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Os números do novo Dodge Charger Daytona EV
A revista americana Car and Driver, uma das últimas a ainda realizar testes instrumentados para checar os números dos fabricantes, testou o novo Dodge Charger Daytona EV. E, também, pesou o carro. Os resultados são realmente notícia.
Primeiro, vamos falar do elefante no meio da sala. Literalmente: nas balanças da revista, pronto para rodar, o carro foi medido aos 2.687 kg. Sim, dois mil seiscentos e oitenta e sete kg. Carregado chega fácil às três toneladas, peso de caminhão leve. E é um carro de duas portas, um cupê teoricamente esportivo! Lembram do cetáceo BMW M5? Parece leve agora aos 2.445 kg.
O desempenho em linha reta é ótimo, porém. O Dodge Charger Daytona EV Scat Pack de 670 cv fez o 0-96 km/h (60 mph) em 3,3 segundos, o que supera o tempo de 3,6 segundos do Challenger Hellcat Redeye de 800 cv. Claro, o novo carro tem a vantagem de tração nas quatro rodas. O Challenger não era exatamente leve também: 2.047 kg nas balanças da revista; mas nessa companhia, parece até esbelto. Barrabás.
Mas depois da vantagem inicial da tração integral, o Challenger era mais rápido. Os 160 km/h da imobilidade chegavam em 7,8 segundos, contra 8 do novo cupê elétrico. Ganha também no quarto de milha, mas os carros na realidade são muito parecidos em desempenho. A velocidade final, porém, é limitada no novo Charger em 219 km/h; o Hellcat estava livre para chegar na sua velocidade máxima natural de 326 km/h (este último número, porém, não tem checagem da revista; é dado de fabricante).
O desempenho do novo Charger elétrico é praticamente idêntico, diz a revista, ao do novo BMW M5. A publicação faz um teste também que reproduz mais acuradamente arrancadas no mundo real: o 5-60 mph (8-96 km/h). Neste, o BMW fez 3,5 segundos, contra 4,1 do Charger. O antigo Dodge Challenger SRT Hellcat Redeye Widebody fazia a prova em 3,6 segundos.
A revista também não gostou do comportamento em curvas. Há grip suficiente, claro, mas diz que “o Scat Pack oscila em volta do skid-pad em seu limite, com subesterço excessivo.”
É um carro extremamente rápido em aceleração, este; uma coisa totalmente esperada. Mas é, também, claramente, um desperdício de recursos; três toneladas quase? Mesmo? Se me contassem isso 10 anos atrás, não acreditaria. (MAO)
Ram TRX pode voltar com o V8 supercharged
A publicação Mopar Insiders relata que suas fontes confirmaram o renascimento da RAM TRX, descontinuada com o fim do V8 ano passado. E ela deve retornar completa com seu motor anterior: sim, o Hemi V8 parece que realmente voltará às RAM.
O V8 estava condenado a morte ano passado. As RAM 1500 2025 só vieram com motores seis em linha turbo “Hurricane”, e nada de V8. A TRX, mais potente das picapes RAM, foi substituída pela 1500 RHO, com 540 cv do seis em linha biturbo. Um número ótimo, mas longe dos mais de 700 cv do V8 Hemi supercharged da antiga TRX. E não é só isso: a personalidade e o som do seis em linha é bem menos excitante que o do velho V8.
O Mopar Insiders relatou que o V-8 retornará, e ainda mais potente. Quando foi descontinuado, o V8 Hemi com compressor mecânico tinha versões acima do TRX em potência de 720 e 800 cv. E mais: a reportagem sugere também que as versões aspiradas de 5,7 e 6,2 litros do V8 devem voltar à linha RAM, também. Esta mudança tem sido comentada desde que Tim Kuniskis retornou como CEO da Ram em dezembro.
Outra informação interessante da publicação é o renascimento do GLH; nos anos 1980 era uma versão do hatch Dodge Omni que, dizia o nome, “Goes Like Hell”. A sigla deve voltar em uma versão mais potente criada para ressuscitar as vendas do invendável Dodge Hornet, um SUV-crossover que é basicamente uma versão barata do Alfa Romeo Tonale.
A saída do CEO Carlos Tavares realmente está movimentando a Stellantis americana; aguardem os próximos eletrizantes capítulos. (MAO)
Jaguar Type 00 faz aparição nas ruas de Paris
A reinvenção da Jaguar, uma empresa que este ano não vai fabricar nem vender nenhum carro, continua com eventos esporádicos para lembrar-nos que ela ainda existe. Agora o Jaguar Type 00 Concept apareceu no Paris Fashion Week, dirigido por um ator de nome Barry Keoghan. Continua um carro esquisito pacas em aparência, e sem muitos detalhes técnicos divulgados.
