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Fugu Z nas ruas: os detalhes e o ronco do Datsun 240 Z de “Han Lue”

Um dos projetos mais bacanas que vimos nos últimos tempos foi o “Fugu Z”, um Datsun 240Z 1973 que foi comprado por Sung Kang — o Han Lue de “Velozes e Furiosos”, que apareceu em quatro dos sete filmes da franquia. Kang demonstrou ser um verdadeiro petrolhead ao comprar um 240Z que estava parado havia treze anos e dar a ele uma nova cara e um novo motor, com estilo inspirado nos carros de competição de antigamente e o seis-em-linha vindo de um Nissan Skyline.

A gente mostrou o processo de construção do carro em uma pequena série de posts, culminando com a apresentação do carro no Sema Show em novembro de 2015. No entanto, ainda faltavam alguns detalhes a respeito da mecânica — e, é claro, todo mundo quer saber como o carro anda. É exatamente isto que vamos ver agora, com uma ajuda bem respeitável.

Jay Leno, um dos maiores colecionadores de carros de todos os tempos — seu acervo multimilionário tem centenas de modelos, das mais variadas origens, fabricados em todas as décadas, originais e modificados  — quis conferir o carro de perto. O que por si só já é um elogio, pois ele entende MUITO do assunto e já dirigiu praticamente qualquer coisa que se possa querer ou imaginar.

240z-headlights

Jay Leno chamou Sung Kang e seus amigos da GReddy Racing, que ajudaram bastante no projeto, para bater um papo antes de sair acelerando, o que foi uma boa oportunidade para esclarecer os aspectos técnicos do projeto. Já sabíamos, por exemplo, que o seis-em-linha era um RB26DE, versão naturalmente aspirada do consagrado motor do Skyline GT-R, capaz de produzir originalmente 217 cv e 25 mkgf de torque. Ainda há quem diga que o motor do carro é um RB26DETT com os dois turbos removidos, mas isto não é exatamente verdade.

No entanto, o carro é mesmo naturalmente aspirado — um aceno mais do que claro ao seis-em-linha original do 240Z, que deslocava 2,4 litros e produzia 151 cv a 5.600 rpm (com corte de giro a 7.000 rpm). Naturalmente, o motor foi preparado: no bloco, entraram em cena bielas Carrillo e pistões CP, devidadamente reforçados, enquanto a taxa de compressão original foi elevada de conservadores 8,5:1 a bem mais agressivos 12,0:1. O cabeçote teve os dutos polidos e recebeu molas e válvulas Supertech. De acordo com Kang, a potência fica na casa dos 300 cv — mais que suficientes para garantir a diversão em um cupê dos anos 1970 com tração traseira e desprovido de quaisquer assistências eletrônicas.

O sistema de injeção com corpos de borboleta individuais é controlado por uma ECU AEM Infiniti, e o coletor de escape foi feito sob medida usando aço inox. O resultado, além do ronco matador do seis-em-linha — que pode ser ouvido logo no início do vídeo e depois, novamente, a partir dos 19:00. Mesmo que você não assista a todos os quase 30 minutos, recomendamos fortemente que acompanhe os minutos finais. Com fones de ouvido, de preferência, visto que o som do motor é uma das melhores coisas do Fugu Z.

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A transmissão, obviamente, é manual — uma caixa Nissan RB25, de cinco marchas, utilizada em algumas versões do Skyline R32 —, e leva a potência para as rodas traseiras através de um diferencial de deslizamento limitado OS Giken. Os freios são da Wilwood e fazem muito bem seu papel quando o Fugu Z está nas ruas, mas Kang diz que em breve um novo conjunto, mais voltado para as pistas, será instalado. A suspensão recebeu molas e amortecedores ajustáveis, do tipo coilover, e o stance proporcionado por eles é complementado pelas rodas Volk TE37 de alumínio forjado.

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O interior, como já dissemos, foi bastante aliviado, perdendo carpetes e boa parte dos acabamentos. No entanto, os revestimentos de porta ainda estão ali, bem como o volante original — que sequer foi recuperado, pois Kang gostou do visual gasto pelo tempo. O painel original foi revestido com couro e recebeu instrumentos personalizados, além de um console central de fibra de carbono.

A gaiola de proteção chega até as colunas A e traz os famosos “speed holes”, buracos feitos na chapa para aliviar peso sem perder resistência. Os bancos do tipo concha foram personalizados com couro e remontam, também, aos utilizados nos Datsun 240Z de competição na década de 1970.

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Dá para ver que Kang realmente curte seu carro: enquanto Jay Leno se espanta com o ronco altíssimo dentro da cabine (se há uma coisa que este carro não tem é isolamento acústico), Kang gargalha como se fosse sua primeira vez — do banco do carona! É assim que se identifica um verdadeiro car guy, você não concorda?