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Zero a 300

Fiat Pulse chega ao top 10 | o último Aventador V12 aspirado | mais uma do novo DeLorean e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo (e não esqueça de ativar o sininho)!

 

Os carros mais vendidos em abril de 2022

Mais um mês encerrado, mais um ranking de vendas totalmente inusitado nestes primeiros meses pós-pandemia. Como você deve saber, o volume de vendas é um dos piores dos últimos 20 anos, com pouco mais de 135.000 unidades vendidas durante abril — um aumento de 1,08% em relação a março, porém certamente afetado pelos dois feriados prolongados em sequência.

Como a economia global ainda está caótica, o caos se reflete na tabela dos carros mais vendidos. O líder do mercado, por exemplo, é uma picape compacta — sim, o carro mais vendido em abril foi a Fiat Strada mais uma vez. O vice-líder é o HB20, que desde 2020 não é mais incomodado pelo Ka e por nenhum outro modelo e vem ocupando tranquilamente o posto que assumiu há cinco anos. A principal novidade do mês, contudo, é o Fiat Pulse, que assumiu a quinta posição entre os mais vendidos.

Com isso, a Fiat detém a liderança do mercado em geral com a Strada, a liderança das picapes com a Strada e a Toro, e agora também, ao menos durante o mês, a liderança dos SUV/crossovers. Parece que a estratégia da Stellantis/Fiat deu certo, mas o Pulse também contou com um empurrão da crise global. Isso, porque o Volkswagen T-Cross, que era o quarto carro mais vendido no mercado, teve sua produção interrompida pela escassez de componentes e, assim, caiu da quarta para a décima posição.

Essa queda do T-Cross, aliás, é um bom resumo do momento atual: o Pulse o superou por menos de 1.000 unidades. Isso significa que menos de 1.000 unidades separam o quinto do décimo colocado — em bom francês: o mercado está completamente embolado. Dê uma olhada na lista e isso ficará claro:

1º Fiat Strada – 7.983
2º Hyundai HB20 – 6.502
3º Fiat Mobi – 5.911
4º Chevrolet Onix – 5.574
5º Fiat Pulse – 5.520
6º Fiat Argo – 5.488
7º Chevrolet Onix Plus – 5.240
8º Fiat Toro – 5.107
9º Jeep Compass – 4.766
10º Volkswagen T-Cross – 4.570

Uma observação: parece que o motor turbo não ajudou o Jeep Renegade — ao menos não por enquanto. O modelo ficou em 13º lugar, atrás do T-Cross, do Tracker e do Creta. Outra coisa: apesar do bom desempenho do T-Cross, que continua no clube dos 10 mais vendidos, a Volkswagen está passando por uma fase difícil. A marca, que já foi a líder de vendas por décadas, hoje ocupa apenas a sexta posição no mercado brasileiro, superada até mesmo pela Jeep que tem apenas três modelos de grande volume.

Hoje, em maio de 2022, as marcas mais vendidas no Brasil são Fiat e GM — em primeiro e segundo lugar, respectivamente —, seguidas pela Toyota, Hyundai e Jeep, nesta ordem. O Volkswagen Taos foi uma aposta que não convenceu, e seu modelo de entrada o Gol 1.0, já está com 14 anos sem grandes novidades — e até corre o risco de desaparecer quando o Polo Track for lançado. (Leo Contesini)

 

As novidades do novo DeLorean

O pessoal da DeLorean Motor Company divulgou mais uma imagem do seu futuro modelo elétrico inspirado pelo DMC12 original de John DeLorean. Depois de um primeiro teaser que não mostrava muita coisa, este segundo agora mostra que o esportivo elétrico — daí o nome EVolved – terá a veneziana na traseira, como o modelo original, porém terá uma faixa de LED na traseira, fazendo o papel das lanternas.

Ao terminar de assistir ao vídeo tive a impressão de que o carro mira no DeLorean mas acerta a Ferrari Testarossa com a linha luminosa na traseira e o “chapéu” do carro (a área das colunas, vidros e teto) mais estreita que o “quadril” do carro, mais ou menos como era a Testarossa.

