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McLaren homenageia Senna com as cores de nossa bandeira
A McLaren resolveu também homenagear Ayrton Senna, neste mês que marca o aniversário de 30 anos de sua trágica morte ao volante de um Williams FW16. No próximo Grande Prêmio de Monaco, o carro de corrida Mclaren MCL38 terá um livery inspirado no capacete do piloto brasileiro. E não só isso: a empresa exibiu também um McLaren Senna, o supercarro com o nome do herói brasileiro, com uma decoração especial em homenagem ao piloto.
A pintura do supercarro se chama “Senna Sempre” e tem, segundo a empresa, tem “cores vibrantes escolhidas para refletir a personalidade e a nacionalidade brasileira de Senna, com outros elementos que homenageiam seu desempenho no Grande Prêmio de Mônaco”. A gente lembra imediatamente que em 1994, no GP de Mônaco, os dois primeiros lugares no grid ficaram vazios, em homenagem a Senna e Ratzenberger (que morreu nos treinos, um dia antes de Senna).
As pinturas são fortemente inspiradas na bandeira brasileira, via capacete do Ayrton. A McLaren diz que a tinta foi aplicada com uma nova técnica, que “permite que as tintas se misturem sem criar cores adicionais, ao mesmo tempo que evoca a velocidade e o movimento de balançar uma bandeira”. O que quer que isso signifique.
Nas laterais do supercarro aparece uma imagem do piloto, em uma arte matricial criada a partir de vários pontos pintados à mão cuidadosamente. Há o famoso logo duplo S de Senna espalhado por todo carro em pontos estratégicos.
O tema colorido continua na cabine com estofamento em Alcantara amarelo que contrasta com perfurações verdes, e painéis das portas em Alcantara preto. Este último traz a assinatura de Ayrton Senna e, também, uma citação dele que diz “Não tenho ídolos. Admiro trabalho, dedicação e competência.” Chega ser engraçado falar de ausência de ídolos no festival orgásmico de idolatria que é este veículo. Por isso mesmo, é genial. Mas infelizmente, está em inglês, e não na língua natal de Senna.
Este Mclaren Senna em particular é um modelo de pré-produção usado para validação, e mantido pela empresa após o término dos testes. Não há menção sobre o futuro do veículo, se será vendido ou mantido pela empresa. Mas de qualquer forma, o próximo GP de Monaco promete ser um evento emocionante para nós, brasileiros, e em especial, para os fãs de Senna. Toda homenagem à ele é merecida; lembra-lo, especialmente no mês de maio, é sempre importante. E usando as cores nacionais, especialmente emocionante. (MAO)
Conheça o Mustang Dark Horse H850 da Hennessey
Para um certo tipo de entusiasta só uma coisa gera excitação: potência. E para esste tipo de pessoa iluminada, não há lugar mais sagrado hoje em dia que a casa do senhor Hennessey, no Texas. O preparador tem uma receita sensacional para todo carro americano praticamente; não poderia ser diferente com o novo Mustang.
A Hennessey apresentou seu programa H850 para o Ford Mustang Dark Horse, e agora está dando mais detalhes do que parece ser, sob risco de ser repetitivo no caso dele, um monstro.
O V8 de 5,0 litros aspirado do Ford original recebe um supercharger, para começo de conversa. Para alimentar a nova sede de gasolina de alta octanagem, nova bomba de combustível, novos injetores, nova tubulação de admissão, e nova calibração de injeção. O resultado é uma montanha de poder puro: nada menos que 862 cv e 90 mkgf de torque. Barrabás.
O Mustangs Hennessey Dark Horse H850 então consegue números de supercarro em aceleração: com a transmissão automática de dez velocidades (sim, pode ser manual de seis velocidades também), faz o 0-96 km/h em 3,2 segundos e o quarto de milha em 10,9 segundos a 214 km/h. Um “ten second car”.
Hennessey não mencionou o preço, mas disse que o H850 “oferece um ótimo custo-benefício ao lado do desempenho de um supercarro e a glória de uma trilha sonora V8 supercharged”. O modelo vem também com encostos de cabeça bordados, emblema H850 e garantia limitada de três anos ou 36.000 milhas.
