Foto: Acervo autor/F. Bozza
Olá, pessoal. Meu nome é Hildevar Munin Junior e vou contar os detalhes do meu Project Car, um Fiat 500 Abarth. Sempre gostei de carros esportivos da Fiat, tive Tipo 2.0, Stilo Abarth, Punto Sporting e Linea T-Jet. A versatilidade do motor T-Jet me agradou bastante e não via a hora de termos novamente no Brasil um representante oficial da família Abarth, principalmente com o novo motor Multiair turbo e seus 160cv.
Há alguns anos atrás fiz uma viagem para a Itália e aluguei um 500 novo, com o motor de 100cv. O carrinho era muito bom tanto na estrada (andando junto com as macchine a 160km/h) e também na cidade, circulando com facilidade pelas ruelas italianas. Fiquei no sonho de ter novamente um Abarth quando surgiram os boatos da vinda do 500 Mexicano para o Brasil e de que eles fabricariam o 500 Abarth. Acreditei que o sonho poderia se tornar realidade, mas demorou esse dia…
No meio de 2014, após a Fiat confirmar o 500 Abarth para o Brasil, contava os dias para que isso acontecesse de verdade. Foi quando ele foi anunciado para o Salão do Automóvel de SP que fiquei mais animado!!
Comprei meus ingressos e passagem e fui lá conferir de perto. Adorei o carrinho! Voltando para Curitiba entrei em contato com uma concessionária para saber quando estaria à venda. Falava com o vendedor umas 2x por semana, mas nada de notícias. Após o lançamento oficial em Goiânia a mídia divulgou que seria no meio de Dezembro, mas na concessionária não sabiam de nada… Eis que no final de dezembro achei um contato de uma concessionária de São Paulo que tinha à pronta entrega e no começo de 2015 fechei o negócio.
Foi aí que começou o Project Cars #266
Meu objetivo com o 500 era um carro de uso diário e Track Day. Como amante de velocidade e pretenso piloto, gostaria de andar forte com ele no autódromo e desfilar na rua, coisa que acontece sempre pois o carrinho chama atenção!
Então tracei a primeira meta, fazer no Autodrómo de Curitiba o mesmo tempo que fazia quando corria na Copa Turismo, com um gol quadrado 1.6 a álcool, 1:46.
Fiz uma pesquisa e descobri que carros do mesmo porte (Mini Cooper S e JCW) faziam 1:50-1:48, então conclui que não seria tão difícil assim. O problema é que na pista cada segundo é bem suado.
O carro originalmente tinha tudo para ir bem nas pistas, peso baixo (1.165kg), boa potência (167cv), entre-eixos curto e suspensão esportiva.
Mas sabia que não iria me contentar com isso então comecei no mais fácil, aumentando a potência. Para quem torceu o nariz para o “mais fácil”, saibam que em turbos originais de fábrica, pelo menos nos mais novos, a pressão do turbo é controlada eletronicamente, e soluções que “enganam” a ECU original para aumentar essa pressão não costumam ser caras, além de serem de fácil instalação, o famoso “piggy back”.
Comprei um kit da Magneti Marelli*, que vem com o módulo de potência e acelerador eletrônico (que diminui o lag do acelerador). O bom desse kit é que proporciona um bom aumento de potência (30cv), foi desenvolvido pela mesma empresa que fabrica a ECU do 500 Abarth, que não por acaso é da própria Fiat, e vem com um controle remoto, onde você pode selecionar o mapa original, um intermediário e o Race, que dá os 30cv.
(*quase todos os componentes do meu Project Cars vieram de fora pela inexistência aqui no Brasil)
O carro no modo Race fica outro, com respostas instantâneas do acelerador e um torque muito maior, proporcionando ótimas retomadas em ultrapassagens. Segundo as informações do módulo, o torque vai de 23kgfm originais para 27kgfm, um aumento considerável.
Para vocês terem uma ideia da ansiedade esse kit já estava comprado antes do carro! Um dia depois de pegá-lo já tinha feito essa instalação e saí para uma viagem de 2.000km com o carrinho. Foi bom para testar o comportamento na estrada com as 3 opções de mapa, enquanto controlava todas as informações do carro usando um leitor de OBD chamado PLX Kiwi, que conecta com o celular, e que poderia zerar algum código de erro que desse por conta do piggy back, coisa que acontecia frequentemente no meu Linea Tjet, com um módulo TMC. Acredito que por ser Magneti Marelli, nunca tive nenhum código de erro, mesmo depois de 6.000km e seis track days.
Como o cofre do motor é pequeno, a instalação foi um pouco difícil. Além de tirar todo o filtro de ar (que é a caixa plástica que cobre o motor originalmente), também precisava tirar a bateria pois havia um conector de um sensor embaixo dela.
Logo que cheguei de viagem, outras peças também chegaram. Uma válvula diversora, GFB DV+, que fica anexa à válvula eletrônica de liberação de pressão do turbo e serve para manter uma parte da pressão descarregada na pressurização. Isso diminui o lag do turbo, que nesse carrinho é meio grande, pois o turbo só começa a acionar com 2000 rpm e enche com 3000 rpm. Coloquei também uma manta para a parte quente da turbina, a fim de manter o cofre do motor mais frio. Foi instalado também um diminuidor de curso da alavanca de câmbio, que diminuiu 30%, deixando as trocas bem mais esportivas e rápidas.
O primeiro track-day aconteceu em Fevereiro, no Autodrómo Internacional de Curitiba. Tive a mesma sensação de velocidade com o carrinho que tinha quando corria de Gol. O 500 era muito bom de curvas! Comecei fazendo 1:56 com o piggyback desativado e 1:53 no modo Race, mas com controle de tração ativado (só tive coragem de desativar totalmente no terceiro track day). Pena que ainda não tinha o software que permite filmar a volta e insere o tempo de volta assim como as informações do carro lidas através da OBD e do PLX Kiwi. Ficou para os próximos.
Faltava bastante ainda para a meta de 1:46. A solução? É o que contarei na segunda parte do PC #266. Fique ligado!
Por Hildevar Munin, Project Cars #266