O modelo, apesar de todo o buzz, é um conceito que irá mostrar um pouco do que a atual DeLorean pretende como fabricante de modelos elétricos. Além dele, teremos três conceitos, mostrando como seria um DeLorean dos anos 1990, 2000 e 2010, ou seja: a evolução que o DeLorean não teve devido ao fim da marca original.

O lançamento, contudo, ainda demora um pouco. Ele será apresentado somente em 18 de agosto, quase cinco meses de espera. Depois desse esportivo, a DeLorean ainda pretende fabricar modelos de maior volume, embora não tenha especificado que tipo de modelos. Será a DeLorean a próxima marca a estampar a traseira de um crossover? (Leo Contesini)

 

Lamborghini Aventador Ultimae: último V12?

Eu sei que todo esse papo de “último do tipo” dá sempre uma certa angústia ao entusiasta. Então, antes de entrar neste assunto, uma palavrinha de esperança. Se você, como eu, viveu para ver o fim dos anos 1970 se tornarem os 1980, encararia esse papo todo com menos preocupação. A Cadillac chegou a realizar um grande evento quando fez “o último conversível” (acreditava-se que legislações de segurança os proibiriam). O fim dos MG e Triumph sinalizavam o fim definitivo dos carros esporte baratos. E numa era onde Corvettes tinham menos de 200cv e tinham aceleração de Polo moderno, desempenho superlativo como o dos monstros americanos dos anos 1960 parecia ter tomado o mesmo caminho que o pássaro Dodô.

Mas olhe em volta hoje. Tudo pode ser conversível, existem Mazda Miata e Toyota GR86, sem falar nos hot hatch Type R e Corolla GR, para o lugar dos carros esporte ingleses, e o menos potente dos Corvettes tem 500 cv, motor central, e ri até cair da cadeira do outrora temível e reverenciado Corvette ZL1 de 1969, antes um carro que era o “último Corvette realmente veloz”. O futuro não é certo, e se fosse, o tédio seria insuportável. Entenda esses anúncios de “último” como o que são: propaganda. A verdade, se mostrará depois. Sem drama.

Mas divago; a notícia aqui é que a Lamborghini disponibilizou uma série de fotos do Aventador Ultimae solto em seu habitat natural no mundo lá fora, para marcar o fim do Aventador, e o “último V12 sem assistência elétrica” da marca ítalo-germânica.

O Aventador vem sendo o V12 de nossos sonhos mais pornográficos desde 2011. O seu fim, diz a marca, é o fim do V12 aspirado puro, e a versão final do Aventador, apropriadamente chamada de Ultimae, combina o desempenho de um SVJ com o estilo do S para criar um carro sensacional. O motor de 12 cilindros naturalmente aspirado tem 6,5 litros, 780 cv 72 mkgf de torque, o que supera o S e o SVJ. Seiscentas unidades do Ultimae foram produzidas, 350 cupês e 250 roadsters. Claro que já estão todos esgotados.

Mas é realmente o fim do Lamborghini V12? Claro que não. Criar um V12 mais moderno, e pareá-lo com um motor elétrico/motor de arranque/gerador é o futuro mesmo, simplesmente por torná-lo melhor e mais eficiente. Mesmo um motor dianteiro elétrico para dar tração nas 4 rodas é mais eficiente que a parafernália puramente mecânica de uma tração integral normal. Fim do V12 Lambo? Truco!

“A marca quer que todos os veículos de sua linha tenham eletrificação até 2024, o que inclui o Urus, um híbrido V8 sucessor do Huracan, e um possível quarto modelo que ainda não foi decidido.” – reporta o site Carscoops. Eletrificação aqui é apenas hibridização. Tecnicamente, não é o fim dos motores Lamborghini a combustão. É um jeito de dizer as coisas: indica que a empresa está em linha com o futuro elétrico pretendido politicamente, e gera nostálgica expectativa nos carros em produção. Só isso.