Enquanto muitos procuram pacotes completos de desempenho em suas preparações, John Hennessey permanece um preparador de motores basicamente; aproveita que os carros atuais já tem um nível básico de estabilidade e segurança ativa tão alto, que não se precisa mudar muita coisa neles para se obter este tipo de desempenho. Por mais coisas assim. (MAO)
Conheça a nova Honda Elite 125
O scooter mais barato da Honda, o Elite 125, acaba de ser reformulado: é praticamente uma nova motocicleta. É na verdade um modelo já oferecido no sudeste asiático com o nome de Dio 125.
É maior que a anterior, esta nova Elite 125 2025. Todas as medidas aumentaram, o entre eixos agora sendo 37 mm maior aos 1260 mm. O banco, porém, está ligeiramente mais baixo aos 765 mm. As rodas de liga leve tem o mesmo tamanho de antes, 12″ na frente, 10” atrás. Adaptando a moto asiática para o Brasil, uma coisa pelo menos mudou: o espaço sob o assento é maior, e permite guardar o capacete, algo quase obrigatório aqui para coisas deste tipo.O peso a seco declarado para a moto é de baixos 100 kg.
O motor é um monocilíndrico arrefecido a ar de 123,9 cm³, SOHC e duas válvulas por cilindro, que vem com injeção eletrônica, mas roda somente com gasolina. Fornece 8,2 cv de potência a 6.250 rpm, o que é menos 1,1 cv em relação ao modelo 2024. O torque, porém, é praticamente o mesmo da moto anterior aos 1,06 mkgf. Muito provavelmente as mudanças visão menor emissão, para atender legislação. A velocidade máxima é de 89 km/h, e o consumo médio, 49,9 km/l.
Uma novidade é o Idling Stop, sistema start-stop já adotado na PCX 160, que deliga e liga a moto em paradas como sinais de trânsito. As suspensões continuam iguais praticamente, a traseira contando com 3 ajustes de pré-carga. Vem com disco dianteiro de 190 mm, e tambor traseiro, com acionamento combinado.
A nova moto custa R$ 12.966, e vem nas cores branca, prata, vermelha e azul, sem acréscimo de preço na opção de cor. (MAO)
Fabricantes cortam preços de elétricos para atingir metas no Reino Unido
Parece que o futuro do automóvel será elétrico mesmo. Não por que o público decidiu, mas por que ele será empurrado a qualquer custo — e aqui me refiro até mesmo aos custos dos fabricantes e concessionários. Isso, porque o “Zero Emission Vehicle Mandate” (ZEV) do Reino Unido, estipulou metas anuais para que, até 2030, a maior parte dos carros novos vendidos sejam elétricos.
Já explico como isso está afetando o mercado, mas antes preciso esclarecer algo aos leitores e entusiastas dos elétricos: a existência, oferta e comercialização por carros elétricos não é um problema — e nem deveria ser, mesmo para o mais fanático usuário da combustão interna. Carros elétricos têm um propósito, podem ser vantajosos em alguns cenários, tal como uma picape kei tem sua finalidade. O que questionamos com alguma frequência aqui no FlatOut é a imposição legal dos veículos elétricos como única alternativa para o transporte privado individual.
Isso, porque apesar de não haver essa demanda por carros elétricos, ela foi transformada em algo urgente por legisladores do mundo todo. O público, apesar de não querer comprar veículos elétricos, será obrigado a comprar veículos elétricos por um sistema que ele próprio escolhe para representá-lo. E o fato de o público “não querer comprar veículos elétricos” é evidenciado por medidas como a que está sendo adotada pelos fabricantes no Reino Unido: eles irão reduzir os preços em até 14.000 libras esterlinas para atrair compradores, não porque querem, mas por que precisam atender a demanda da legislação britânica, que estipula que ao menos 22% dos carros novos vendidos em 2024 devem ser elétricos.
