Fabricado desde novembro de 2012 na fábrica da Mitsubishi em Catalão (GO), o Jimny é uma espécie de ultimate fighter com nanismo – e travestido de hipster. Por baixo de sua carinha simpática de kei car, das alegres opções de cor e de seus diminutos 3,67 m de comprimento, há um jipe de verdade, com chassi da mesma bitola da L200, tração seletiva nas quatro rodas com reduzida e suspensão do tipo trilink com eixo rígido na dianteira e traseira.
Para divulgar a resistência e as qualidades construtivas do Jimny, a Suzuki propôs um desafio ao seu próprio produto: contratou seis pilotos (alguns deles conhecidos na turma dos track days) para rodar 100.000 km a bordo de dois Jimny 4Sun, em um circuito que largou ontem (6) da cidade de São Paulo para triangular entre as cidades de Campo Grande (MS), Vitória (ES) e São José dos Campos (SP). A conclusão do desafio ocorrerá no dia 17 de maio, no circuito Velo Cittá, em Mogi Guaçu – que também servirá como plano de emergência caso ocorra algum atraso de quilometragem nos dias anteriores.
Átila Abreu, piloto da Stock Car, e Luiz Rosenfeld, presidente da Suzuki Veículos do Brasil, inauguraram o trecho inicial do desafio, acelerando os veículos até a região de Sorocaba. Rosenfeld se inspirou em uma ação feita em 1964 pela Willys Overland do Brasil. Ela usou os pilotos de sua equipe por 22 dias ininterruptos, que aceleram no antigo autódromo de Interlagos em um teste de durabilidade de 50 mil km. Mesmo após uma capotagem sofrida com Bird Clemente no meio da neblina, o veículo conseguiu completar o desafio sem outros percalços.
Durante os 100 mil quilômetros, os Jimny passarão pelas dez revisões de concessionária que estão previstas (uma a cada dez mil km) no plano de manutenção comum do veículo. De acordo com a marca, os dois carros foram pinçados da linha de produção e são absolutamente originais, sem nenhuma modificação ou reforço, seja mecânico ou estrutural.
Para cumprir esta quilometragem, a equipe optou por uma estratégia mais agressiva nos primeiros 50% do trajeto, quando a meta estará em cerca de 1.800 km por dia – o que dará a gordura para as revisões e para os trechos de off-road, que limitarão bastante o deslocamento total nestes dias.
Se não há dúvidas de que a propaganda é o maior combustível deste desafio, por outro ele também será um pequeno laboratório para a Suzuki e para a Mobil 1 e a Pirelli, empresas que apoiaram a iniciativa. Afinal, não deixa de ser uma oportunidade para se testar componentes. A Mobil 1, por exemplo, vai coletar amostras dos óleos em todas as trocas efetuadas, e a própria Suzuki mediu todos os parâmetros possíveis dos veículos – compressão dos cilindros, pastilhas, pneus, embreagem, etc – para posterior comparação com o cenário de 100 mil km rodados.
Resta agora saber se alguma marca chinesa toparia fazer algo parecido, o que seria bastante interessante – porque esse jipe aí, ao menos para quem já o conhece, não precisa provar nada: o bicho tem fama internacional de ser um tanque pigmeu, a ponto de ser premiado como um dos dez veículos mais confiáveis após dez anos de uso, pelo órgão de certificação alemão TÜV Rheinland.
Ficha Técnica – Suzuki Jimny 4Sun
Motor: quatro cilindros em linha, transversal, 1.328 cm³, 16V, cabeçote com duplo comando de válvulas variável na admissão, gasolina
Potência: 85 cv a 6.000 rpm
Torque: 11,2 mkgf a 4.100 rpm
Transmissão: manual de cinco marchas, tração seletiva nas quatro rodas com reduzida (em modo 4×2, tração traseira)
Suspensão: dianteira e traseira do tipo eixo rígido com sistema three-link
Freios: discos sólidos na frente e tambores atrás
Pneus: 205/70 R15
Dimensões: 3,67 m de comprimento, 1,60 m de largura, 1,70 m de altura e 2,25 m de entre-eixos
Peso: 1.060 kg
Itens de série: freios abs, duplo air bag, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, sistema de som (rádio + CD + mp3 + bluetooth e USB), teto solar
Garantia: 3 anos
Preço: R$ 61.990