ninguem gosta de descobrir despesas inuteis; de assinaturas de revistas que nao lemos mais a cobranças de cartao de credito que nao autorizamos passando por multas diversas nada nos deixa mais nervosos que gastar dinheiro por menor que seja a quantia em algo que consideramos inutil entao nao devemos nos espantar que as empresas ajam da mesma forma o nome legal pessoa juridica existe nao ha toa sao organismos imaginarios de onde se espera colocar algum dinheiro e tirar algum dinheiro em maior quantidade todo mes sendo assim o controle desses gastos e sempre intenso principalmente em epocas de vacas magras em qualquer campo de negocio mas como a industria do automovel consome capital com uma voracidade incrivel para devolve lo depois a conta gotas e ja passou por milhares de fases dificeis aprendeu com o tempo a controlar cada vez mais seus gastos com isso e uma ciencia dominada hoje nada e gasto numa empresa deste tipo sem ter sido aprovado em alguma esfera e nao ha gordura alguma do cafe nos escritorios as peças que chegam para montar os carros tudo e minuciosamente contabilizado e registrado nenhum custo e tao pequeno que nao possa ser escrutinado claro que isso denota uma virtude e indubitavelmente e mas como nada debaixo do sol e perfeito obviamente algo sofre com isso e nao nao e a queda de produtividade por falta de cafe ou as contraindicaçoes medicas do uso de papel higienico de dupla funçao serve tambem como lixa de acabamento na oficina e o fim dos projetos secretos criados pelos engenheiros com alguma verba pequena sobrando no passado engenheiros entediados em projetar mais um taxi desprovido de alma sempre davam um jeito de desviar alguma verba e tempo para projetos mais interessantes para nao ficarem malucos de tedio hoje gerentes ao ouvir isso se indignam e questionam a honestidade dos envolvidos; antes era pratica normal e tolerada principalmente se tivesse algum resultado interessante como voces acham que apareceu o mercedes benz 300 sel 6 3 o bmw m5 original o pontiac gto isso sem falar nos inumeros prototipos que nao chegaram a produçao incriveis criaçoes que ate hoje povoam os sonhos dos engenheiros envolvidos mas que infelizmente nunca sairam pelos portoes da fabrica para o mundo aqui fora o malabarismo financeiro por parte dos engenheiros sempre foi o motor da inovaçao nesta industria so assim criaçoes incriveis puderam aparecer somente quando sua viabilidade e boa parte do trabalho de projeto ja estao prontos aparentemente sem custo algum hoje isso parece ate sacrilegio dito em voz alta mas a verdade e que sem este subterfugio antes extremamente popular a industria fica cada vez menos inovadora presa ao que parece bom apenas no papel o simples ato de ver algo real que se pode dirigir ja mudou muito o curso da historia vejam o caso da perua bmw serie 3 a aston martin por exemplo nao existiria ainda hoje se em 1999 nao tivesse lançado seu v12 proprio mas o aparecimento deste v12 e uma historia dessas um motor ate ali sem casa dentro da empresa que o criou a ford motor company o primeiro duratec duratec hoje em dia e uma marca da ford usada em varios motores em varias configuraçoes e arquiteturas diferentes e portanto nada significa o primeiro duratec porem e na verdade uma familia de motores que tem como pinaculo o v12 aston martin e portanto e importante aqui era inicialmente um novo v6 tecnologicamente avançado criado para substituir os v6 ohv da marca de dearborn e um projeto do tamanho de uma empresa como a ford enorme o projeto basico foi contratado a porsche e mais tarde a cosworth tambem foi contratada para ajudar a manufaturar os novos e avançados cabeçotes dohc era um motor todo em aluminio o bloco compacto com espaçamento entre cilindros de 102 mm e camisas secas em ferro fundido insertadas o angulo entre as bancadas era de 60° e os mancais principais do vira tinham 4 parafusos verticais e dois laterais o bloco se estendendo para alem do centro do vira os cabeçotes tambem em aluminio tinham duplo comando acionado por corrente e quatro valvulas por cilindro opostas a 50° medindo 82 4 × 79 5 mm dava exatamente 2544 cm3 quando foi lançado no ford contour / mercury mystique em 1994 o contour era a versao americana do ford mondeo que logo receberia tambem o novo motor o primeiro duratec v6 tinha 170 hp a 6250 rpm 22 8 mkgf a 4250 rpm [caption id= attachment_278642 align= aligncenter width= 999 ] contour svt 2 5 litros 220 hp[/caption] o duratec era um excelente motor de qualquer forma que se olhasse para ele leve compacto economico e moderno mas tambem extremamente parrudo em construçao basica alem de girador suave e potente a toda rotaçao em 1996 para substituir o v6 ohv de 3 8 litros nos taurus de segunda geraçao recebia uma versao de tres litros e 200 hp obtida por meio de um aumento de diametro de pistao para 89 mm o motor foi usado pela jaguar em seus x type tambem claro estes carros sao