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Car Culture

Galpão? Que nada! Estes clássicos foram encontrados esquecidos em um velho castelo

Como você talvez saiba, “barn find” significa algo como “achado em celeiro”, e originalmente designava carros antigos que eram encontrados casualmente em propriedades rurais. Com o tempo o termo ganhou uma abrangência maior e se tornou um sinônimo genérico para clássicos encontrados depois de anos esquecidos. Mesmo assim não nos parece preciso, muito menos adequado chamar este grande achado de “barn find”. Esta coleção da foto acima foi encontrada esquecida em um castelo na Suíça. Sim: alguém trancafiou uma coleção em um castelo. Na Suíça. E depois largou os carros lá por mais de trinta anos.

A história foi revelada pela Bonhams, que irá leiloar a coleção, e infelizmente não foi contada em detalhes. Não se sabe onde, nem como, nem quando ou em quais circunstâncias eles foram encontrados — o que, pensando bem, é esperado de um país famoso por seu sigilo bancário. A coleção é composta por doze clássicos, dos quais os mais valiosos são um Mercedes-Benz 300SL e um par de Rolls-Royce do período entre guerras.

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O Mercedes é um roadster 1958, o segundo ano do modelo conversível. Por ser um roadster e não um gullwing, seu valor estimado é ligeiramente inferior: a Bonhams espera vendê-lo por entre 600.000 e 800.000 euros.

O conjunto mecânico é o mesmo do cupê – um seis-em-linha de três litros e 215 cv combinado a um câmbio manual de quatro marchas. O carro rodou 56.420 km antes de ser guardado.

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O Rolls-Royce 40/50hp Silver Ghost Double Phaeton 1921 que viveu ao seu lado também teve seu valor estimado nessa faixa de preços. O modelo era um dos carros mais luxuosos de seu tempo, a ponto de ser considerado “o melhor carro do mundo” pela revista Autocar na época de seu lançamento (como se vê, os jornalistas britânicos adoram aclamar seus carros nacionais há quase 100 anos). Seu longo capô abriga um seis-em-linha de imensos 7,5 litros para produzir… 80 cv — o que era uma bela potência na época.

Ao seu lado há outro Rolls-Royce, um Phantom II 1934 equipado com uma evolução do seis-em-linha do Silver Ghost, aqui com 7,7 litros e cabeçote com fluxo cruzado. Em relação ao seu antecessor, o Phantom I, ele ganhou um novo chassi e sincronizadores nas marchas mais altas para uma condução mais suave.

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Depois há um Lamborghini Espada, o “Rolls-Royce” de Ferruccio Lamborghini (como o próprio se referiu ao modelo). Com espaço para quatro ocupantes, o Espada combinava a esportividade do V12 da marca com o visual ousado típico da marca e praticidade para viajar em família.

A combinação funcionou, e o Espada se tornou o carro de quatro lugares mais rápido do mundo (com meros 250 km/h) e também o modelo mais bem-sucedido da Lamborghini até os anos 1980, quando o Countach ganhou uma sobrevida até o fim da década. No total foram feitos 1.217 exemplares, e é por isso que seu valor não é tão elevado quanto o de um Islero ou de um 450 GT: a Bonhams espera que o carro, que tem 75.750 km, seja arrematado por entre 70.000 e 100.000 euros.

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Em seguida vem um trio de Maserati: um Indy America, um Ghibli SS e um Quattroporte Serie II 1967. O primeiro é um dos 300 Indy produzidos com o motor V8 4.9, de 320 cv, com comando duplo no cabeçote e alimentado por quatro carburadores Weber 42 DCNF.

O câmbio era manual de cinco marchas fornecido pela ZF. O carro rodou apenas 62.500 km, e seu valor está estimado entre 50.000 e 80.000 euros.

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O Ghibli SS era uma versão, digamos, radical do modelo — que já era o supercarro da Maserati na época. Em vez do motor 4,7 de 330 cv da versão base, o SS usava o V8 4.9 do Indy, porém com potência elevada para 335 cv.

Não era um ganho vistoso no papel, mas era suficiente para transformar o SS no Maserati mais rápido já fabricado até então, com uma velocidade máxima de 280 km/h — que só foi superada pelo 4200GT GranSport em 2004! Sendo um modelo raro e marcante — e com 64.600 km — a Bonhams espera algo em torno de 100.000 a 150.000 euros.

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O Quattroporte 1967 é um exemplar da primeira geração do super-sedã. Equipado com o motor 4.1 V8 de 264 cv — o único oferecido na época; em 68 chegou um 4.7 de 290 cv — ele alcançava os 230 km/h, suficientes para torná-lo o sedã mais rápido do mundo naquele tempo.

Em relação ao modelo anterior, pré-facelift, as diferenças são os faróis duplos circulares, a suspensão traseira por eixo rígido com molas semi-elípticas e o acabamento de madeira no painel. O preço estimado está entre 40.000 e 70.000 euros.

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Continuando, o próximo carro da coleção é um Aston Martin Volante 1980 com câmbio manual. Com seu V8 de 5.3 litros e cerca de 300 cv, ele era um dos conversíveis mais rápidos do planeta no início dos anos 1980, com velocidade máxima de 241 km/h.

Foram feitos apenas 656 exemplares do V8 Volante da primeira série, e por isso a Bonhams estima um preço entre 90.000 e 140.000 euros pelo modelo.

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A grupo britânico deste barnfind é completado pela dupla de Jags E-Type — um 2+2 da Série 2 e um roadster da Série 3. O primeiro ainda vem equipado com o lendário seis-em-linha de 4.2 litros e 250 cv.

Uma pena não ser um fastback de dois lugares, e sim o desajeitado fastback 2+2, com o teto mais alto na parte traseira. Como é um esportivo relativamente popular, o preço não será muito alto — algo entre 30.000 e 40.000 euros.

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O roadster é um exemplar da Série 3, com 74.000 km e o novo V12 de 5,3 litros e 254 cv, porém com o visual original já maculado por para-choques pronunciados e uma grade metálica destacada na dianteira. O preço estimado fica entre 70.000 e 100.000 euros.

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Fechando a lista europeia está um Mercedes-Benz 500SLC 1981. O modelo era a versão fechada da Classe SL (daí o C no final do nome) e usava o motor M117 de cinco litros e 240 cv, suficientes para que o proprietário cruzasse as autobahnen a até 210 km/h.

Produzido durante dez anos, o 500SLC é um dos cupês mais populares da Mercedes, por isso também é um dos mais baratos do grupo: estima-se que ele seja arrematado por entre 20.000 e 30.000 euros.

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Por último, um americano na lista. Sim: a Suíça está repleta de carros esportivos americanos e esta coleção não poderia ficar sem o seu: um Ford Mustang conversível 1973 equipado com o motor 302 Windsor e carburador de corpo quádruplo.

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Por ser um esportivo “popular”, este Mustang é o mais barato da lista — mesmo com seus pouco mais de 16.000 km rodados. O preço estimado fica entre 10.000 e 15.000 euros.