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O V8 Hemi deve voltar em agosto
A culpa, cada vez fica mais claro, foi mesmo do português Carlos Tavares, quando era CEO da Stellantis. Foi ele, dizem várias fontes na imprensa mundial, que decretou a morte do V8 na empresa antes conhecida como Chrysler Corporation, mesmo com reclamações veementes de executivos americanos.

Não tinha chegado a morrer totalmente, porém, quando o senhor Tavares foi defenestrado dezembro passado; apenas estava em vias de. As versões de 5,7 e 6,2 litros continuam hoje no Durango, e o Jeep Wrangler 392 existe com o V8 de 6,4 litros, mas o motor está ausente de outros modelos importantes como o novo Charger Daytona e as Ram 1500, que iriam receber apenas seis em linha turbo de 3 litros.

Mas agora, tudo indica que voltará. A Mopar Insiders, citando fontes não identificadas, diz que a Stellantis recomeçará em breve a fabricar os Hemi V-8 de 5,7, 6,4 e 6,2 litros com supercharger em sua fábrica Dundee Engine Plant a sudoeste de Detroit. De acordo com a publicação a Stellantis baseará os motores na arquitetura Gen III lançada em 2003. Também há boatos de que o fabricante adicionará uma versão com cilindrada ainda maior à sua linha. O que seria inteligente.
Além da saída de Tavares, agora há menos preocupação com metas mais restritivas de emissão, devido à nova administração governamental americana. Mesmo que a indústria continue a oferecer elétricos e híbridos, e ela deve fazer isso, a opção de V8 a gasolina é essencial, e a Dodge, parece disposta agora a voltar a esta missão que sempre teve.
O CEO da Ram, Tim Kuniskis, que voltou à empresa com a saída de Tavares (e é defensor do V8) disse que não estava descartando o retorno do Hemi à marca de caminhonetes, mas não imediatamente: a nova arquitetura elétrica do 1500 não aceita o V8, ainda, e tem que ser modificada. Mas certamente, é o primeiro lugar que o veremos de volta. E que seja bem-vindo! (MAO)
Tesla com problemas; Jeremy Clarkson faz piada
A gente evita aqui falar de política, para não causar uma celeuma danada nos comentários, celeuma esta que muitas vezes acaba nem sendo a respeito do assunto automobilístico em questão. Portanto, esteja no time Elon Musk ou não, entenda que esta notícia diz respeito aos problemas que acontecem quando uma empresa, no caso a Tesla, toma partido político.
O resumo é que não dá muito certo, esta posição estando de um lado ou de outro da divisão política moderna. Por isso, normalmente, só acontece quando a empresa tem uma pessoa como dono, e ele não fica quieto de jeito nenhum. E a Tesla, olha só, prova isso, pois esteve nos dois extremos politicamente falando. Sim, está sendo abandonada justamente pelas pessoas que a colocaram num pedestal.

O fato é as vendas da Tesla na Europa continuam seu declínio alarmante, registrando uma queda impressionante de 45% em janeiro e fevereiro de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o mercado europeu de veículos elétricos viu um aumento de 31% nas vendas gerais, com a linha ID da Volkswagen provando ser a principal beneficiária dessa mudança.
O Tesla Model Y ainda detém o título de elétrico mais vendido do continente, com 14.773 unidades no acumulado do ano. Mas isso é uma queda de 53% em relação aos números do ano passado! Vale mencionar que a versão atualizada do Model Y acabou de ser lançada, então isso pode mudar. Mas é provável que não.
Nos EUA ataques de vandalismo contra carros da Tesla, concessionárias e carregadores estão tão alarmantes que o FBI está criando uma força-tarefa para prender os vândalos e parar com o surto de violência. Está feio o negócio.
Sentado numa cadeira rindo profusamente com tudo isso está Jeremy Clarkson. No domingo passado, em sua coluna do Sunday Times inglês, Jeeza disse que “Dezessete anos depois que o simpático Sr. Musk me processou, a vitória é minha”. Clarkson não é nenhum santo, sabemos, mas a coluna é realmente divertida.
Em 2008, em um episódio do Top Gear, Clarkson disse que o Tesla Roadster “não é confiável”, “ridiculamente caro” e disse que “pesava mais do que a maioria das luas”. Musk ficou tão bravo que processou, alegando preconceito com elétricos (acusação comum neste assunto, parece), e quebras fajutas do carro no programa. Mas perdeu o caso, e o subsequente recurso. Clakson disse que “Eu realmente deveria tê-lo processado de volta, (mas), em vez disso, apenas esperei na margem do rio até que seu corpo passasse flutuando. Acabou de passar aqui.” Ouch! (MAO)
A perua Lancia Thema de Gianni Agnelli
Se o horizonte das marcas americanas da Stellantis parece mais claro, na Europa, a Lancia, em processo de reanimação, está enfrentando dificuldades.
A Lancia quase morreu, e estava limitada a vender carros urbanos só na Itália; com o lançamento do novo Ypsilon no ano passado, a marca expandiu sua presença para outros países: França, Espanha, Bélgica, Luxemburgo e Holanda, sinalizando um potencial renascimento. Na Itália, 160 showrooms foram modernizados no ano passado.

