Faz tempo que não rola uma Sessão da Manhã por aqui, não? Também sentimos falta. E, para voltar com tudo, trazemos a vocês uma belíssima seleção de vídeos de drift, todos eles gravados durante a quinta etapa do campeonato Drift All Stars, que foi realizado em Kaunas, na Lituânia. E não estamos falando de um circuito que fica em Kaunas, mas sim das ruas do centro da cidade!
O Drift All Stars é uma das competições de dorifuto mais importantes da Europa, e destaca-se por ter a maioria de suas etapas (este ano são seis) realizadas na Europa Oriental, em países como a Letônia, a Estônia e a Polônia — neste último, acontecerá a grande final, nos dias 17 e 18 de outubro. As duas primeiras etapas foram realizadas no Reino Unido e na Suécia.
O que tornou a etapa da Lituânia diferente das outras foi o local. Em vez de um circuito fechado; como o Arena Motorsports Park do Reino Unido ou a Motoarena Toruń, na Polônia; a competição foi realizada nas ruas da segunda maior cidade do país, atrás apenas da capital Vilnius.
Este é o grande barato das provas de drift. Dado o formato das baterias, onde normalmente dois pilotos disputam juntos por alguns minutos diante dos olhos de uma bancada de juízes, não é preciso ter um espaço muito grande e uma estrutura muito complexa para realizar uma competição. Basta ter espaço para os paddocks, lugar para o público e algumas dezenas de metros quadrados de asfalto.
Os circuitos podem ser montados usando cones e barreiras temporárias, e seu layout é bastante flexível por conta disto. Também é comum que o público fique bem próximo da ação — até porque bater nos muros é praticamente inevitável e, normalmente, o maior prejudicado nestes “acidentes” é o próprio carro, que perde partes do para-choque, componentes da suspensão e partes da carroceria a cada colisão. Felizmente, pilotos e equipes quase sempre estão preparados para isto. A beleza de um carro de drift também envolve todas as suas marcas de batalha.
Mas como foi a quinta etapa do Drift All Stars, afinal de contas? É o que vai ver agora.
A localização da pista temporária é responsável por boa parte da diversão. Os pilotos partem de uma pequena reta de cinco faixas, viram à direita para passar sobre um viaduto, e à esquerda para sair em uma pista de oito faixas, onde fica o retorno e sentam-se os espectadores.
Depois, eles fazem o caminho de volta. Como você deve ter percebido, cada “volta” é feita em dupla — o tal do tandem drift, sobre o qual já falamos aqui: o piloto que vai à frente dita o ritmo enquanto ambos tentam fazer a melhor volta possível, evitando qualquer tipo de contato entre os carros. Existem demarcações nas bordas da pista que garantem pontos extras caso o piloto passe sobre elas sem acertar o muro.
Para garantir que todos conheçam bem o traçado e aproveitem cada centímetro de asfalto, o primeiro dia da competição é dedicado aos treinos — que são assistidos pelos entusiastas com a mesma empolgação da competição no dia seguinte.
O cenário inusitado para uma competição automobilística também permite que os videomakers sejam criativos na hora de documentar tudo em vídeo.
O curta abaixo, por exemplo, mistura elementos de filme de ação, com uma introdução que mostra o líder de uma organização criminosa desafiando seu arqui-inimigo a resolver as diferenças na pista; a uma filmagem artística da competição em si. O título é Licence to Drift, e a produção ficou a cargo dos caras da Aatomotion, que se mostraram bem criativos. A gente assistiria uma versão mais longa sem problemas.
Outro belo registro visual foi feito pela Norbefilms. Eles já apareceram aqui no FlatOut antes, com o genial curta The Ugly Duckling, que conta a história de um BMW 325i E36 que pode não ser um exemplo de carro impecável, mas manda muito bem nas derrapagens controladas.
A cobertura dos caras é mais objetiva, e acompanha o lituano Ignas Daunoravičius em seu Série 3 E30 equipado com um V8 M62B44 — o motor de 4,4 litros e 295 cv que equipava, originalmente, o BMW 540i E39.
A propósito, se você quiser ver apenas o carro de Ignas em ação, não deixe de conferir o vídeo abaixo, feito no fim de 2014:
Seu maior rival nesta etapa foi o australiano Luke Fink, ao volante de um Nissan Silvia S13 equipado com um V8 small block Chevrolet preparado para entregar 600 cv — e, no fim das contas, acabou eliminado por Ignas, que pilotava um carro muito mais antigo. Para quem viu ao vivo, a sensação foi de ver Davi derrotando Golias.
A final foi disputada pelo polonês Piotr Więcek, em seu Nissan Silvia S14 equipado com um Toyota 2JZGTE (sim, o seis-em-linha de três litros do Supra!) preparado para render 800 cv; e o James Deane — que também pilota um S14 equipado com motor de Supra, porém com 750 cv e a clássica pintura turquesa e azul da Falken Tire. Ambos trocaram de posição algumas vezes durante a bateria, que teve direito a bis graças ao clamor do público. No fim das contas, Piotr levou a melhor com uma vantagem mínima concedida pelos juízes.
Se você não acompanha o circuito europeu de drift, não se sinta mal por não conhecer todos estes nomes — até porque são 32 pilotos de 16 países, que disputam eliminatórias em dupla até que os dois melhores se enfrentam na final. O que importa é saber que há espaço no mundo para todas as formas de automobilismo — incluindo uma competição de derrapagens controladas bem no meio de uma grande cidade na Europa Oriental.