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Este cara pintou sua Ferrari F40 de Verde Abetone e ela ficou absurdamente bonita

Se você é como a gente, certamente conhece muitos detalhes sobre a Ferrari F40. Sabe que ela tem um V8 biturbo de cerca de 500 cv (um pouco menos na Europa, um pouco mais nos EUA), que só fizeram 1.311 exemplares dela e que a maioria delas saiu da fábrica com uma fina camada de tinta vermelha Rosso Corsa. Dizem que, para manter o baixo peso do carro, a Ferrari só usou dois litros de tinta em cada carro, e por isso dá até para ver a trama da fibra de carbono por baixo da pintura. Dentre uma infinidade de minúcias saborosas que detalhamos nesta outra matéria aqui.

Agora, nem toda F40 é vermelha: algumas foram pintadas de outras cores pela própria Ferrari, a fim de agradar clientes especiais. Estima-se que 12 delas, no total: duas de preto e dez de amarelo Giallo Modena. Fora os outros exemplares que receberam novas cores depois da compra, quase sempre pela Pininfarina. Já, já, nós vamos relembrar algumas delas. Mas primeiro… vamos falar sobre esta Ferrari F40 que foi pintada recentemente na cor Verde Abetone. Olha… a gente curtiu. Bastante.

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O carro pertence ao italiano Eugenio Amos, conhecido membro da alta sociedade italiana, piloto da Lamborghini Super Trofeo e do campeonato Blancpain de endurance (do qual fazem parte as 24 Horas de Spa-Francorchamps), colecionador de automóveis com extremo bom gosto (ele tem um Mercedes-Benz CLK GTR e um Porsche 911 GT1, só para te dar uma ideia) e um grande entusiasta no geral.

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O carro foi apresentado durante a edição 2017 do Milano AutoClassica, evento que aconteceu no último fim de semana e reuniu algumas das maiores preciosidades da indústria automotiva italiana sob o mesmo teto. Se liga neste tour feito pelo canal Italian Supercar Videos, que mostra a F40 em detalhes.

Não bastando o fato de virtualmente toda F40 sobrevivente no mundo ser um carro pouquíssimo rodado, Eugenio mandou restaurar o carro recentemente, e este é o resultado da restauração. Mas… e esta cor verde? Qual é a história por trás?

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Pois bem: esta é a segunda F40 da coleção de Eugenio, comprada recentemente em um leilão – a primeira foi vendida no ano passado. O carro estava um pouco cansado, e Eugenio decidiu devolvê-la a sua boa forma original, com um “pequeno” toque personalizado – só assim para a F40 ficar ainda mais exclusiva. Uma de suas cores favoritas é o verde. Sua coleção está cheia de carros verdes, em diferentes tonalidades. A maioria deles é de carros italianos, mas não conseguimos deixar de imaginar que o cara seja fã do British Racing Green.

Fica fácil de entender: a F40 entrou na dança, também, para combinar com os outros carros verdes de Eugenio. Há quem chame de heresia mas, honestamente, não é preciso: para cada uma das Ferrari F40 não-vermelhas existem mais de 1.000 na cor original. Vamos superar essa história de heresia?

Segundo uma das publicações de Eugenio no Instagram, a F40 ficou três meses em um estúdio de pintura e restauração Lá, a pintura vermelha original foi removida e a fibra de carbono teve suas imperfeições corrigidas – a F40 foi um dos primeiros carros produzidos em série a utilizar o material em grande quantidade, e as técnicas de fabricação não eram tão avançadas como hoje. Há pouco mais de um mês, a Ferrari ainda estava no primer:

Aqui, já com boa parte da pintura feita:

O interior do carro também recebeu um trato durante a restauração: originalmente, os bancos da F40 podiam ser pretos ou vermelhos – era a única opção. O carro de Eugenio, porém, ganhou revestimento de couro marrom Schedoni, mesmo material utilizado nas malas feitas sob medida que a Ferrari fornecia a seus clientes, feitas especialmente para caber nos limitados compartimentos de bagagem dos carros de Maranello. O resultado é um interior quase idêntico ao da F40 de Nigel Mansell, a única que saiu originalmente de fábrica com este acabamento nos bancos.

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Vale lembrar que a cor Verde Abetone está 100% presente no catálogo da Ferrari, e pode ser vista nos modelos mais modernos, como a 458 Italia. A cor tem este nome por conta da cidade de Abetone, na região italiana da Toscana, onde há uma das maiores pistas de esqui do planeta. A localidade também é famosa pelo verde de suas florestas e lagos. Em resumo: a personalização feita nesta F40 é toda contextualizada dentro da casa.

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E há outro detalhe, também: não é a primeira vez que alguém muda a cor de sua F40 na restauração. O sultão do Brunei tem pelo menos uma Ferrari F40 em cinza metálico com couro nos bancos, que encomendou diretamente a Maranello. A primeira Ferrari com câmbio sequencial e trocas no volante, aliás, também foi feita para a família dele.

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Isto sem falar no punhado de outras F40 pintadas ou envelopadas em cores diferentes que existem por aí. Olha só:

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E você? Aprova ou reprova a mudança de cor em uma Ferrari F40?