Desde 2012 os fãs da Alfa Romeo aguardam ansiosamente o retorno do roadster Spider, um dos nomes mais clássicos da marca milanesa, especialmente depois que os indícios apontavam que ele seria baseado no novo Mazda Miata. Apesar do tom herege — um Alfa com alma japonesa — ao menos o motor seria tão italiano quanto o Coliseu e Leonardo da Vinci.
Então, em maio deste ano o grupo Fiat Chrysler (FCA) apresentou seus planos para os próximos sete anos e revelou que haveria um segundo roadster na família, e não apenas o novo Spider. Nós comentamos a respeito neste post, caso você não esteja lembrado: a Fiat voltaria a fazer um esportivo conversível de dois lugares e, melhor ainda, ele teria a marca Abarth. Desde então passaram-se mais de seis meses e não houve nenhuma novidade sobre os futuros roadsters.
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Até agora. Pois o chefe da Alfa Romeo, Harald Wester, confirmou aos britânicos da CAR Magazine que o Spider não será baseado no MX-5 Miata como todos pensavam. O modelo será desenvolvido integralmente pela Alfa — para a alegria dos puristas — e quem usará as entranhas do roadster japonês será o roadster Fiat-Abarth. Sim: a Fiat terá um roadster compacto e de tração traseira, a receita da diversão absoluta sobre rodas.
O motivo da mudança de planos foram as ordens do CEO da Fiat Chrysler, Sergio Marchionne, que afirmou que nenhum Alfa Romeo será feito fora da Itália enquanto ele estiver no comando (tomara que ele viva 150 anos!). O roadster baseado no Miata precisaria ser feito na fábrica da Mazda em Hiroshima, e um Alfa Romeo japonês seria difícil de engolir, além de quebrar a tradição da marca. Já bastam os V6 Chevrolet que a Alfa vinha usando recentemente.
Na verdade, Wester não disse exatamente que o Fiat-Abarth será o modelo baseado no Mazda. Ele na verdade afirmou que o Spider será baseado no Project Giorgio, que é a plataforma de tração traseira que a Alfa Romeo está desenvolvendo para seu futuro rival do trio alemão BMW Série 3, Mercedes Classe C e Audi A4. Mas como a parceria com a Mazda segue firme e forte e a FCA já anunciou aos investidores que irá produzir um roadster com a marca do escorpião — o único roadster nos planos do grupo além do Spider —, nos parece claro e seguro afirmar que é o Fiat-Abarth que usará o Miata como base.
Como vimos em maio, o novo Fiat-Abarth roadster está previsto para o final de 2015 e dará continuidade à linhagem de roadsters/spiders da Fiat. A linhagem é pouco conhecida no Brasil, uma vez que a Fiat tinha outros planos para o nosso mercado quando produzia seu último roadster, o belo Barchetta. Lançado em 1995, o Barchetta era baseado na plataforma do Punto de primeira geração e equipado com um motor 1.75 de 132 cv (sim, o motor do Brava HGT) e foi produzido quase sem alterações até 2005. Nessa época a Fiat optou por importar o Coupé para o Brasil, uma decisão que se mostrou acertada considerando o relativo sucesso do modelo.
Antes do Barchetta, a Fiat passara seis anos sem um roadster, desde que o X1/9 deixou de ser produzido em 1989. O modelo era um roadster/targa tipicamente setentista, com perfil de cunha e linhas retas projetado por Bertone. Com apenas 890 kg e motores 1.3 e 1.5 de 75 e 85 cv, respectivamente, o modelo conquistou o público por seu excelente comportamento dinâmico.
Outro roadster com desempenho esportivo e que marcou a história da Fiat foi o Dino Spider, a “Ferrari da Fiat”. O modelo foi um roadster derivado do cupê Dino, criado para homologar o motor V6 “Dino” para as corridas de Fórmula 2. O conversível foi equipado com duas variações desse motor — um 2.0 de 160 cv e um 2.4 de 180 cv – que, combinados com o baixo peso do modelo (1.150 kg), resultavam em um desempenho digno dos melhores esportivos da época. Foram feitos apenas 2.080 unidades do Dino Spider, das quais 424 com o motor V6 2.4.