Fala, galera do Flatout! Primeiro, gostaria de agradecer a todos que votaram para que eu pudesse contar um pouco mais da minha relação de amor e ódio com o meu carro. Agora, vamos ao que interessa: como tudo começou e porque eu optei por comprar um Mitsubishi velho.
Desde pequeno, sempre fui fã do Lancer Evolution – nos jogos de vídeo game, o Evo era sempre a primeira opção. Filmes como Velozes e Furiosos ajudaram a aumentar o meu fascínio pelos carros, mais especificamente o segundo filme, em que Paul Walker pilotava um Evo XII verde. Admito que, na época, achava os vinis e as luzes de neon embaixo do carro legais. Quem nunca teve sua época tuneira? Passada essa fase, comecei a assistir toda e qualquer categoria do automobilismo. Desde a F1 até o WRC e, mais uma vez, lá estava o Evo.
Porém, foi só em janeiro de 2015 que eu decidi que finalmente compraria um Evo. Logo de cara já descartei o X (modelo fabricado de 2008 até 2015). Para o Brasil vieram, oficialmente, somente carros com o câmbio de dupla embreagem da Mitsubishi, o SST, o câmbio é excelente, mas eu faço questão de ter um carro manual apenas pelo prazer de eu mesmo passar as marchas, e os carros importados de forma independente são pouquíssimos. Assim, estava determinado a comprar um Evo das gerações anteriores, mas não tinha nenhum anunciado.
Por sorte, tenho amigos que são donos de Lancer Evo e que têm “planilhados” todos os Old Evos (chamaremos assim os carros do I ao IX). Um desses meus amigos me falou sobre dois Evos em São Paulo que os donos venderiam. Era um VII e um VIII, ambos na cor prata. Pelas fotos preferi o VII, porque o VIII era modelo RS, ou seja, basicamente uma versão mais “pelada” do carro. Os RS vinham sem o volante Momo, sem os bancos Recaro originais e também não tinham ABS. O volante e os bancos, além de serem difíceis de arrumar em bom estado, são muito caros. Colocando tudo na balança, já fui logo pedindo o telefone do dono do Evo VII.
Feito o contato, ele disse que mal usava o carro e, como havia desistido do projeto, iria vender. O contato foi feito em uma segunda-feira e, como meu pai mora em SP, ele foi ver o carro no dia seguinte, na terça. Na madrugada de quarta para quinta, saí do Rio de Janeiro e fui para São Paulo buscar o carro. Cheguei em SP na quinta-feira bem cedo e marquei de encontrar o dono no local onde o carro estava. O carro estava exatamente como nas fotos. Alguns detalhes nos para-choques, mas nada fora do normal para um carro 2001.
O carro tinha um intercooler maior que o original feito pela Super Cooler, comandos HKS, motor forjado e módulo de injeção da Apexi, modelo FC Commander. O carro também viria com algumas peças a parte, como: uma turbina Garret 3582r, coletor de escape custom e escapamento reto em três polegadas. Fechei negócio logo após fazer o test drive. Resolvida toda a burocracia do cartório, peguei a estrada direto para o RJ e, às 21h de quinta, eu chegava em casa com meu próprio Lancer Evolution. Vim a viagem toda dirigindo entre 100 e 120 km/h por não saber se o carro estava bem acertado e não ter um wide band. A foto abaixo foi na estrada, voltando para casa.
Na semana seguinte, mandei o carro para a oficina para fazer uma revisão geral e saber realmente qual era o estado do carro. Veio aí a primeira surpresinha que o carro guardava: todas as correias e polias estavam em péssimo estado. Infelizmente, não tenho fotos da correia, mas tive sorte de ter chegado no Rio e, mais ainda, ter tido auto controle de não dar nenhuma pisada na estrada. Como “carro usado é no estado”, ou seja, não tem garantia, troquei tudo o que estava ruim.
Carro 100%, certo? Nada disso. O carro estava com a mistura de ar/combustível extremamente pobre. Com o pé no fundo, a 3 mil giros o AFR (Air Fuel Ratio) batia 14. Esclarecendo: se eu acelerasse, era uma vez um motor. E, além disso, quem iria acertar o carro com a central Apexi, quando nem mesmo quem acertou pela última vez quis assumir o desafio? A solução foi aceitar que eu precisaria comprar outra central, procurar no Ebay uma central original de Evo VII ou partir logo para uma stand alone.
Talvez eu tenha me alongado demais, mas a novela está apenas começando… No próximo post conto sobre qual central eu optei e os planos de preparação para o carro. Até lá!
Por Alain Violland, Project Cars #356