Não é uma questão de opção. Os fabricantes não podem chegar ao governo no fim do ano e dizer: “olha, a gente tentou, mas ninguém quis comprar veículos elétricos”. Porque o governo decidiu que ao menos 22% do povo tem que querer. E se não quiserem, os fabricantes terão que pagar uma multa de 15.000 libras por veículo elétrico não-vendido (ou 9.000 libras no caso da meta para veículos comerciais. Atualmente os “ZEV” correspondem a cerca de 16,9% dos registros de carros novos em abril, e a estimativa dos analistas de mercado é de que o share não chegue aos 20% no final do ano.
Com cerca de 1.900.000 veículos vendidos por ano no Reino Unido, as fabricantes precisam vender, ao menos 480.000 “ZEV” neste ano. Se a projeção de 20% se confirmar, estamos falando de 100.000 carros a menos que a meta — o que resulta em uma multa de 900 milhões a 1,5 bilhão de libras (somando todas as fabricantes, é importante notar). A Ford, por exemplo, pode terminar o ano devendo mais de 420 milhões de libras para o governo, enquanto a Toyota pode acabar com uma multa de mais de 345 milhões de libras.
É claro que as fabricantes não querem arcar com o custo da transição sozinhas. Se o suposto benefício é coletivo, que todos paguem o preço, mas o governo britânico já vem reduzindo os incentivos aos “ZEV” e atualmente eles se limitam a isenção do licenciamento e dos pedágios urbanos, além do acesso permitido às “zonas de baixa emissão” (o que não é exatamente um benefício, uma vez que os demais carros é que foram taxados para acessá-las).
O fato é que a realidade está oferecendo uma forte resistência ao sonho da “emissão zero” no transporte individual. Os fabricantes já entenderam o cenário, o público também não está muito interessado nisso. Falta apenas os políticos lembrarem por quem e para que foram eleitos. (Leo Contesini)
Este é o novo “art car” da BMW, que irá disputar as 24 Horas de Le Mans neste ano
A BMW está de volta às 24 Horas de Le Mans neste ano, e ela voltará em grande estilo. E isso não é uma figura de linguagem, pois o carro que será usado neste retorno, o M Hybrid V8 LMDh, é o mais recente “art car” da BMW.
Caso você não saiba, o BMW Art Car é um projeto criado há quase 50 anos pelo piloto e leiloeiro francês Hervé Poulain, que decidiu unir seus dois ofícios, transformando carros em obras de arte assinados por artistas renomados. Os carros se tornam telas em branco e cada artista pinta o carro como faria com uma tela em um cavalete ou em qualquer instalação artística. O primeiro deles foi um BMW 3.0 CSL pintado pelo escultor americano Alexander Calder e guiado pelo próprio Poulain nas 24 Horas de Le Mans de 1975.
Esta, aliás, é a melhor parte do projeto: os carros não são pintados para um museu, apenas. Eles acabam integrando a coleção no museu da BMW, mas, antes disso, alguns eles disputam uma ou mais corridas. O Art Car deste ano foi idealizado pela artista etíope-americana Julie Mehretu. A pintura é uma adaptação de uma tela batizada “Everywhen” (algo como “Semprequando”), que está exposta em Veneza/Itália. O design foi criado a partir da edição digital de fotos e sobreposição dos elementos visuais usados na pintura original, e aplicado sobre a carenagem do carro.
O M Hybrid V8 estreou no Mundial de Endurance (WEC) nesta temporada de 2024 pela equipe belga WRT, que também disputa a LMGT3 com o BMW M4 GT3. Apesar de ter conseguido uma vitória em Ímola na GT3 (com Augusto Farfus ao volante do M4), na Hypercar a WRT está apenas na sétima posição até agora, com um sexto lugar em Ímola como melhor resultado.
Apesar de Porsche e Toyota serem as favoritas em Le Mans, todos nós sabemos que uma corrida dessa é imprevisível e que, “para terminar a corrida em primeiro, primeiro é preciso terminar a corrida”. Além disso, a BMW talvez lembre como se vence em Le Mans, pois eles já fizeram isso em 1999 — a última vez que um BMW disputou a categoria de ponta na prova. (Leo Contesini)