Desde o final dos anos 1940, quando Enzo Ferrari decidiu fazer carros de rua para bancar sua equipe de corridas, a Ferrari reservou os motores V8 para seus modelos de entrada, começando pela Dino 308 até chegar à atual California. E é exatamente dela que vem o novo motor da GTC4Lusso. Veja só o que os novos tempos foram capazes de fazer com a tradição da fabricante italiana…
Mas tenha calma. Se você acha heresia um grã-turismo da Ferrari equipado com um V8 turbo, saiba que não se trata de downsizing: a versão V12 continuará sendo produzida. A nova GTC4Lusso T, como foi batizada, será a versão de entrada do modelo. O motor é o mesmo V8 3.9 da California T ligeiramente modificado para produzir 610 cv a 7.500 rpm e 77,3 mkgf entre 3.000 e 5.250 rpm — uma redução de 72 cv e um ganho de 6,5 mkgf em relação ao modelo V12 aspirado. A tração deixa de ser integral e passa a ser apenas traseira.
Esta é primeira vez que a Ferrari oferece duas opções de motores em um mesmo modelo e também o primeiro modelo a ser oferecido com duas opções de tração.
Por ser equipada com um motor menor e mais leve e por não ter sistema de tração para as rodas dianteiras, a GTC4Lusso T ficou 80 kg mais leve, chegando a 1.840 kg em ordem de marcha. A distribuição de peso também mudou sutilmente, de 47-53 para 46-54.
Com motor e tração tão diferentes da versão topo-de-linha, a GTC4Lusso T também ganhou um novo sistema de controle dinâmico, com novos ajustes para o sistema de esterçamento das rodas traseiras (a Ferrari agora o chama de 4WS em vez de Passo Corto Virtuale) e para o controle de estabilidade. Além disso a ECU usa pressão de trabalho variável para eliminar o lag do turbo, produzindo curvas de torque diferentes de terceira a sétima marchas para uma aceleração mais linear. Com o novo V8 turbo a GTC4Lusso T vai de zero a 100 km/h em 3,5 segundos (0,1 segundo a mais que a V12) e chega aos 325 km/h (10 km/h a menos que a V12).
A apresentação oficial da GTC4Lusso V8 turbo será no Salão de Paris, que começa em duas semanas.