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História

Mégane Coupé, o hot hatch esquecido da Renault

O Renault Mégane RS Trophy-R é o atual rei dos hot hatches de tração dianteira. Seu motor 1.8 turbo de 300 cv, o acerto impecável da suspensão – e, claro, um belo histórico de recordes em Nürburgring – fazem dele o atual nome a ser batido neste segmento tão movimentado. Ele já está na elite há bastante tempo: o primeiro Mégane RS foi lançado em 2004, quando o modelo estava em sua segunda geração; e desde 2011 a Renault vem superando os rivais no lendário circuito alemão.

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No entanto, há uma versão esportiva do Mégane que, infelizmente, anda meio esquecida nos dias de hoje: o Mégane Coupé. Apesar do nome, ele era um hatchback – a Renault o chamava de Coupé por conta do perfil mais arrojado, com um quê de fastback, em contraste com a silhueta mais convencional da versão de quatro portas.

O primeiro Renault Mégane foi lançado em 1995. Seu desenvolvimento usava como ponto de partida a plataforma do Renault 19, modelo que é conhecido dos brasilieiros por ter sido um dos primeiros a chegar após a abertura das importações, em 1990. Mas o design não deixava isto aparente: enquanto o R19 tinha formas elegantes, porém bastante retilíneas, o Mégane abria espaço para um design mais curvo, que era bem melhor alinhado às tendências estéticas da época, com uma traseira mais alta, para-choques, faróis e lanternas melhor integrados à carroceria, e um interior bem mais moderno (para a época), com tons claros e materiais macios.

A parte que nos interessa, porém, é o Mégane Coupé. Embora não tivesse suas intenções declaradas pelo nome, e não fosse amplamente reconhecido como um hot hatch, o Coupé cumpria esse papel. E cumpria muito bem.

Usando a base sólida do Renault 19, o Mégane Mk1 tinha suspensão independente nas quatro rodas (MacPherson na dianteira e braços arrastados com barra de torção na traseira), equipamentos como cintos de segurança com pré-tensionador, duplo airbag frontal e zonas de absorção de impacto mais eficazes na dianteira. Ele também aproveitava os motores e câmbios disponíveis na linha R19. Ao menos em um primeiro momento.

As versões sedã, perua e hatchback de quatro portas do Mégane começaram a ser vendidas na Europa em setembro de 1995. O Coupé chegou três meses depois, em dezembro daquele ano. E ele vinha com um motor novo.

Estamos falando do 2.0 F7R, mesmo motor usado no lendário Clio Williams – considerado um dos melhores pocket rockets do seu tempo. O F7R foi o primeiro motor da família F da Renault a vir com comando duplo no cabeçote e 16 válvulas. Com diâmetro × curso de 8,7 mm × 93 mm, ele não era muito girador (não passava das 6.500 rpm). Mas tinha fôlego: comando mais agressivo, radiador de óleo e coletor 4×1, o F7R do Clio Williams era capaz de desenvolver 147 cv a 6.100 rpm, sendo que 85 % deles já estavam disponíveis às 2.500 rpm, além de 18,3 kgfm de torque.

O Mégane Coupé recebey uma versão levemente atualizada do F7R usado no Clio Williams, com 150 cv e 19,4 kgfm de torque. Com o câmbio manual de cinco marchas, era o bastante para ir de zero a 100 km/h em 8,6 segundos, com velocidade máxima de 215 km/h.

Mas o animado francês não se garantia apenas em linha reta. Uma peculiaridade interessante da versão de duas portas era o entre-eixos mais curto, com 2.468 mm – o sedã, a perua e o hatch de quatro portas tinham 2.580 mm. Com isto, o Coupé tinha menos espaço para os ocupantes do banco traseiro. Mas isto era só um detalhe – os 112 mm a menos entre os eixos garantiam uma dinâmica mais afiada, e mais agilidade nas curvas. Ele também tinha suspensão mais firme e mais baixa, além de rodas de 16 polegadas calçadas com pneus 195/50 (as versões comuns vinham com rodas de 14 polegadas e pneus de perfil 60). Os freios tinham discos nas quatro rodas, ventilados com 262 mm de diâmetro na dianteira e sólidos com 238 mm na traseira.

Em 1999 a Renault trocou o motor F7R do Mégane Coupé pelo F5R, que era muito semelhante, porém trazia um novo sistema de injeção direta de combustível. No entanto, seu objetivo não era entregar mais rendimento, mas sim melhorar a economia de combustível – tanto que o F5R do Mégane Coupé tinha 140 cv e 18,8 kgfm de torque, além de um limite mais baixo de rotação: apenas 6.000 rpm. Segundo o que a Renault divulgou na época, o zero a 100 km/h mantinha-se nos mesmos 8,6 segundos, mas a velocidade máxima não passava dos 208 km/h.

De qualquer forma, não era nas só nas ruas que o Renault Mégane Coupé se focava: ele também deu origem a uma versão de competição do Grupo A da FIA – o Mégane Maxi, com uma versão naturalmente aspirada de 275 cv e 25,8 kgfm de torque do motor F7R, capaz de girar a quase 8.000 rpm. O câmbio era sequencial, de seis ou sete marchas (dependia da configuração). E a tração era dianteira, pois o Mégane ficava em uma categoria mais abaixo nos campeonatos de Turismo e rali pela Europa.

O Renault Mégane Maxi era mesmo… maxi. Ele tinha as bitolas consideravelmente maiores que a versão de rua (chegava a 1.598 cm³) e, por isso, era quase 20 cm mais largo, com 1.832 mm no total. O visual musculoso dava outra cara para um carro já atraente.

A Renault utilizou o Mégane Maxi no WRC em 1996 e 1997, conquistando uma vitória em casa – o Tour de Corse de 1996, com Philippe Bugalski ao volante e Jean-Paul Chiaroni como navegador. Contudo, depois de encerrar o programa de fábrica, a companhia continuou fornecendo suporte a equipes independentes que quisessem correr com ele. O programa durou até 2001 mas, obviamente, o Mégane Maxi é popular até hoje entre pilotos independentes.