Em 1968 o mercado europeu recebeu um de seus modelos mais importantes e icônicos: o Mercedes-Benz W114. Precursor do Classe E, ele foi pioneiro em uma série de elementos que os carros da Mercedes carregariam por décadas a fio. Além disso, também oferecia aquela agradável experiência de condução típica dos carros alemães antigos: precisão dinâmica, suspensão calibrada na medida exata e ergonomia exemplar. Tudo coroado por construção e acabamento cuja qualidade era referência para a indústria.
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Só por isso o Mercedes-Benz W114 já é um nome de respeito para qualquer coleção, e também um bom candidato a quem procura um carro antigo para curtir aos fins de semana. Mas ele tem outro atrativo – comparado a modelos da mesma época que são procurados pelos entusiastas, como a trinca americana Mustang-Camaro-Challenger, os Mercedes daquela época são bem mais acessíveis. Claro, é uma experiência totalmente diferente, mas pode ser uma alternativa interessante.
O Mercedes-Benz W114 veio substituir o W110 “Fintail” como modelo de entrada da marca – quando a ideia de um sedã executivo compacto, como o Classe C, só não era mais absurda que a existência de um Mercedes-Benz hatchback com tração dianteira. Ele era oferecido com motores de quatro e seis cilindros, sempre com comando no cabeçote (duplo nas versões de seis cilindros). O deslocamento era indicado pelo nome do modelo – 200, 220, 230 e 240 para os quatro-cilindros; e 230, 250 e 280 para os seis-em-linha. Havia, ainda, versões a diesel com motor de cinco cilindros – o primeiro do tipo feito pela Mercedes, considerado um motores mais robustos do mundo.
O design da carroceria foi assinado por Paul Bracq, considerado um dos mais geniais projetistas automotivos de todos os tempos. Em seus anos com a Mercedes-Benz, entre 1957 e 1967, Bracq explorou a sobriedade no estio de seus carros, porém com uma identidade visual marcante e instantaneamente reconhecível. Bracq também desenhou o opulento Mercedes 600, o W108 (que era equivalente ao Classe S moderno) e os roadsters da classe SL (W113), e o W114 foi seu último projeto para a fabricante alemã.
Em termos de chassi, o W114 era o primeiro Mercedes feito depois da Segunda Guerra Mundial a adotar um novo sistema de suspensão, com braço semi-arrastados atrás e subchassi com ball-joints na frente – arranjo que foi amplamente usado pela fabricante até o fim dos anos 1980.
O exemplar anunciado no GT40 é um Mercedes-Benz 280C, equipado com um seis-cilindros de 2,8 litros. Chamado M130, este motor era o maior e mais potente da família: tinha 160 cv a 5.500 rpm e 23 kgfm de torque a 4.000 rpm. O câmbio podia ser manual de quatro marchas ou automático, também de quatro marchas – caso deste carro.
De acordo com anunciante, este exemplar está em excelentes condições, com alto nível de originalidade – passou apenas por uma repintura, mas jamais foi restaurado. O interior é completamente original: carpete, tapetes, couro dos bancos e revestimentos das portas são os itens que vieram de fábrica, em um belo tom de caramelo que combina muito bem com o verde da caroceria. O verde, aliás, também aparece na parte central das calotas. Aliás, as rodas e calotas são as originais do carro, bem como faróis, lanternas, emblemas, para-choques e vidros.
O anunciante diz que a mecânica foi revisada recentemente e está perfeitamente em ordem – o único detalhe é o ar-condicionado, que é o original do carro, porém precisa de uma revisão para voltar a refrescar como novo.
Este exemplar não está completamente impecável – tem algumas marcas de uso, especialmente no interior. Dadas suas condições, pode ser uma excelente base para uma restauração caprichada. Contudo, talvez seja interessante até mesmo deixá-lo como está e usá-lo quando possível, até quando possível.
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