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Automobilismo Car Culture

Este BMW 3.5 CSL 1976 da equipe de fábrica é o único carro que queremos comprar hoje

O BMW E9 é, sem dúvida, um dos carros de corrida mais emblemáticos da companhia bávara. Mas talvez você o conheça por seu outro nome: 3.0 CSL “Batmobile” (ou “Batmóvel, mesmo). E, se você é fã da BMW, sabe muito bem o motivo.

Estamos falando de um dos carros de competição mais bem sucedidos da história da BMW, que colecionou vitórias nas categorias de turismo europeias na década de 1970 com alguns dos melhores pilotos da época ao volante. Um carro absurdamente bonito, apesar do visual exagerado – tão bonito que até recebeu uma homenagem em forma de conceito no ano passado, o BMW 3.0 Hommage, apresentado durante o Concorso d’Eleganza Villa d’Este. É um verdadeiro ícone.

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E é por isto que ficamos impressionados com este carro verde: um BMW 3.5 CSL 1976, utilizado pela equipe de fábrica, com um belo histórico em competições e exatamente como era 40 anos atrás, quando novo. É uma daquelas cápsulas do tempo de que a gente tanto gosta. Detalhe: só fizeram mais três iguais a este.

Você deve lembrar da história do BMW E9, lançado em 1968. A família de cupês era como uma mistura do sedã New Six, como ficava evidente pela dianteira e pelos motores de seis cilindros 2.5, 2.8 e 3.0, mas também tinha parentesco direto com os cupês New Class 2000CS – é só olhar a traseira.

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Desde o início o E9 foi usado em provas de turismo e subida de montanha, mas em 1971 a potência do seis-em-linha de três litros já não era suficiente para mantê-lo competitivo. Fazia-se necessário um carro mais leve e aerodinâmico para tal, e assim surgiu o 3.0 CSL – Coupe, Sport, Leicht, ou “Cupê, Esportivo, Leve” em português. A leveza vinha da adoção de aço mais fino na carroceria, além de componentes de alumínio, interior aliviado e janelas laterais de acrílico. Com isto, chegava aos 1.310 kg, ou 200 kg a menos que o 3.0CS.

O carro foi homologado pela preparadora (hoje fabricante) Alpina em 1973 e ganhou um pacote aerodinâmico que incluiu para-choques maiores, para-lamas alargados, barbatanas nas laterais do capô, um defletor de ar na “saída” do capô e uma enorme asa traseira. Foi esse kit aerodinâmico que deu origem ao apelido “Batmóvel”.

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O sucesso do 3.0 CSL foi absoluto: com o seis-em-linha ampliado para 3,2 litros e preparado para render cerca de 300 cv, ele conquistou praticamente todos os títulos entre 1973 e 1979, com exceção de 1974. Apesar do deslocamento, porém, o carro continuava sendo chamado de 3.0 CSL. Sim, aquela época era meio confusa.

Em 1975, com o sucesso dos carros da Alpina, a própria BMW decidiu competir com o E9, e contratou a Schnitzer Motorsport para ser sua equipe de fábrica.

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Eles tinham cacife para isto: a Schnitzer foi fundada em 1967 pelos irmãos Josef e Herbert Schnitzer, que começaram a pilotar profissionalmente em 1962. A fundação da equipe de corrida veio depois que Josef Schnitzer venceu o campeonato alemão de turismo ao volante de um BMW 2002tii, e não demorou para que eles conseguissem destaque na cena automobilística europeia. Tanto que, em 1968, os Schnitxer decidiram pendurar os capacetes e dedicar-se somente à direção da equipe.

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A BMW encomendou à Schnitzer quatro unidades do 3.0 CSL prontas para disputar corridas do Grupo 5 da FIA, que incluía caras como o Porsche 935 “Moby-Dick” e o Lancia Stratos Turbo. Como o regulamento permitia motores de até 3,5 litros, naturalmente o seis-em-linha teve seu deslocamento ampliado, e o carro passou a se chamar 3.5 CSL. Com corpos de borboleta individuais, comando duplo no cabeçote e 24 válvulas, o seis-em-linha entregava nada menos que 480 cv.

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O carro em questão, de chassi 2275982, é especial por algumas razões. Primeiro, ele foi o que obteve os melhores resultados na temporada de 1976, vencendo duas corridas – os 1.000 Km de Österreich, na Áustria, e os 1.000 Km de Nürburgring, na Alemanha. Com isto, este 3.5 CSL é o mais bem sucedido dos quatro, ficando em segundo lugar no campeonato, atrás apenas do Porsche 935. Nada mau, hein?

Além disso, este foi o único exemplar do 3.5 CSL a ser guiado por dois pilotos contemporâneos da Fórmula 1 durante aquela temporada – Ronnie Peterson e Gunner Nilsson. E, por fim, estamos falando de um carro completamente matching numbers. Ou seja: até hoje ele tem o mesmo motor, o mesmo câmbio e o mesmo diferencial que utilizava quando competia.

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No fim de 1977, o carro foi vendido para um empresário da Indonésia, que mudou as cores originais e competiu com ele por algum tempo e depois o trancou em uma garagem até 2002, quando seu atual dono o encontrou. De volta ao Reino Unido, o carro foi completamente restaurado, e pintado de verde novamente.

Dos quatro carros encomendados para a Schnitzer na época, apenas três existem até hoje. Um deles não funciona mais, e o outro é o Art Car de 1975 da BMW, e sai do museu da marca na Baviera apenas em ocasiões muito especiais. Sendo assim, este é o único 3.5 CSL 1976 da equipe de fábrica da BMW que ainda pode ser usado como carro de corrida.

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E ele está à venda! A concessionária alemã Jan B. Lühn oferece o carro a um valor não revelado. Certamente não é para nosso bico mas, se fosse, não pensaríamos duas vezes.