baseados na plataforma do mondeo chamados de aj6 a principal diferença e que tinham variador de fase de comando a mazda tambem usou o duratec em alguns carros inclusive criando uma versao sua de 2495 cm3 necessaria para seu mercado local que cobrava mais imposto para carros acima de 2 5 litros mas quem realmente aproveitou a construçao rigida do motor nao foi a ford foi a pequena fabricante de supercarros inglesa noble a empresa usa o motor desde o inicio e oferece uma serie de duratec turbinados com grande profissionalismo com dois turbocompressores e intercoolers o noble m400 tinha um duratec de 3 litros e potencia maxima de 425 bhp a 6 500 rpm e torque de 54 mkgf a 5 000 rpm [caption id= attachment_278650 align= aligncenter width= 999 ] noble m400[/caption] em 1996 aparecia tambem um motor que mostrava bem a modularidade desta nova familia um v8 dohc a 60° esta nova versao da familia aparecia na segunda geraçao do taurus sho a versao esportiva do seda americano o sho anterior era um cabeçote dohc desenvolvido pela yamaha para o v6 ohv do taurus; nesta segunda geraçao o v6 dohc de tres litros era equipamento basico entao algo maior era necessario [caption id= attachment_278639 align= aligncenter width= 999 ] taurus sho v8[/caption] o v8 era basicamente um v6 de 2 5 litros com o mesmo diametro e curso com dois cilindros adicionados por meio de um bloco e cabeçote novos o resultado era um v8 dohc de 3 4 litros apenas e 60° entre bancadas o que neste caso necessitou um eixo balanceador contra rotativo para acalmar as vibraçoes inerentes deste tipo de configuraçao dava 225 hp a 6000rpm e 31 mkgf a 4800rpm mas infelizmente era apenas disponivel com cambio automatico ao contrario da amada versao anterior inicialmente apenas manual este novo motor v8 era agora projetado pela ford mas o parceiro japones nao perdeu a fabrica que tinha criado para suprir os taurus sho a yamaha montava os motores no japao a partir dos fundidos vindos de windsor no canada e depois o motor completo voltava para a planta de atlanta na georgia eua ou seja o motor ja tinha viajado coisa de 20 mil km antes mesmo de ser montado no carro a aston martin enquanto isso a aston martin se preparava para lançar um novo carro o seu primeiro com ajuda de seu novo dono a ford motor company a compra da aston em si em 1987 e tambem algo que nao acontece mais henry ford ii compra a minuscula fabrica de newport pagnell por vontade propria apenas em seguida falece e nunca mais ninguem tem poder para fazer algo assim na ford decidindo sozinho [caption id= attachment_278644 align= aligncenter width= 950 ] o primeiro db7[/caption] ate ali a aston era mantida apenas por entusiastas milionarios que de tempos em tempos apareciam para salvar a empresa em crise e depois de algum tempo exaustos fisica e financeiramente vende la de novo talvez henry trataria ela assim se nao tivesse morrido; nao se sabe o que se sabe e que a ford pessoa juridica tratou a aston como qualquer outra empresa que comprava como um negocio somente imediatamente cria uma nova fabrica moderna para produzir carros em serie nada de fazer apenas 100 carros em um ano artesanalmente com velhinhos batendo em folhas de aluminio o dia inteiro para fazer apenas um para lama o aston martin db7 de 1994 era entao mais que um novo carro era o inicio de uma aston totalmente diferente criada por profissionais da ford produzida em uma planta moderna por maquinas onde antes era um amalgama de peças criadas artesanalmente uma a uma por gente apenas era montado agora por gente estampos injetoras forjas gigantes automatizadas e fundiçao industrial com moldes definitivos onde nao se via areia alguma maquinas criando maquinas e o jeito ford o db7 de qualquer forma era um carro magnificamente bonito um desenho tao inspirado de ian callum que fixava o aston moderno foi repetido alterado em detalhes por 20 anos pelo menos e ainda hoje influencia todos eles fez tanto sucesso que ate fords com o tempo começaram a ficar estranhamente parecidos com aston martins mas o db7 inicialmente tinha pouca credibilidade entre os entusiastas e compradores a ford sendo a ford viu que nao seria viavel economicamente criar uma plataforma nova para o db7 como era dona tambem da jaguar baseou o carro no antigo jaguar xj s que seria tambem a base do futuro jaguar xk8 e usou tambem um motor jaguar uma versao do seis em linha dohc jaguar conhecido como aj6 em versao exclusiva de 3 2 litros com supercharger sim mas ainda assim todo mundo sabia que era um velho jaguar com roupa nova de aston martin linda roupa e jaguar era um bom carro ainda mas ainda assim faltava algo crucial par quem queria competir com a ferrari credibilidade um v12 sem casa david king chega na aston em 1995 e começa imediatamente a procurar um novo motor para os aston um que nao fosse imediatamente reconhecido como um jaguar ou ford; exclusividade neste mercado e importante em