Mas parece que as coisas não estão indo bem. De acordo com dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), as vendas caíram impressionantes 72,7%, caindo para apenas 2.208 unidades nos primeiros dois meses do ano em comparação com o mesmo período em 2024, quando o Ypsilon era novidade. Difícil, mas quem pode dizer que não era esperado?
Lancia costumava ser o máximo do luxo e sofisticação italianos, mas desde que a Alfa Romeo passou a fazer parte da Fiat em 1987, as duas marcas ficaram meio sem rumo, tendo públicos muito parecidos. Ambas correm risco de extinção, hoje.
Enquanto isso acontece, um exemplo do que era a marca num passado não tão distante aparece à venda em leilão. A história é a seguinte: quando a Lancia estava pensando na ideia de transformar o sedã Thema em uma perua, entrou em contato com a Pininfarina e a Zagato, encarregando-as de projetar cada uma sua própria versão perua do Thema.
A Zagato revelou sua criação primeiro, no Salão do Automóvel de Genebra em 1985, antes da Pininfarina exibir sua perua Thema no Salão do Automóvel de Frankfurt do mesmo ano. A Lancia finalmente decidiu produzir o carro projetado pela Pininfarina, e apenas dois protótipos da Zagato foram construídos.
Pois bem: um desses protótipos acabou como carro de uso pessoal de ninguém menos que Gianni Agnelli, um dos donos da Fiat. Agnelli usou o carro por dois anos, aparentemente dirigindo-o ele mesmo. Visualmente, ele se parece muito com o carro da Pininfarina, mas tem colunas D pretas e uma porta traseira ligeiramente diferente.
O carro, ano/modelo 1985, é topo de linha, claro; o que este ano significa um V6 PRV de alumínio e 2,8 litros, 150 cv, e velocidade máxima de 208 km/h no sedã (será que a perua chega a 210?). O câmbio é automático, e a tração, dianteira. O carro é parte da família tipo 4, e então é enorme por dentro.
Agora, a RM Sotheby’s leiloará o carro em 20 de abril. Atualmente, tem 92.329 km rodados e parece estar em excelentes condições. A cabine também foi bem conservada e os assentos de tecido azul mostram muito poucos sinais de desgaste. A casa de leilões espera que ele seja vendido por entre € 80.000 e € 160.000.
Uma perua familiar grande, espaçosa, e de luxo; veloz, mas de forma alguma esportiva. Uma boa dica do que poderia ser o Lancia, ainda hoje. Isso, e uma versão Integrale do Ypsilon, talvez ajudassem muito. Ou é tarde demais para salvar a casa que Vicenzo Lancia construiu? (MAO)
Novo Argo/Cronos flagrado na Argentina
O facelift dos Fiat Argo e Cronos parece estar chegando às lojas. Depois de muitos flagras de carros camuflados que não mostravam muito, agora o carro foi fotografado sem disfarces. As fotos vem do Motor1.com Argentina.
As atualizações são principalmente na dianteira, e contam por exemplo com faróis de LED com luzes diurnas segmentadas. A grade agora tem filetes verticais, é côncava, e um enorme logotipo-nome FIAT no meio. O para-choque dianteiro é diferente do atual também.

Já era hora de se fazer algo: o carro já tem nada menos que 7 anos de mercado. Segundo declarações da empresa, existirão novidades em segurança veicular; talvez volta de airbags laterais, e desempenho melhor em testes independentes como o LatinNCAP.
Não se espera, porém, mais mudanças além do desenho. Deve permanecer largamente o mesmo carro mecanicamente; tanto o Argo quanto o sedã Cronos foram atualizados recentemente para atender às exigências do Proconve L8, mantidos os atuais 1.0 ou 1.3 aspirados com câmbio manual de 5 marchas ou automático CVT.
Virá uma versão 1.0 Turbo? Não parece provável, mas saberemos em breve. Este deve ser o último investimento nele: será substituído pelo Grande Panda, que já está confirmado para o Brasil. (MAO)