Em 2014, a Fórmula 1 voltará para a Áustria depois de 11 anos — o último GP no disputado por lá aconteceu em 2003. Para comemorar, o austríaco Gerhard Berger recebeu Sebastian Vettel para dar uma volta no Red Bull Ring, cada um com o carro favorito de suas carreiras. E depois os dois trocaram de lugar — Vettel assumiu o volante da Ferrari F1/87 de Berger que, por sua vez, pilotou o RB8 2012 do jovem alemão. E como foi?
Ver dois pilotos de épocas diferentes juntos, na mesma pista, pilotando seus próprios carros, já é uma experiência diferente. O carro de Berger, o F1/87, foi o o escolhido pois foi com ele que o piloto venceu o GP de Monza, na Itália, em 1988. Vettel escolheu o RB8 por ser o carro com o qual ele conquistou o título em 2012 — seu terceiro consecutivo.
A Ferrari de Berger tinha um motor V6 de 1,5 litros equipado com uma turbina operando a 2,5 bar de pressão. Apesar de ser um carro gastador, era também um dos mais potentes da temporada, com 650 cv — que precisavam empurrar 542 kg. Vettel gostou do carro, e disse que nunca havia pilotado um monoposto com três pedais e alavanca de câmbio.
Por outro lado, Berger ficou no comando de um carro com motor V8 aspirado de 2,4 litros capaz de girar a até 18.000 rpm e entregar 750 cv, acoplado a uma transmissão semiautomática de sete velocidades. São dois mundos diferentes, lado a lado. Um constraste gigantesco — a começar pelo ronco.
Mas por que Berger e Vettel? Berger, assim como o tricampeão Lauda, é uma lenda local do automobilismo. Sebastian Vettel é o principal nome da Red Bull Racing — e a marca de energéticos também é dona do autódromo desde 2004, tendo sido responsável pela reforma concluída em 2011 e, consequentemente, pela volta da F1 à Áustria.
O circuito de Spielberg, na Áustria, foi construído em 1969 para abrigar a Fórmula 1 no lugar do circuito de Zeltweg Airfield, que era uma pista improvisada e sem personalidade. Quando ficou pronto, o circuito foi batizado de Österreichring, e se tornou o palco da F1 por 18 anos consecutivos. No último ano, 1987, a corrida foi marcada por uma série de acidentes, causados principalmente pela alta velocidade dos carros na estreita reta dos boxes, e teve que ser recomeçada duas vezes.
Depois da corrida — onde Nelson Piquet estabeleceu o recorde de volta mais rápida, 1:23.357), o Österreichring e só voltou a receber a F1 em 1997 — quando já havia sido modificado por Hermann Tilke e sido rebatizado de A1-Ring. Foram sete GPs até 2003 — no ano seguinte, as instalações do circuito foram demolidas. Em 2012, a reconstrução terminou e o agora chamado Red Bull Ring voltou a receber corridas.