Pouco antes de anunciar, em dezembro de 2013, que a produção de carros na Austrália será encerrada em 2017, a Holden mostrou o HSV GTS. Trata-se, simplesmente, do carro de rua mais potente e mais rápido já feito pelos aussies, com um V8 LSA de 6,2 litros, 584 cv e 75,5 mkgf de torque — motor semelhante ao usado no Camaro ZL1. Com esta potência, o HSV GTS chega aos 100 km/h em 4,4 segundos e faz o quarto-de-milha (402 metros) em 12,3 segundos.
Com câmbio manual de seis marchas, tração traseira, amortecedores magnéticos e o LSA debaixo do capô, é claro que o HSV GTS é um foguete, e dos bons. Só que, se tem uma coisa que a gente sabe, é que não há no mundo carro rápido o bastante para não poder ficar ainda mais rápido.
E foi exatamente isto o que os caras da Walkinshaw Performance fizeram com o HSV GTS, que recebeu uma bela dose de veneno para chegar aos 690 cv . Seiscentos e noventa cavalos, cara, em um pacato sedã! Quer dizer, de pacato o sedã não tem nada — afinal, se o LSA de 584 cv já é um canhão, mais ainda com quase 700 cv, não é?
A Walkinshaw Performance é a companhia que sucedeu a Tom Walkinshaw Racing, fechada no início dos anos 2000. A TWR tem no currículo vitórias no Paris Dakar e Le Mans e títulos nos campeonatos de longa duração do WSCC — não nada que justifique duvidar no potencial dos carros da Walkinshaw Performance.
Dizemos isto porque não foi exatamente simples extrair mais potência do motor, que teve a preparação baseada em três modificações principais: a instalação de um sistema de admissão de ar frio (CAI), sustema de escape retrabalhado e uma nova polia para o compressor mecânico, aumentando sua velocidade de rotação.
Estas três modificações juntas garantiram o aumento de 105 cv e 11,2 mgf de torque, mas não trabalharam sozinhas: o GTS também teve seu módulo de controle recalibrado e diversas adaptações tiveram que ser feitas para que tudo se encaixasse debaixo do capô — até um novo chicote teve que ser desenvolvido para ficar distante o suficiente dos cabeçotes e não ser afetado pelo calor.
Ao longo do desenvolvimento do carro, testes secretos foram realizados em diversas cidades por todo o estado deo Victoria, onde fica a base da Walkinshaw Performance. Os testes incluíram laboratórios com vinte donos de HSV GTS para receber feedback no W507 antes de colocá-lo no mercado.
“O feedback destes donos teve valor inestimável mas, para nós, o mais importante foi receber a confirmação de que superamos as expectativas do público sobre oq ue havíamos produzido”, explicou o engenheiro chefe da WPP, Andy Richardson. “A maioria dos donos falou sobre o refinamento do pacote e da falta da aspereza que alguns esperavam”, acrescentou. Ou seja: é um redneck australiano que sabe se comportar — até porque herdou o sistema de suspensão com amortecedores magnéticos do HSV GTS de série.
Curiosamente a Walkinshaw Performance não divulgou os dados de desempenho dos carros que receberem as modificações do pacote W507 (que tem este nome por causa da potência máxima de 507 kW, medida usada na Austrália). O conjunto estará disponível em quantidade extremamente limitada antes da véspera de Natal, mas logo que 2015 começar a WPP voltará a receber encomendas — quer dizer, fora as mais de 200 que já foram feita. A companhia promete entregar todos os carros prontos antes do fim de fevereiro.
Serão longos três meses de espera para estas 200 pessoas. Ah, e nós sabemos o que você está pensando: o pacote também está disponível para a picape GTS Maloo! Era só o que faltava para você se mudar para a Austrália, não é?