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Zero a 300

Ferrari! | Ferrari! | Mobi e mais Ferrari!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Ferrari 250 GTO pode bater recorde em leilão, novamente

O carro mais caro já comercializado a gente já contou qual é: um dos dois Mercedes-Benz 300 SLR coupé que existem, um dos famosos “Uhlenhaut coupe”, vendido para um cliente desconhecido pelo Museu da Mercedes pela bagatela de € 135 milhões. Mas este é um ponto fora da curva: em condições normais de temperatura e pressão, o carro mais caro do mundo é uma das 36 Ferrari 250 GTO.

Se comenta que o valor delas hoje está na faixa de US$ 70 milhões; em 2018, uma delas foi vendida em leilão, e sabemos então seu preço: US$ 48,405 milhões. É um recorde de valor em leilão, nunca superado. Mas agora, um 250 GTO muito especial estará à venda na RM Sotheby’s em 13 de novembro de 2024, e pode superar este valor.

Tudo no 250 GTO é perfeito: do seu baixo peso ao seu chassi divertidíssimo; do berro demente de seu pequeno V12 ao prazer de operar a caixa de câmbio. Não há assistência de direção ou freios, e um cabo aciona as 12 borboletas dos seis Webers duplos diretamente. Tudo é direto, previsível e delicioso. Fácil de dirigir rápido para gente sem experiência, é um Stradivarius na mão de quem sabe dirigir de verdade. Não é à toa que vale tanto, e tantas réplicas existem: dizem que das 36 fabricadas, só sobreviveram 1327.

O 250 GTO que será vendido é especial primeiro por ter um motor maior: ao invés de 3 litros e 300 cv, este tem 4 litros e 390; aproveitava mudanças do regulamento do ano seguinte. Era inicialmente um carro de competição da própria Ferrari em 1962.

O carro a ser leiloado, quando era um carro de corrida: Nurburgring 1000 km, 1962, com Mike Parkes

Na sua primeira corrida, os 1.000 quilômetros de Nürburgring de 1962, já ganhou o primeiro lugar na classe e o segundo lugar na geral. Depois de Le Mans (o carro superaqueceu e não completou a corrida), a Ferrari então converteu o veículo para as especificações do 250 GTO normal, e o vendeu no mercado. O trabalho incluiu a troca do motor experimental de 4 litros por uma unidade normal de 3,0 litros, que ainda está sob o capô.

Depois de passar por vários proprietários e eventualmente vir para os Estados Unidos, o proprietário atual, de Ohio, adquiriu o carro em 1985. Em sua nova vida de bibelô, ganhou prêmio Best-of-Show no Amelia Island Concours em 2011. Agora, vai trocar de mãos novamente. Sim, o atual proprietário o manteve por 38 anos! Que este Santo Gral do automóvel continue fazendo mais gente feliz, por onde quer que passe ou apareça! (MAO)

 

Um acidente com um raro Ferrari 275 GTB

No início do dia 19 de outubro no norte da Itália, perto de San Rocco al Porto, um motorista de 60 anos de idade estava saindo de um shopping center quando o carro saiu da estrada e bateu em uma cerca. Detalhes sobre exatamente como isso aconteceu não estão disponíveis. Com base na única foto que mostra a cena, o chão molhado pode ser parcialmente culpado.

Sabemos que o piloto saiu ileso, mas o carro, nem tanto. Dá para ver alguns amassados no paralama e na frente, e por algum motivo, o carro não continuou andando, ainda que talvez pelo susto do dono somente. Eu acho que dava para sair andando e evitar o vexame.

O carro? É um Ferrari 275 GTB amarelo. O carro que levou a performance do 250 GTO para os carros de rua da Ferrari, em 1966; com um V12 de 3,3 litros e transeixo traseiro, é sofisticado, belo, raro hoje em dia, e, é claro, caro: vale em torno de US$ 3 milhões.

Aí vocês acham que caramba, bater um carro de 3 milhões, que azar né? Bem. Azar é o dono de um Celta 2003 que bate assim e não tem dinheiro para arrumar, e mesmo se tivesse, o custo do conserto é o valor do carro. Esse aí pode refazer o carro inteiro e vende-lo depois, que ainda sai no lucro. A vida de gente com Ferrari, especialmente desse tipo, é diferente da sua. (MAO)

 

Raro Ferrari 348 GT Competizione aparece à venda

Já há algum tempo que todo Ferrari de motor central-traseiro tem uma versão dedicda e focada para uso mais forte em pista: 360 Challenge Stradalle, 430 Scuderia, 458 Speciale, 488 Pista. Já é uma tradição. Mas pouca gente lembra que ela começou tímida em um carro quase esquecido hoje: o 348 GT Competizione.

O carro é primeiro raríssimo: apenas 50 deles foram feitos em 1994. Não foi produzido para homologar um carro de corrida, mas para comemorar o sucesso do 348 no Campeonato Italiano de Supercarros. É esquecido por ser bem da época, também, que a Ferrari estava fazendo a transição para a versão muito melhorada do 348, o F355.

