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Mercedes-Benz apresenta a nova geração da Classe G e três novos modelos AMG 53 em Detroit

A Mercedes-Benz apresentou nas últimas 24 horas seus dois principais lançamentos deste primeiro semestre — talvez até mesmo de 2018 inteiro: a nova geração do Classe G, e a versão AMG do novo CLS, que também inaugura a série 53 da divisão esportiva. O que eles trazem de novo e têm de tão importante para a Mercedes? É o que veremos a partir de agora.

Começando pelo Classe G, a nova geração parece um mero facelift da antiga, é verdade. Mas a Mercedes provavelmente se viu diante de um dilema mais difícil que o da Porsche na hora de fazer um novo 911: como melhorar um design que vem funcionando surpreendentemente bem há quarenta anos?

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Foi por isso que há alguns meses dissemos que esta nova geração não traria mudanças significativas no visual do carro, que seria apenas suavizado/modernizado, enquanto as mudanças mais importantes aconteceriam por baixo de sua carroceria retilínea — mais exatamente na forma de medidas de melhoria de consumo, emissões e desempenho, o que, via de regra, envolve redução de peso, novos motores e novas tecnologias agregadas.

O estepe pendurado na traseira, as dobradiças aparentes, as maçanetas destacadas e os piscas salientes continuam no mesmo lugar. O que mudou foi a precisão da montagem dos paineis da carroceria, que agora têm vãos e frestas mais estreitos, que são sinais de refinamento de construção. Os para-choques e arcos dos para-lamas também parecem melhor integrados à carroceria, bem como as lanternas traseiras, deixando de lado o visual meio “acessório aftermarket” dos modelos mais recentes. Além disso, as dimensões também mudaram sutilmente: o novo G-Wagen é 5,3 cm mais longo, 12,1 cm mais largo e tem 4 cm a mais no entre-eixos que seu antecessor, o que resulta em um pouco mais de espaço interno, especialmente no banco traseiro, um dos pontos mais criticados do antigo Classe G.

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Lá dentro, aliás, é onde a mudança aconteceu de verdade. Primeiro, de acordo com a Mercedes, a cabine agora tem 15 cm a mais para as pernas dos passageiros de trás, e 3,8 cm para os ocupantes do banco dianteiro, além de mais espaço para ombros e cotovelos em qualquer assento. Depois, como vimos há alguns meses quando a Mercedes divulgou a galeria de imagens do interior, a nova geração ganhou um painel digital configurável muito semelhante ao da Classe E. A ideia aqui é atender ao público que adotou o Classe G como veículo de luxo para uso civilizado nos últimos 15 ou 20 anos. Embora o interior do carro já tivesse sido refinado nos anos 1990 e evoluindo gradualmente desde então, desta vez o Classe G realmente se parece com as versões mais requintadas dos sedãs Mercedes. Apesar da modernização do interior — que incluiu até mesmo o seletor de marchas e touchpad do sistema multimídia encontrados nos outros modelos —, a alça de apoio para o passageiro no painel, e os três interruptores de bloqueio dos três diferenciais do carro.

Os encostos do banco traseiro podem ser posicionados em nove ângulos diferentes para oferecer mais espaço de carga ou mais conforto para os passageiros. Ele também pode ser rebatido completamente para ampliar o espaço de carga. A Mercedes não divulgou o volume do compartimento, mas considerando que o carro ficou maior e mais longo, ele certamente irá superar os 700 litros do antecessor.

Nesta nova geração, considerando que a Classe G fez um enorme sucesso em suas versões G63 e G65, a Mercedes deu mais atenção à suspensão, que foi desenvolvida pela AMG não apenas para o asfalto, mas também para lidar melhor com os obstáculos que aparecem quando a estrada desaparece. Ela agora usa braços triangulares sobrepostos na dianteira e um eixo traseiro rígido, e ambos os eixos foram elevados, o que aumentou o vão livre do solo de 23,5 cm para 24,1 cm. Com isso, a nova Classe G passou a ter um ângulo de ataque de 31º, ângulo de saída de 30º, ângulo de transposição de 26º, inclinação máxima de 35º e capacidade de transpor um nível de água de até 70 cm.

