Enquanto o Escort Mark 1 manobra para estacionar ao lado de um De Lorean que faz vizinhança a um Honda Civic Type R perfeitamente caracterizado, um Nissan Skyline R33 passa pelo meu ombro esquerdo, tendo como trilha sonora o rosnado de um Maverick GT fase I preparado, que cutuca o acelerador com gosto, fazendo vibrar os vidros do Porsche 911/996 Gemballa GTR logo ao lado.
Crianças de oito a oitenta vão ao delírio, enquanto smartphones se aglomeram para o registro. Ao fundo, vejo o olhar irônico do Camaro Pro Street 1968 de seu V8 572 de 9,4 litros (!), que tem como vizinho um Mustang 1967 perfeitamente caracterizado como o carro usado por Steve McQueen em Bullitt.
Sorrio sozinho, com a sensação de que estou num devaneio coletivo com uma leve sobrecarga de cultura automotiva. Olho rapidamente para a arena: Hummer H1, Datsun 240Z, Corvette C1, dois Opalas da Old Stock, Evo VII, um Fiat Tipo cristalino de tão íntegro e original. Dodge Charger R/T, Subaru Impreza WRX, Golf VR6, BMW 2002, alguns dos Audi mais bravos e raros do Brasil, Brasília Puma, Mazda Miata, BMW 135i, Lexus GS400, um dos VW Gol de track day mais fortes do País. Estamos no set de um filme?
Viro de costas para a arena e vejo um enorme corredor de carros descendo até a porta do Box54. Uma maravilhosa salada cultural, com todo tipo de carro de rua: hot hatches franceses, vários Ford Focus, vários Camaro, Mustang, Opala e Maverick, muitos cupês e sedãs JDM – de Civics a 350Z –, diversos Mini Cooper lado a lado, diversos Mitsubishi Lancer lado a lado, três Porsche alinhados: Cayman, Boxer e Panamera. Um BMW Série 6 ao lado de um Subaru Impreza, de frente para um Focus e um Galaxie – essa mensagem de união, de “todas as estradas nos trouxeram aqui e estamos juntos”, acontecia em cada canto do complexo.
Suados, encharcados e tostados de sol, com os pés em frangalhos e a mente esgotada, eu, o Leo Contesini e o Dalmo Hernandes nos entreolhamos diversas vezes ao longo deste dia. Palavras não são necessárias, orgulho e felicidade transbordam de nós. O que aconteceu neste sábado foi a cristalização de tudo o que sempre defendemos a cada texto que publicamos. A materialização de um sonho diante de nossos olhos cansados de tanta correria, mas cheios de brilho para renovar nossas energias.
Todas as culturas, todos os nichos, todas as classes sociais juntas em torno de uma causa: a celebração da cultura automotiva. Mais de 1400 entusiastas, quase 700 carros expostos, de todo tipo. Fazendo sol e fazendo chuva, todos juntos, unidos. Cada foto que você verá neste post tem uma salada diferente – saboreie com calma as nuances dessa galeria, começando pelas seis fotos abaixo: muscle com JDM, superesportivos com hatches street, clássicos placa preta com monstros de track day, carros premium com populares. Isso é o FlatOut. Isso é ser um Flatouter. E nada disso teria acontecido sem vocês. Nós três somos meros coadjuvantes.
Um dia intenso e diverso – em todos os sentidos
São Pedro fez do nome FlatOut Sunset Meet uma doce ironia britânica, começando a manhã com céu azul e sol intenso para fritar nossas nucas e finalizando com diversas pancadas de chuva espalhadas ao longo da tarde. Aí embaixo estamos eu (Juliano Barata, óculos escuros), Dalmo Hernandes (com camiseta xadrez amarrada) e Leo Contesini (instruindo João Pensa, o dono do Focus turbo de track day) cuidando da entrada da arena, cujo acesso foi liberado a todos por volta das 15:15, o que resultou num rodízio bem bacana de carros expostos, com direito a um pequeno desfile da galera antes de ir embora.
Chegamos lá cedo, para finalizar alguns detalhes no Box54 e alinhar tudo direitinho com a turma de foto, vídeo (vocês verão a nossa produção oficial em breve) e com os leitores voluntários que toparam dar uma força no dia: Bruno Faria, Marcelo Scarpari, Vinicius Gouveia, Leon Pierrot, Hama e Vinicius Yoshinaga e todos os camaradas que acabaram se juntando a vocês, valeu demais pela força. Vocês foram essenciais pra coisa ter rolado de forma organizada.