Mas de qualquer forma, quem pôde encomendar um destes Ultimae, conseguiu um carro sensacional, e que só vai valorizar nos anos vindouros. Parabéns a você! (MAO)

 

SCG 008 Baja Buggy: mais uma loucura de Glickenhaus

Scuderia Cameron Glickenhaus é um dos fabricantes de automóveis mais malucos dos dias de hoje. Como não poderia deixar de ser, é criação de um bilionário entusiasta, com dinheiro e vontade de mostrar ao mundo como se devem fazer carros interessantes de novo. James Glickenhaus, o bilionário, compete em Le Mans, em Baja, e vende carros que são na verdade cópias para as ruas de suas máquinas de competição. Meio como Enzo em seu começo, mas menos preocupado em ficar rico com a operação. Já começou ela sendo rico, afinal…

O novo modelo anunciado é um pouco diferente. Anunciado em 2020, o Baja Buggy da SCG parecia esquecido, mas agora, em sua página do Facebook, a empresa deu mais detalhes sobre ele. Chamado “SCG 008 Baja Buggy”, o supercarro off-road terá preço inicial de US$ 100.000. A empresa começará a aceitar depósitos de US$ 1.000 quando a produção começar ainda este ano. Não sabemos os planos exatos de Glickenhaus, embora a empresa prometa que “muito mais informações e fotos atualizadas” chegarão em breve. Além disso, Glickenhaus diz que vai correr com um 008 Baja no Baja 1000 deste ano.

Tudo ainda é um mistério nesta psicodélica cruza de carro esporte, jipe off-road e carro de corrida do deserto. Não se sabe que motor levará nem onde fica ele no carro, embora pareça ser central-traseiro. Vamos ter que esperar para ver, mas conhecendo a empresa, vai ser algo surpreendente. Aguardamos ansiosos. (MAO)

 

Tobias Moers é substituído na Aston-Martin por ex-executivo da Ferrari

Olhando apenas os resultados empresariais, a gestão do alemão Tobias Moers na Aston-Martin foi precisa, eficiente, e necessária. Com ele, todos os seus carros agora são construídos em uma linha de montagem em vez de duas, e todos eles agora são pintados em sua nova instalação em St Athan, em vez de apenas o DBX.

Ele reduziu o número de estações de trabalho necessárias para construir um carro de 70 para 23, e o número de carros em processo de 400 para pouco mais de 100. Ele também cancelou o motor híbrido plug-in V6, descartando-o como “um motor conceitual”, substituindo-o pelo familiar V8 twin-turbo da AMG. Acabou com a dispendiosa série de clássicos recriados da Aston.

Mas nenhuma atividade humana pode ser medida apenas com números. Pelo que se enxerga aqui de fora, e ouvindo depoimentos internos diversos, Moers era uma pessoa difícil em convivência próxima. Seu estilo de gestão reportadamente autocrático fez um monte de executivos importantes da empresa irem embora. Alguns foram demitidos, outros saíram por vontade própria. O mais notável entre as saídas foram Matt Becker, o famoso engenheiro de chassis responsável por aprovar o comportamento de todo veículo Aston Martin, e o engenheiro David King, que trabalhou pela primeira vez no DB7 e, posteriormente, foi responsável pelas operações especiais.

Talvez por falta de apoiadores no conselho, talvez por sua missão já ter sido cumprida, o fato é que o CEO Tobias Moers agora está fora da empresa, após menos de dois anos no cargo. Sua posição será preenchida por Amedeo Felisa, 76 anos, cujo currículo inclui passagens como engenheiro-chefe da Ferrari nos anos 1990 e como CEO de 2008 a 2016. A Aston Martin também nomeou Roberto Fedeli como diretor técnico, outro ex-funcionário da Ferrari que desempenhou o mesmo papel em Maranello de 2006 a 2014. Há décadas a empresa promete ser “a Ferrari inglesa”, então essas contratações parecem fazer todo sentido. Veremos! (MAO)


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