A espera árdua e todo o hype a respeito do incrível Dodge Challenger SRT Demon estão perto do fim. Ele deverá ser revelado de uma vez por todas no Salão de Nova York. Enquanto o momento não chega, porém, ao menos temos isto aqui: o Jeep Grand Cherokee Trackhawk – um monstro equipado com o mesmo V8 supercharged do Challenger Hellcat, com os mesmos 717 cv e 89,8 mkgf de torque. ‘MURICA!
A Jeep já dispara logo de cara que o Grand Cherokee Trackhawk é o SUV produzido em série mais potente e mais rápido de todos os tempos. De fato: o Alfa Romeo Stelvio tem um V6 de 2,9 litros com dois turbos e 510 cv, o Range Rover Sport SVR tem um V8 supercharged de cinco litros e 557 cv, e o Bentley Bentayga tem 608 cv em seu motor W12 de seis litros biturbo. E ambos são bem rápidos: o Alfa vai de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos, o Range Rover faz o mesmo em 4,6 segundos e o Bentley precisa de quatro segundos cravados. O Jeep leva 3,5 segundos para ir até os 100 km/h – um número ainda mais impressionante se considerarmos que ele pesa 2.433 kg – um aumento de 117 kg por causa do V8 Hellcat.
Normalmente as fabricantes reduzem um pouco a potência de seus motores de alto desempenho antes de colocá-los em SUVs, mas não foi o caso aqui. Na verdade, graças ao sistema de tração integral permanente, o Grand Cherokee provavelmente lida melhor com tanta força do que o cupê (Challenger) e o sedã (Charger) equipados com o Hellcat.
Para receber o impressionante V8 supercharged, o Jeep foi equipado com um novo sistema de arrefecimento que inclui bomba, reservatório, radiador e mangueiras exclusivas, além de um radiador de óleo montado na dianteira.
A transmissão automática de oito marchas TorqueFlite também recebeu componentes reforçados, além de uma reprogramação para tornar as trocas mais rápidas – levando em conta variáveis como a curva de torque, kickdowns, aceleração lateral, fricção e downshifts.
O sistema de tração integral Quadra-Trac da Jeep, que inclui um diferencial com bloqueio eletrônico e caixa de transferência ativa, também recebeu componentes reforçados – a carcaça do diferencial, o eixo cardã e as peças do eixo traseiro, como os semi-eixos, por exemplo feitos com aço de alta resistência.
Para ajudar o Grand Cherokee a lidar com a força extra do motor Hellcat, a Jeep também deu a ele freios Brembo que, de acordo com a marca, trazem os maiores discos dianteiros de sua história: 400 mm na dianteira, ventilados, com pinças de seis pistões pintadas de amarelo. Na traseira, são 350 mm, com pinças de quatro pistões (também amarelas). Segundo a Jeep, é o bastante para que o Trackhawk vá de 100 km/h à imobilidade total em 34 metros.
Tanto os freios ABS quanto os controles de estabilidade e tração são calibrados especificamente para a versão, assim como o sistema de launch control, que A Jeep também deu ao Grand Cherokee Trackhawk uma atenção especial no controle de largada e nos modos dinâmicos de direção, que são cinco: Auto, Sport, Track, Tow e Snow. No modo Track, os tempos de troca de marchas são reduzidos em 68%, os sistemas de controle de estabilidade, tração integral e da direção elétrica são ajustados para melhor desempenho na pista e a suspensão fica em sua configuração mais firme possível, com torque distribuído em 30% para o eixo dianteiro e 70% para o eixo traseiro.
Existe, ainda, o modo Valet, que limita as rotações do motor a 4.000 rpm e reduz drasticamente a força disponível, bloqueia os modos dinâmicos de direção, desabilita as borboletas atrás do volante e ignora trocas manuais pela alavanca.
A suspensão do Grand Cherokee Trackhawk tras um sistema de braços assimétricos na dianteira e multilink na traseira, com componentes de alumínio, barras estabilizadoras ocas e amortecedores ativos Bilstein nas quatro rodas. As rodas são de 20×10 polegadas, por padrão com acabamento preto e diamantado. As rodas opcionais de alumínio forjado são 5,5 kg mais leve no total e são pintadas de preto low gloss (ou “quase fosco”). Os pneus são Pirelli Scorpion Verde, medindo 295/45.
Com tanta coisa, nem falamos ainda do visual do Trackhawk. A Jeep deu a ele um tratamento mais agressivo, seguindo a identidade visual dos outro membros da família Hellcat, com uma tomada de ar maior no para-choque e um duto onde ficaria a luz de neblina ao lado do motorista, que serve para alimentar o compressor e também o corpo de borboleta e 92 mm do motor. O capô também tem um scoop que ajuda a cumprir esta função. Na traseira, há um difusor pintado de preto brilhante ladeado por quatro saídas de escape, duas de cada lado.
O interior, de acordo com a Jeep, é inspirado nas pistas. Na prática, ele tem o mesmo visual discreto do interior dos outros Jeep, porém com bancos de melhor apoio, volante de base reta e menor diâmetro, uma tela de 8,4 polegadas no console, cluster de instrumentos com conta-giros no centro, velocímetro à esquerda e uma tela de 7 polegadas para o computador de bordo. A tela do console central também tem algumas funções interessantes graças ao sistema “Performance Pages”, exclusivo do Grand Cherokee Trackhawk. O sistema exibe informações como tempos de volta e leituras de datalog, além da entrega instantânea de potência e torque. É possível salvar estas informações em uma planilha e transferir para um pendrive via USB.
Alguns opcionais são o logo “Trackhawk” bordado nos bancos, revestimento exclusivo na cor “Dark Ruby Red” com preto (que pode incluir os cintos de segurança), teto solar de dois níveis, revestimento de couro no painel, telas para os ocupantes do banco traseiro e acabamento em metal para o lado de dentro. Por fim, pode-se escolher entre dois sistemas de som, um deles com 19 alto-falantes e dois subwoofers, da Harman Kardon.
O Jeep Grand Cherokee Trackhawk será apresentado publicamente em Nova York nesta semana, e chegará às lojas dos EUA no quarto trimestre de 2017.