visita a sede da ford em dearborn encontra o aliado perfeito para sua empreitada jim clark nenhuma relaçao com o piloto falecido [caption id= attachment_278641 align= aligncenter width= 800 ] ford indigo[/caption] clark era chefe da engenharia de motores base e da engenharia avançada de motores alem de chefiar organizaçoes que fazem muita pesquisa avançada algo que por natureza sempre tem controle financeiro mais folgado clark era na verdade o homem que jaques nasser o novo e poderoso ceo da ford usava para fazer coisas impossiveis dentro da burocracia normal da empresa e o caso classico aqui comum desde que ed cole contratou zora arkus duntov na chevrolet da se liberdade a um engenheiro brilhante para que ele possa fazer coisas que a burocracia normal sempre impede; um pequeno agente de caos num mundo organizadissimo criado de proposito clark era mestre em explorar este tipo de coisa e muitas vezes usando os fornecedores que na esperança de um novo fornecimento gastavam dinheiro nos projetos malucos dele clark leva david king para conhecer algo que estava trabalhando entao o ford indigo um carro conceito criado pelo design a resposta para uma simples pergunta quao perto de um carro de formula indy para as ruas conseguimos chegar o indigo porem era mais que apenas um carro conceito nasser exigiu que tudo fosse engenheirado como se o carro fosse ser produzido em serie um pedido extremamente dificil considerando quao radical era o conceito o chassi foi projetado e construido pela raynard na inglaterra usando peças de seus formula indy e algumas da ford a carroceria foi desenvolvida e construida pelo design mas a parte que nos interessa aqui e o motor um novo v12 baseado no v6 duratec [caption id= attachment_278637 align= aligncenter width= 999 ] o v12 ainda ford[/caption] fazer um motor novo em tao pouco tempo coisa de um ano era impossivel em empresas como a ford mas usando se as peças e arquitetura de um motor existente tornaram a tarefa bem menos dificil quando o conceito ja esta provado aumentar o numero de cilindros apenas e bem mais facil e barato usou se os mesmos pistoes aneis e bielas do duratec o mesmo diametro e curso de 89 x 79 5 mm para um total no v12 de 5935 cm3 cabeçotes e bloco novos foram fundidos com o mesmo desenho dos v6 virabrequim e comandos foram usinados a partir de tarugos solidos de aço camisas de pistao valvulas molas acionamento de comandos mancais capas de mancais e mais uma infinidade de peças vieram diretamente dos v6 produzidos aos milhoes nos comuns taurus quando king viu o indigo o motor experimental estava pronto e funcionando dando 435 hp a 6100 rpm e um berro que dava substancia ao tal indy car para as ruas um projeto realizado sem budget; aparecia ali como se zero dolares tivessem sido gastos nele e estava praticamente pronto king imediatamente pega as dimensoes basicas do motor e pede um estudo para seus engenheiros; logo vem a resposta que o v12 poderia sim ser montado no cofre do db7 ato continuo king e clark vao ate nasser conversar sobre a ideia; nasser era um fa da aston mas tambem tinha suas restriçoes estava passando por um plano enorme de corte de custo de engenharia e disse posso ajuda los se voces fizerem tudo por 20 milhoes de dolares apenas e claro que aceitaram apesar de uma grande pressao de clark e os fornecedores americanos o motor seria feito na inglaterra como e o correto para um aston ou pelo menos costumava ser de qualquer forma o motor seria fabricado pela cosworth que inclusive terminou a calibraçao de injeçao e o projeto da instalaçao do novo motor no db7 ao mostrar o indigo para a imprensa em 1996 nasser sacana pergunta o motor esta pronto para ser lançado mas nao sei onde colocar ele ainda onde voces acham que iria bem ninguem acertou claro [caption id= attachment_278646 align= aligncenter width= 950 ] db7 vantage v12[/caption] o db7 vantage e lançado finalmente em março de 1999 o v12 exclusivo da aston martin e uma revelaçao transforma o belissimo db7 em um carro finalmente desejavel e especial diferente de todo resto por dentro o motor ainda usava a mesma arquitetura dos duratec com os mesmos 102 mm entre centros de pistao os mesmos pistoes e curso as mesmas valvulas 35 mm admissao 30 mm escape o mesmo angulo de 50° entre elas exatamente dois duratec v6 juntos no db7 dava inicialmente 414 hp a 6000rpm e 55 mkgf a 5000 rpm se tornou o principal motor da marca ate a recente adoçao de mecanica mercedes benz em 2018 durou muito mais que o proprio motor v6 original a muito substituido por unidades maiores em sua ultima versao no vanquish s de 2018 chegou a 603 cv a 7000 rpm ainda com os mesmos 5935 cm3 do motor original nao e um exagero dizer que manteve a aston martin viva ate que um novo dono pudesse tentar a sorte como sempre acontece e tudo graças a contabilidade criativa de um engenheiro chamado jim clark
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