O horário oficial do evento era das 14:30 às 19:00, mas o fato é que pouco depois do meio dia a coisa já começou a ficar movimentada pra valer. E entre as 13:30 e as 14:30, o volume de carros cresceu exponencialmente, chegando a formar uma fila na própria estrada, que eu conseguia ver de lá do alto. Graças a ideia do Luis Fernando Cardoso, do Box54 (e que também é batera da banda Terno Rei), de vender as entradas on line, o fluxo desta fila foi veloz e ninguém ficou parado por muito tempo.
O espetáculo não estava só na arena e nos corredores de exposição. No lounge do Box54, o pessoal do Autódromo Virtual São Paulo montou nada menos que seis de suas cabines de simuladores, todas interconectadas, rodando o Assetto Corsa no autódromo de Monza com o Porsche Cayman GT4 Clubsport. Em cada uma delas, três telas, banco Sparco, volante G27 com pedais suspensos e um hardware de alto calibre, para assegurar um frame rate altíssimo em todas as situações. Durante toda a tarde rolaram disputas. No fim do dia, os donos das seis voltas mais rápidas disputaram uma corrida final, na qual os três primeiros ganharam pedais de alumínio da Sparco! Nada mal, hein?
Localizados no bairro da Lapa, a forma mais fácil de entender o AVSP é visualizar uma lan house voltada totalmente para simuladores de corrida, em vez de games de tiro. Vale muito a pena você conhecer: em sua primeira visita, você tem 50% de desconto (não importa quantas horas você jogue). Contatos: (11) 3868 3038 ou (11) 9 4743 0590.
Além da música mecânica dos motores na arena e nos corredores de exposição, os presentes curtiram a playlist que foi elaborada por nós mesmos do FlatOut. São mais de cinco horas de música com pegada totalmente entusiasta: trilhas de games e filmes como a franquia Gran Turismo, Need for Speed, Rush, Velozes e Furiosos, Bullitt, 60 Segundos, Corrida Contra o Destino, Dukes of Hazzard Blues Brothers e diversas músicas com letras e clipes banhadas a óleo e gasolina, como Audioslave (Show me How to Live), Megadeth (The Mechanix), ZZ Top (Legs), Primus (Jerry Was a Race Car Driver) e Metallica (Fuel).
Clique aqui para acessar nossa playlist do Spotify – e fique à vontade para usá-la em seu churrasco ou encontro de amigos!
Mega galeria FlatOut Sunset Meet!
Agradecimento especial: este post não seria possível sem as belíssimas fotografias de Renan Roberto (Selfmade), Marcos Monteiro, Felipe Cluk (LoopOne Media), Felipe Vieira Fotografia, Yuri D. Alves, Pedro Spina Horwath (Seventeen Company), Leo Porfirio, Bruno Vitor, Gabriel Andrade e Jackson Luz. Saboreie-as sem moderação. Não esqueça de clicar nas fotos para ampliá-las em alta!
Ficam os nossos mais profundos agradecimentos a você, leitor – tanto os presentes no FlatOut Sunset Meet quanto aos que não puderam ir, mas que nos acompanham todos os dias e nos dão a audiência que nos permite dar chance de continuar existindo. Este foi o nosso primeiro evento, e como toda estreia, pontos de atenção para melhorias surgem. Ouvimos todas as opiniões, tomamos nota de todos os comentários e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que o próximo encontro do FlatOut seja ainda mais bacana. Ficamos muito felizes e honrados por sentir que nossa missão de valorizar a cultura automotiva pode ser espelhada no mundo real.
Para encerrar o nosso ano com chave de ouro, falta apenas uma coisa – que vai surgir muito em breve e será essencial para a sustentação do FlatOut em 2017. Em alguns dias iremos disparar a notícia do lançamento do FlatOut Official Gear, a nossa marca de camisetas e adesivos, com o envio do primeiro lote ainda neste mês. Se você quer ser o primeiro a levar pra casa, deixe o seu e-mail naquele formulário “Newsletter do FlatOut: acelere conosco” que você vê em todas as páginas do site na versão desktop – entraremos em contato contigo na semana que vem!