Todos os GT Competizione tinham acabamento em Rosso Corsa, bancos de encosto fixo de carbono no estilo da F40, rodas Speedline de três peças, freios e suspensão aprimorados e escapamento esportivo.

Supostamente o novo escapamento liberava mais 10 cv, totalizando 330 cv do V8 de 3,4 litros. Mas a Ferrari diz que o carro era mais leve em 200 kg, o que certamente ajudou a fazer grande diferença aqui. A relação final do câmbio de seis marchas transversal é mais curta, também.

O legal é que, como todo 348, este é um carro pouco desejado entre os Ferrari, e então você já sabe: é um bom negócio. Nenhum Ferrari é realmente barato, se você não encontrou a sua enterrada por 50 anos à sete palmos em chão molhado, mas esta, falando relativamente, parece razoável: custa ao redor de US$ 274.000 lá fora. Em termos relativos, barato para um raro Ferrari ainda aspirado e manual, que deve ser divertidíssimo. Não? (MAO)

 

Este é o Ferrari 296 Challenge

Imagine um 296 GTB moderno sem a parafernalha híbrida, apenas o seu glorioso V6 turbo acionando as rodas traseiras. Embora isso ainda seja um sonho para as ruas, a Ferrari deu um passo adiante com esta idéia com este carro de uso exclusivo em pista: o 296 Challenge. Estará um Challenge Stradale, de rua, muito longe?

O 296 Challenge chega com uma configuração V6 sem qualquer assistência híbrida. O carro competirá no Ferrari Challenge Trofeo Pirelli, e é o nono modelo desenvolvido para esta competição, substituindo o agora antigo 488 Challenge Evo apresentado em 2020.

O motor é o mesmo biturbo de 3,0 litros, muito parecido com o 296 GT3 lançado para a temporada de 2023. Aqui o V6 produz enormes 700 cv e 75,5 mkgf de torque. Lembrando que o carro de rua, graças a eletrificação, tem 830 cv; mas o V6 nele dá “apenas” 663 cv.

Com 234 cv/litro, a Ferrari tem o orgulho de dizer que o motor oferece potência recorde para seu segmento. O novo 296 Challenge é o primeiro carro de corrida a usar um V6 de 120 graus na história do Ferrari Challenge Trofeo Pirelli, claro, a tradição da marca nesse tipo de carro sendo os V8 desde que apareceu o 308 GTB em 1976.

Os freios são de carbono-cerâmica, com um sistema ABS derivado do 296 GTB de rua, e novos pneus Pirelli de 19 polegadas desenvolvidos especificamente para esta aplicação de competição. O pacote aerodinâmico ajuda o 296 Challenge a gerar mais de 870 kg de downforce a 250 km/h, um número recorde para um carro de corrida desenvolvido para a série monomarca.

A Ferrari exibirá pela primeira vez na Itália, no Circuito de Mugello, entre 24 e 30 de outubro. (MAO)

 

Fiat comemora 500 mil Mobis fabricados

Parece incrível, mas a Fiat, que está querendo chamar atenção para o carro e comemorar seu sucesso, nos diz que o Mobi já tem 7 anos no mercado. E que meio milhão deles já foram produzidos. Pense nisso, 500 mil Mobis. É um Tsunami de fititos. Fabricado em Betim (MG) desde seu lançamento, o Fiat Mobi é comercializado em mais 12 países da América Latina, além do Brasil.

É também algo que está ficando raro por aqui, e é sempre criticado ad-infinitum, apesar de ser muito mais importante para o grande esquema que qualquer Ferrari. Um carro barato. Sim, nada é realmente barato hoje, poupe seu bile. Barato relativamente ao que é ofertado hoje, zero km.

É na verdade o único carro vendido abaixo da barreira dos R$ 70 mil. Muito dinheiro, sim, mas a metade do preço desse monte de SUV e hatch SUVizado que você vê aos montes por aí. O povo fala mal dele e do Kwid, e ninguém quer ser visto andando num; mas são carros baratos, pelo menos da maneira quepodem ser aqui, e devemos respeitar pelo menos a tentativa.

O vice-presidente sênior da Fiat na América do Sul diz que “O Mobi é a prova de que tamanho não é documento. Chegar à marca de meio milhão de unidades produzidas é a comprovação de que, apesar de ser um carro compacto, ele tem um espírito de gigante. Desde seu lançamento, o Mobi tornou-se uma boa escolha para quem busca um carro econômico, prático e cheio de estilo. Isso fica evidente em seu número de vendas, já que ele tem estado sempre entre os veículos mais comercializados do Brasil”.

O Mobi vem sempre com o 1.0 Fire 8V, com 74 cv a 6.000 rpm e 9,7 mkgf de torque a 3.250 rpm (etanol), e sempre câmbio manual de 5 marchas. O carro pesa em torno de 960 kg, e vem nas versões Like e Trekking (este último, semi-suvizado por suspensão mais alta), e preços que partem de R$ 69.990 e R$ 73.590, respectivamente. Todos vem com ar-condicionado e direção hidráulica, luxos antes inimagináveis, hoje até no carro mais barato de todos. Depois reclamam que tudo tá caro… (MAO)