Em adição aos vídeos que mostram a jacatralha chegando no tal evento silenciosamente e o tal ator saindo dele e entrando no prédio, a Jaguar compartilhou fotos em sua conta do Instagram. A razão da fama de Keoghan parece residir no fato de que seria namorado da cantora Sabrina Carpenter. Sim, a gente merece.
A marca britânica certamente está interessada em apresentar seu carro elétrico como uma obra de arte no setor automotivo. O carro estreou durante a Miami Art Week, e a Paris Fashion Week é sem dúvida o maior evento de moda do ano. Para Paris, a Jaguar abandonou o exterior rosa por um tom que chama de French Ultramarine. Para seres humanos normais, chama “azul”.
A cor acentua o exterior minimalista do Type 00, que é virtualmente sem decoração, exceto retângulos dourados montados na parte inferior atrás dos arcos das rodas dianteiras. O teto fastback não tem janela traseira — câmeras são usadas para ver o que está acontecendo atrás do carro. As portas abrem para cima para revelar interior minimalista com displays digitais. A coisa toda parece uma tentativa amadora de parecer diferente e inovador, sem substância alguma. O que há de inovador nisso, de verdade? Parece um carro futurista, feito por gente que entende zero do ofício de fazer carros.
O diretor-gerente da Jaguar, Rawdon Glover, disse também que não se importa em estar alienando clientes tradicionais. Ele estima que apenas 15 por cento dos compradores atuais retornarão para outro Jaguar. Isso mesmo: disse à Auto Express que até 85% dos compradores atuais vão abandonar a marca. Por isso, espere que os novos Jaguar sejam caros para caramba; será uma marca de nicho, muito menor que era. Você espera mesmo que isso seja um sucesso?
Nas imortais palavras de Auric Goldfinger: “No, (Jaguar), I expect you to die!” (MAO)
O elétrico mais rápido em Interlagos é um Porsche
A vida não anda fácil nem para a Porsche. A Xiaomi, uma marca de celular quase sinônima de “genérico oriental”, está fabricando um carro chamado SU7 Ultra, um concorrente do Taycan elétrico que foi mais rápido que ele no Circuito Internacional de Xangai.
Agora a Porsche contra-ataca, ainda que longe de Xangai. Trouxe um Taycan Turbo GT roxo para o circuito de Interlagos, aqui em São Paulo, Brasil, e estabeleceu um novo recorde de volta na pista de Fórmula 1, para carros elétricos.
Ao volante do Porsche estava Felipe Nasr, brasileiro tricampeão da IMSA e tricampeão das 24 Horas de Daytona. Nasr deu uma volta no circuito em 1:42.1, quase 8 segundos mais rápido que um Porsche Taycan Turbo S, e caindo quase um segundo do 911 Turbo S, que deu uma volta na mesma pista em 1:43.087.
Não é nenhuma surpresa que o Taycan Turbo GT tenha estabelecido um novo recorde, dadas suas especificações. A potência vem de um par de motores elétricos com 1.033 cv combinados e, como um teste recente da Car and Driver revelou, ele faz o 0-96 km/h em menos de 2 segundos. E é uma versão criada exatamente para isso: bater recordes em pistas.
Enquanto descia a reta principal curva do circuito em Interlagos, o Porsche atingiu a velocidade máxima de 272 km/h! A forma como acelera no vídeo é surreal, ainda que estranha para nós acostumados com carros de verdade: totalmente silencioso. Como referência, os F1 circulam Interlagos em menos de 1:08, e um Sandero R.S. original bem-dirigido faz 2:12.
Diz Nasr: “É incrível a rapidez com que o carro acelera e entrega sua potência, a direção do Taycan Turbo GT foi muito precisa nas curvas lentas e permaneceu estável mesmo sob frenagem forte. O equilíbrio, a aderência – uma verdadeira máquina de alto desempenho.” O carro tinha o pacote de desempenho opcional Weissach e estava equipado com pneus Pirelli Trofeo RS. No ano passado, o mesmo carro deu uma volta no WeatherTech Raceway Laguna Seca em apenas 1:27.87, tornando-se um dos carros de produção mais rápidos a dar a volta no circuito californiano. (MAO)