boxes. Veja o caos que é uma corrida de BTCC disputada no estreito autódromo irlandês (a Dunlop Curve aparece entre 1:17 e 1:33):

Já que falamos no GT Legends, por que não matar as saudades deste belo simulador (se você nunca experimentou, corra atrás dele agora mesmo)? Veja a Dunlop Curve logo no começo do vídeo.

Da mesma forma que a Dunlop-Kehre de Nürburgring, o raio longo e constante da Dunlop Curve de Mondello Park serve um prato delicioso aos pilotos e fãs do drifting!

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[ Fotografias: Tom Banks (destaque) / DR – Archives ACO  / Nagisa-Auto /Jamie Harbour / Kevin Balanda / PDXa4 (Devian Art) / FreshFix Adam / Kevin Collins / Rymus ]