Treze de outubro foi uma data festiva para os fãs de Subaru: foi quando o Clube Subaru organizou a sexta edição do seu encontro nacional ENCS. Desta vez, os caras quebraram a tradição de encontro estático, saíram do Box 54 e partiram para o Autódromo de Piracicaba (ECPA) com uma overdose de soukoukai (sessão de pista não-competitiva) com track day, drift day, desfile de Subaru na pista e um desafio de arrancada abrindo a noite. Até São Pedro deu uma força, postergando a chuva somente para tarde da noite.
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Nós estivemos presentes com quase toda a equipe. Além de batermos um papo com os entusiastas, montamos nossa tenda de camisetas com uma nova coleção (ao lado dos nossos parceiros detailers da Redentora) e, claro, fizemos uma cobertura, com a mega galeria de fotos em alta (para ampliar as fotos, clique nas imagens) que você verá neste post e…
…também um pequeno clipe mostrando um pouco da ação de pista que rolou durante o track day. Os tempos, nomes e carros mais rápidos estão em lista corrida ao longo do vídeo – os Lancer Evo X invadiram a festa e acabaram ficando no topo!
Além disso, confira o vídeo oficial do ENCS, produzido pelo Duarte do Subbie:
Uma coisa não mudou nestes seis anos de ENCS: o clima de camaradagem. Há encontros maiores e outros mais sofisticados, mas poucos conseguem ter esta atmosfera de união. Fica o nosso parabéns a todos os organizadores tanto do Clube Subaru quanto da Crazy for Auto por conseguir realizar esta empreitada complexa, mas com total clima de família – encontro, track day, drift e arrancada num evento só não é para qualquer um.
Agora vamos à galeria: se prepare para uma overdose de fotos, começando pela cor mais tradicional da Subaru!
50 tons de azul
Sonic Blue Mica, World Rally Blue (WR Blue), 555 Blue… e os carros da Prodrive ainda empregaram um outro tom de azul. Ao longo dos anos ainda surgiram variações mais claras ou mais escuras na linha Impreza, como Island Blue, Lapis Blue, Subaru Blue, Light Blue ou Mystic Blue. Mas, na prática, você sabe: se é um tom de azul bem saturado e denso e é Subaru, a ligação com a marca britânica de cigarros State Express 555, que patrocinou a empreitada da Subaru-Prodrive no WRC, é inevitável. E é isso que importa.
A maior parte das marcas que possuem uma signature colour estão ligadas às cores nacionais empregadas no automobilismo no começo do século passado (leia aqui a história) – caso da Ferrari e Alfa Romeo com o vermelho, McLaren com o laranja, Lotus e BRM com seus tons de verde ou o prata da Mercedes-Benz. Histórias como esta da Subaru-Prodrive são raríssimas.
Neste evento de 2018, não poderiam faltar os exemplares azuis do Impreza. E foi uma grande felicidade os organizadores do ENCS reunirem um exemplar de cada geração para um ensaio no fim da tarde. Por isso, começamos esta mega galeria com uma enxurrada de tons de azul.
Primeira geração (GC): o patriarca
Mais compacto e dinâmico que o Legacy, o Impreza foi o carro responsável por fazer da Subaru uma marca competitiva no WRC, em uma parceria de 18 anos com a Prodrive. A primeira geração foi imortalizada por uma série de pilotos lendários, como Ari Vatanen, Carlos Sainz e, claro, Colin McRae, que conquistou o título de pilotos em 1995 – terceira temporada do Impreza no WRC.
Não temos dúvida de que a primeira geração é a que melhor representa a essência do Impreza – é como o Lancer Evo VI. É mais compacto, leve e esguio que todos os seus sucessores e carrega em seus ombros o legado da história no WRC. Os modelos desta geração GC são sempre maioria nos ENCS e neste evento vimos diversos tipos de customização e preparação.
Um dos nossos favoritos é o exemplar creme de JJ, o carro das quatro primeiras fotos desta bateria, que incorporou uma homenagem tanto visual quanto de preparação do WRX STI Spec C Type RA, modelo radical da geração posterior (GD) cuja história e detalhes técnicos contamos neste episódio do FlatOut Midnight. Os detalhes técnicos do Impreza de JJ todos nós veremos num episódio futuro, cuja produção já agendamos!
Segunda geração (GD): a evolução do mito
Uma das coisas mais curiosas da segunda geração do Impreza é o fato de ele utilizar a mesma plataforma, empregando uma série de reforços no túnel central, no assoalho e alguns outros elementos estruturais – mas praticamente todos os componentes mecânicos são intercambiáveis com os GC. Mais comprido em 45 mm e 40 mm mais largo, a geração GD teve três estilos de carroceria que rapidamente foram apelidadas pelos entusiastas de bug eye (2000-2002), blob eye (2002-2005, facelift realizado com a ajuda de Peter Stevens da Prodrive) e hawk eye (2005-2007).
A segunda geração ficou conhecida como a última a participar oficialmente do WRC. Em setembro de 2008, a Subaru anunciou o fim de seu programa no rali mundial após seis títulos: três de construtores e três de pilotos: Colin Mcrae em 1995, Richard Burns em 2001 e Petter Solberg em 2003. Destaque especial para o tributo ao modelo S202 STi amarelo, que vocês também verão no FlatOut Midnight num futuro não muito distante!
Terceira geração (GE/GV e GH/GR): uma nova era
A terceira geração do Impreza marcou um divisor de águas: foi quando o Subaru se tornou um carro maior, mais luxuoso, mais sofisticado e com suspensão mais macia – ainda que seu peso tenha ficado na mesma faixa do GD, com pouco menos de 1.400 kg. Sem a necessidade de ser um carro de homologação e precisando ser um produto mais competitivo nas ruas e estradas, o Impreza assumiu um entre-eixos 38 mm mais longo, aumentando o seu espaço interno. Sua nova plataforma disse adeus às portas estilo cupê, sem molduras, bem como à versão perua – mas para compensar, nasceu a carroceria hatch.
Houve duas fases do WRX: com carroceria estreita (sedã GE e hatch GH) e com carroceria widebody do STI (sedã GV e hatch GR), adotada em 2010 após reclamações dos clientes que queriam o visual invocado do irmão mais extremo.
Quarta geração (VA): corpo com esteróides
Com quase todos os painéis de carroceria diferentes do Impreza (as únicas exceções são as portas dianteiras e a tampa do porta-malas), a quarta geração perdeu até mesmo o “Impreza” do nome, ficando conhecida como Subaru WRX. Esta geração marcou o fim do motor EJ no WRX (ainda que o STi tenha permanecido com o EJ257). Maior do que nunca, o WRX se tornou mais um sedã estradeiro, ao menos em sua configuração original. Contudo, nada como fãs entusiastas para fazerem projetos extremos do STi. Temos ao menos dois exemplares no Brasil que faremos matérias para vocês. Um deles é o que abre esta pequena série de fotografias. O outro é praticamente um carro de corrida categoria Força Livre “disfarçado” de carro de track day, que infelizmente não estava presente no ENCS.
Outros modelos
Legacy, Outback, Vivio (note a pintura WRC e o local onde ele foi exposto, no topo de um container!), Tribeca, XV… tinha até um BRZ, mas infelizmente seu proprietário ficou por pouco tempo no evento, saindo antes que começássemos a descarregar os cliques! Outro carro que sentimos falta é do Alcyone (SVX).