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Sessão da manhã Zero a 300

É assim que se vende um Suzuki Vitara do jeito certo

Vender carros é uma arte não muito difícil de dominar. Coloque o preço no anúncio, fotos decentes e esteja disposto a responder perguntas (nada de “dispenso curiosos”) e não vai demorar muito até que encontre alguém para fechar negócio. Mas tem gente que exagera.

Anúncios irônicos, cheios de hipérboles no texto e tiradas engraçadinhas andaram na moda há um tempo atrás. Isto aqui vai um passo além: um comercial de verdade, cheio de efeitos especiais, para vender um Suzuki Vitara 1996. E não é que ficou bacana?

Aliás, bacana é pouco. Aparentemente, este é o melhor Suzuki Vitara do planeta… e de fora dele, também. Seu futuro ex-dono, Eugene Romanovsky, é especialista em efeitos visuais em uma produtora chamada Gravity, que fica em Tel Aviv, Israel. A companhia já produziu comerciais automotivos para a Ford, por exemplo, e não é exatamente pequena – o que ajuda a explicar o nível da produção.

Descrito como por Romanovsky como seu “melhor amigo por dez anos”, o Suzuki Vitara 1996 atravessa estradas difíceis, montanhas cobertas de neve, dunas no deserto, pradarias, planícies, savanas e florestas, mergulha no oceano e decola até a lua – onde, embasbacado, um astronauta observa enquanto o pequeno utilitário decola novamente e, provavelmente viajando mais rápido do que a própria luz, materializa-se a là “De Volta Para o Futuro” de volta para a Terra. Não sem antes encarar dinossauros, uma avalanche e um tubarão-martelo.

O vídeo foi feito usando imagens de documentários do National Geographic, filmagens do fundo do mar e trailers de filmes como “O Parque dos Dinossauros” (Jurassic Park, 1993), “Apollo 18 – a Missão Proibida” (Apollo 18, 2011) – um suspense de horror ao estilo “A Bruxa de Blair” sobre uma suposta ameaça alienígena na Lua – e “Mad Max: Estrada da Fúria” (Mad Max: Fury Road, 2015). Até dá para relevar detalhes como a iluminação sobre o Vitara, incompatível com algumas cenas, porque o resultado geral é legal e dá para ver que a produção foi feita com capricho. Romanovsky não diz quais softwares usou, mas os comentaristas na página do vídeo no Youtube apostam em uma mistura de diversos programas de edição de vídeo, como Adobe After Effects e Premiere, e o criador do vídeo respondeu dizendo foi mais ou menos isto mesmo. Programas mais avançados poderiam dar um tratamento melhor às sombras do Vitara em algumas cenas.

O Suzuki Vitara de 1996 também não é mau negócio. A primeira geração do SUV foi lançada em 1988 e produzida até 1998, vendida no Japão como Escudo (sim, aquele Suzuki Escudo é derivado do Vitara, de certo modo) e nos EUA como Suzuki Sidekick. Nestes dez anos, o pequeno utilitário mostrou-se um off-roader bastante competente, com construção robusta, motores confiáveis (incluindo um V6 a gasolina de dois litros e 135 cv) e tração nas quatro rodas com reduzida (opcional quase obrigatório) e estilo na medida para agradar os fãs do Jeep original que buscavam algo mais moderno.

Falando em Jeep, Romanovsky diz que seu próximo carro será um Jeep Wrangler Avalanche, cujo comercial também foi usado no vídeo sem qualquer cerimônia.

Agora, não foi a primeira vez que alguém inovou na hora de criar um comercial para vender seu carro. Um caso ficou famoso recentemente: o jovem filmmaker Luke Aker tinha um Nissan Maxima GLE de segunda geração fabricado em 1996, cuja única opção de motor era um V6 de três litros e 190 cv, capaz de levar o sedã até os 100 km/h em oito segundos com câmbio automático de quatro marchas – exatamente igual ao carro de Luke. Até que não é mau.

Só que o carro já não estava em seus dias de glória havia um tempo. O para-choque, preso por um arame. A pintura toda cheia de marcas do tempo, assim como as rodas. Os “atributos” do carro são os faróis, o limpador de para-brisa e a capacidade de “te levar do ponto A ao ponto B na maioria das vezes”.

A verdade é que comprar o Maxima de Luke parecia uma má ideia. Exceto que a própria Nissan decidiu fazê-lo como recompensa por sua originalidade e sua dedicação ao carro, e ainda restaurou o carro em sua própria fábrica para entregá-lo de volta a Luke. E ainda contrataram a companhia onde ele trabalha, a Ikonik Films, para produzir o vídeo contando a história. O “comercial” foi veiculado em 2013, e o sedã ficou pronto em fevereiro de 2014.

E olha como ele ficou:

1996-Nissan-Maxima-Craigslist-6

Será que a Suzuki faria o mesmo pelo Vitara de Romanovsky?