Deixando um pouco de lado o valor cinematográfico da franquia, é fato que “Velozes e Furiosos” fez parte da vida de muitos entusiastas – os que já gostavam de carros antes e os que se tornaram fãs de carros por causa do primeiro filme, lançado em 2001. E é bem provável que você já tenha sonhado em montar uma réplica de algum dos vários bólidos que aparecem na tela. Especialmente dos três primeiros títulos, que são os mais voltados às corridas ilegais, de fato.
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Também era este o sonho de Jorge Acosta, que mora em Edmonton, no Canadá. Ele começou há três anos, com uma réplica do Mitsubishi Eclipse que Brian O’Conner usa no primeiro filme – e não parou mais. De lá para cá, Jorge já acumulou 24 réplicas de diferentes carros que aparecem em todos os filmes lançados até agora. Incidentalmente, é a maior coleção de réplicas dos carros de “Velozes e Furiosos” em todo o planeta. Ao menos de que se tem notícia.
Acosta diz que sua inteção nunca foi ter a maior coleção com esta temática – inicialmente ele só queria o Eclipse, mesmo. “Foi esse carro, naquela primeira corrida, que começou tudo”, diz ele no vídeo acima, feito pelo canal Roads Untraveled. “Mas aí eu me empolguei”.
Jorge diz que ficou impressionado com a quantidade de pessoas que constroem réplicas dos carros de “Velozes e Furiosos” – algo que nem devia surpreendê-lo, considerando que o primeiro filme já tem quase 20 anos. E foi através de seus projetos que ele conseguiu entrar em contato com Craig Lieberman, o consultor e fornecedor de vários dos carros usados na trilogia original, para lhe ajudar a encontrar as peças corretas e fornecedores, primeiro para o Eclipse – o para-choque dianteiro é a própria peça que aparece no filme – e depois para os outros.
Entre os “outros”, há réplicas dos carros de quase todos os filmes. O primeiro “Velozes” ainda é representado pelo Jetta do Jesse, o Dodge Charger do Dom Toretto, o RX-7 que Dom dirigia antes de perdê-lo na corrida, o Nissan RX-7 do Leon e até veículos mais “lado B”, como a F-150 SVT Lightning da oficina. Outros carros emblemáticos são o R34 prata com grafismos azuis (“Droga, é o Brian!), o RX-7 do Han Lue em “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (The Fast and the Furious: Tokyo Drift, 2006), o Evo VII e o Eclipse conversível da dupla Brian e Roman no segundo filme, o Evo IX de Tokyo Drift, e uma seleção de carros que apareceram nos filmes que vieram depois.
Deve ser bacana poder mergulhar em um hobby com tanta dedicação em tão pouco tempo. Jorge conta que, quando percebeu que sua coleção estava grande demais para a garagem de casa, tratou de procurar uma propriedade grande com um galpão.
Quando encontrou o lugar perfeito – de fácil acesso, não muito afastado e a um preço bacana – Jorge tratou de enviar as fotos da coleção para o dono, a fim de convencê-lo e mostrar qual eram seus planos para o local. Ele diz que isto ajudou na negociação, talvez porque o proprietário também fosse um fã da saga…
A esta altura você deve estar se perguntando como um cara consegue juntar 25 réplicas de Velozes e Furiosos em três anos e ainda comprar um galpão para guardá-la. Pois Jorge diz que, quando viu que a coisa estava ficando séria, deu um jeito de financiar a criação das réplicas usando os próprios carros: enquanto procurava bases para seus próprios projetos, começou também a importar outros carros do Japão para revender e, com o lucro, construir suas réplicas. E é nisto que ele gasta todo o dinheiro.
E, claro, o gasto é grande – e não é raro que as modificações saiam mais caro que o próprio carro. Aconteceu com o Nissan 350Z, outro carro de Tokyo Drift: o carro custou CA$ 5.000 (cerca de R$ 20.000 em conversão direta), mas o bodykit, sozinho, saiu por CA$ 7.000 – um kit Widebody da Veilside que dá ao carro nova frente, para-lamas mais largos, novas saias laterais e para-choque traseiro remodelado.
O Mitsubishi Eclipse do primeiro filme e o Subaru Impreza WRX hatchback – o STi que aparece em “Velozes e Furiosos 7” (Furious 7, 2015), com capô de fibra de carbono – são os carros mais fiéis da coleção, segundo o próprio Jorge. O Impreza tem até a rollcage feita nas mesmas especificações do carro do filme, gentilmente cedidas pela produção.
Os demais têm níveis distintos de fidelidade. O Dodge Charger, por exemplo: Jorge simplesmente não quis descaracterizar o Charger 1968 que está no galpão para transformá-lo no Charger 1970 do Toretto, processo que incluiria cortar o capô para o blower falso, e também a troca da dianteira. A solução vai ser comprar outro exemplar – um 1969 que já tem o supercharger e já teve a frente convertida para o visual de 1970. Outros carros estão em quase prontos, precisando apenas de alguns detalhes – como o RX-7 do primeiro filme, que só precisa dos faróis corretos.
Jorge diz que quer chegar a um acervo de 35 carros – ou seja, faltam 11. Oito deles já estão a caminho, incluindo uma réplica dos Honda Civic usados no roubo do caminhão em “Velozes e Furiosos”. Este é o carro pelo qual o colecionador está mais ansioso, seguido de perto pelo Honda S2000 rosa de Suki no segundo filme.
A opção por ter carros de todos os filmes na coleção é fácil de entender: por mais que, como todos nós, Jorge goste mais dos três primeiros “Velozes e Furiosos” – pela mesma razão que todos nós, diga-se – ele acredita que a série continua fazendo seu papel em atrair mais pessoas, especialmente os mais jovens, para a car culture. E, com sua coleção, ele também faz sua parte.