Bem, nós já vimos carros feitos com fibras de coco, de algodão e de bambu, mas nunca ouvimos falar em usar raízes de árvores como inspiração para fazer rodas. Soa nonsense? Pois é, mas é isso o que a McLaren pretende fazer no futuro.
A notícia foi revelada pelo diretor de design da marca britânica, Frank Stephenson, ao site australiano Motoring. Durante a inauguração de uma concessionária McLaren em Melbourne, Stephenson disse ao Motoring que as rodas do futuro poderão ter raios irregulares e assimétricos, da mesma forma que as raízes das árvores, que se estendem em todas as direções em ângulos diferentes pois isso poderá resultar em rodas mais leves e resistentes.
Stephenson citou como exemplo o sistema radicular da sequoia-gigante (abaixo), que é uma árvore muito alta, mas que tem raízes rasas e difusas para estabilizar o tronco alto. Com as rodas o cubo central seria análogo ao tronco da árvore, enquanto os raios seriam as raízes dispostas de forma simplificada.
“É tudo baseado em bio-mimetismo. Você não tem raios simétricos. O que temos são raios curvos ou muito curvados, e com isso, quando a roda sofre um impacto, em vez de transmiti-lo para o centro da roda, ele se dissipa muito mais cedo. Assim você pode fazer os raios bem mais finos para resultar em uma roda mais leve. Será preciso apenas balancear as rodas. O motivo pelo qual estamos estudando isto é porque as rodas são massa não-suspensa. Uma roda pesada é notada ao volante”.
A ideia soa bem interessante, se querem saber nossa opinião. Mas como aprendemos ao longo da evolução da humanidade, a beleza sempre teve a ver com uma combinação de simetria, proporções e função. Não parece que uma roda assimétrica tem potencial para fazer sucesso.
Além disso, a disposição do sistema radicular das árvores (leitores biólogos/botânicos me corrijam se eu estiver errado) tem a ver com fatores externos como vento, relevo, composição do solo, umidade entre outros. Talvez o sr. Stephenson esteja passando tempo demais observando a natureza.