O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta semana que os preços da gasolina vão subir ainda neste ano. Ele já havia sinalizado a possiblidade do reajuste em outras duas ocasiões — em agosto e em setembro — mas agora foi direto ao ponto.
Em entrevista ao portal G1, Mantega voltou a mencionar os aumentos anuais da gasolina e que o reajuste depende apenas da decisão da Petrobrás — embora a empresa viesse pressionando o governo por um reajuste já há alguns meses.
Quem resolve o preço da gasolina é a Petrobras. Temos uma certa regularidade. Nos últimos anos, sempre teve aumento. Um ou dois. É um setor privilegiado. A maioria dos segmentos teve reajuste de preços uma vez por ano, e não duas vezes por ano. Ano passado teve dois aumentos. Então, esse ano não será diferente. Vai ter aumento. Ano passado teve aumento em novembro. Quando houver a decisão, haverá um aumento. Não cabe a mim decidir isso” — Guido Mantega em entrevista ao G1.
Segundo a Petrobrás o reajuste é necessário devido à defasagem dos preços praticados internamente em relação ao mercado mundial. Ela compra combustíveis a preço de mercado mas é obrigada a revendê-lo por um preço inferior, que é controlado pelo governo, que manteve os preços artificialmente baixos para tentar conter a inflação no país, prejudicando as contas da Petrobrás — justamente em uma época de escândalos envolvendo a petrolífera.
O preço da gasolina foi reajustado pela última vez em novembro de 2013, e sofreu um aumento médio de 4% na gasolina nas refinarias, que representou um aumento médio de 3% para o consumidor final.
Para evitar a defasagem e o consequente prejuízo às contas da estatal, a Petrobras pediu ao seu conselho administrativo — que é presidido por Mantega — uma política de reajustes automáticos e periódicos baseado nos valores do mercado internacional, mas foi rejeitado pelo governo pois poderia aumentar a inflação. Por este mesmo motivo o governo estuda aumentar o percentual de álcool anidro na gasolina.
Com o aumento confirmado por Mantega, especula-se que a alta virá em novembro e poderá chegar a 6% nas refinarias e entre 4% e 5% nas bombas. A Reuters ainda estima que um novo reajuste poderá acontecer em 2015, podendo chegar a 15% nas refinarias e 10% para o consumidor final.