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Outra melhoria que auxiliou a dinâmica do novo Classe G foi a redução de peso em 170 kg. Ela não foi significativa como no Range Rover (que eliminou quase meia-tonelada na atual geração), mas ainda é um feito e tanto considerando que a Mercedes manteve o layout de carroceria sobre chassi e o carro ficou maior e mais equipado que o anterior. Parte disso se deve ao chassi reprojetado e com ligas de aço de alta resistência, e parte se deve à adoção da carroceria com estrutura de alumínio. A rigidez à torção foi reforçada com uma barra de amarração na dianteira, ligando as torres da suspensão, e pelo novo eixo rígido traseiro, que agora usa quatro braços de controle em cada lado, e uma barra Panhard.

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As mudanças mecânicas continuam na direção, que deixou de usar esferas recirculantes/setor e rosca sem fim para adotar um sistema mais moderno, com pinhão e cremalheira e assistência elétrica. Isso também permitiu a implementação de sistemas auxiliares como o Parking Assist (que estaciona o carro de forma autônoma) e também a programação da direção nos modos de condução, que alteram também as respostas do motor, transmissão e suspensão. São cinco modos: Comfort, Sport, Individual, Eco e Off-Road.

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Por último, mas não menos importantes, temos as mudanças na motorização. O G500 continua usando o mesmo 4.0 V8 biturbo que já usava desde 2015, porém agora com 421 cv. O G63 abandona o 5.5 biturbo em favor do atual 4.0 V8 biturbo, com 603 cv e 86,5 kgfm — um aumento de 40 cv e 9,2 kgfm. A versão G65 não foi mencionada, mas é provável que ela seja atualizada também. A versão de entrada será a 350d, por enquanto a única com motor diesel, um seis-em-linha de 2,9 litros, 282 cv e 61,1 kgfm.

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Todos eles usarão o novo câmbio de nove marchas 9G-Tronic, com conversor de torque, substituindo o antigo 7G-Tronic de sete marchas dos antecessores. Segundo a Mercedes, além do número maior de marchas, a caixa também tem tempos de troca e respostas mais rápidas.

 

CLS 53 e E53: os híbridos da AMG

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Os americanos viram nesta segunda-feira o lançamento da nova linha intermediária da AMG, a série 53, que será formada pelo cupê de quatro portas CLS e pelas versões cupê e cabriolet da Classe E. A ideia aqui, aparentemente, é não invadir o espaço do AMG GT 4, do C63 Coupé e também do SL63, que são modelos que acabariam redundantes na linha AMG, visto que se trata de um cupê esportivo de quatro portas, um cupê de quatro lugares e um conversível de porte médio.

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Todos eles serão equipados com uma variação mais potente do novo seis-em-linha da Mercedes, com três litros de deslocamento, um turbocompressor e um compressor elétrico. Todos terão 435 cv e 52,9 kgfm e usarão o sistema de tração integral 4Matic+ e o câmbio AMG Speedshift de embreagem múltipla, com nove marchas, exclusivos das versões AMG.

O motor elétrico é integrado ao motor, posicionado entre o bloco e a carcaça do câmbio. Ele atua como motor de partida, alternador e auxilia o motor a combustão com 22 cv e 25,4 kgfm, além de fornecer eletricidade para o sistema de 48 volts.

No CLS 53, que é o modelo mais pesado, com seus 1.980 kg, o tempo de aceleração de zero a 100 km/h é de 5,3 segundos. No E53 Cabriolet, que é sutilmente mais leve, com 1.905 kg, a aceleração é feita em 5,3 segundos. O mais rápido será o E53 Coupé, que tem 1.895 kg, e será capaz de chegar aos 100 km/h em 4,4 segundos. Todos eles são limitados eletronicamente a 250 km/h.

 

Os três modelos receberão o tratamento tradicional da AMG: grade exclusiva, para-choques esportivos, soleiras cromadas, rodas exclusivas de 19 ou 20 polegadas e saídas de escape esportivas, bem como acabamento interno e volante exclusivos.