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Gordon Murray tentou fazer carro esporte barato com a Yamaha
A década que começou em 2010 está firmemente no passado, e neste mundo de mudanças rápidas e constantes, parece realmente longe, em algum lugar do passado, vista de hoje. O passado, sabemos, molda o futuro; e este podia ter sido diferente para a GMA, a fábrica de automóveis de Gordon Murray.
Numa conversa com a Road & Track americana, o nosso criador de automóveis bigodudo e de camisa florida preferido disse que faltou muito pouco para que sua empresa, ao invés de supercarros caríssimos, produzisse também um carro esporte “comprável” por meros mortais.
O carro, que se chamaria T.43, usaria um motor de três cilindros turbo da Ford inglesa, com 218 cv. Seria baseado no seu conceito de industrialização de compósitos de alta produção iStream Superlight, e seria, claro, muito leve. Murray estima que o carro de produção, com ar-condicionado, teto e outros confortos, pesaria apenas 950 kg. Território de peso-potência habitado pelos 911.
O carro teria um parceiro japonês: a Yamaha. Infelizmente ele foi cancelado, relata Murray para a Road & Track. Apesar da equipe ter chegado ao ponto de criar protótipos, uma mudança de liderança na empresa japonesa acabou significando o fim do programa.
“Já estaria em produção há quatro anos”, disse Murray. “O plano de negócios que fizemos para eles seria de 5 mil unidades por ano. Portanto, haveria 20.000 deles por aí agora.”
Uma pena realmente. Mas não poderia Murray ter tocado o projeto sozinho? Não, sua empresa é focada em produção muito menor: “Prometemos que nunca faríamos mais do que cem de qualquer coisa. Esse é um dos nossos princípios. Podemos ir menos, mas não iremos mais.”, disse Murray à revista.
O engenheiro do McLaren F1 também deixou claro que o tempo desse projeto também foi embora, e uma vez perdida a oportunidade, não volta mais: “O problema é que agora os potenciais parceiros querem eletricidade. A hora era aquela.” Agora é tarde demais, aparentemente, e Murray não considera retomar o projeto.
Um cara pode ser desculpado em imaginar um universo paralelo onde Murray ensina a todos, especialmente alemães, como fazer um carro esporte moderno de verdade. Uma realidade alternativa onde menos de uma tonelada é considerado leve; não menos de duas, como hoje. Um Murrayverso, talvez? Tá, desculpa aí. Parei. (MAO)
Um Alpine A110 ainda mais radical em teste
Apesar de ter sido lançado no longínquo ano de 2017, o Alpine A110 parece ainda novo e fresquinho como um pêra madura colhida esta manhã, se me desculparem a metáfora também fresquinha. Afinal, qual outro carro esporte é ao mesmo tempo moderníssimo e retrô, que lembra um passado de carros pequenos e ágeis, mas é moderno, turbo, DCT e ar-condicionado? E leve, muito leve: num mundo em que o Porsche Cayman pesa em torno de 1400 kg (e é considerado leve), o A110 flutua em torno dos 1100 kg.
O A110 continua também um grande sucesso de vendas para a marca. Então não surpreende que continue sendo aprimorado. Não contente em nos dar um A110 R hardcore no ano passado, a Alpine parece estar trabalhando em algo ainda mais extremo.
O site Carscoops publicou fotos de um A110 diferente em Nurburgring. É um carro que parece ser mais uma evolução do carro, e o lugar onde as fotos foram tiradas implica em ainda mais velocidade em pista.
O carro tem uma série de adições aerodinâmicas visíveis. Esses são cannards nos cantos do para-choque dianteiro, um splitter estendido na frente, aberturas de ventilação revisadas e uma barbatana dorsal no estilo Le Mans atrás.
O resto do pacote aerodinâmico parece inalterado em relação ao que vimos no A110 R. Não se sabe se terá mais potência: o A110 R hoje tem redondos 300 cv de seu quatro em linha de 1,8 litros turbo. Ainda menos peso? Difícil imaginar este carro ainda mais leve.
Deve ser a última variação, porém. Como sabemos, e lamentamos, a marca passará a ser elétrica em breve, com o sucessor do A110 sendo 100% elétrico. Um carro que estava sendo desenvolvido junto com a Lotus, mas agora será totalmente francês. C’est la vie!!! (MAO)
Novo AMG GT é um carro de duas toneladas
Confesso que gostei muito do “downgrade” do Mercedes-AMG GT, na forma do modelo 2024 que apareceu esta semana, baseado no SL. Isso porque o mundo realmente não precisa de mais supercarros que fazem uma volta incrível em Nurburgring, mas carece de carros esporte para o mundo real, como era o antigo SLC, filosoficamente a mesma coisa que o novo AMG GT.
E não é que este novo carro seja lerdo, ou usável como o antigo SLC; na verdade continua com um desempenho que beira o inacreditável (0-96 km/h em 3,1 segundos e 315 km/h), e muito além do que é possível usar fora de pista. E continua baixo, e com pneus de perfil tão baixo, que necessita de sistema que levanta a frente, só para entrar na garagem de casa. Nada de coisas capazes de vencer ralis africanos, como era o antigo SLC, afinal de contas…
No lançamento, porém, a Mercedes-Benz disse que o seu peso estava “a ser anunciado”. Agora foi publicado: o novo GT tem um peso total declarado de 1970 kg, em ordem de marcha, sem gente dentro. Um carro de duas toneladas, andando nas ruas por aí.
Obviamente todo mundo está reclamando e fazendo facepalm. O carro é quase 400 kg mais pesado que seu rival mais claro, o Porsche 911 com tração integral. Realmente, não é mais um carro para rivalizá-lo em pista.
Mas quer saber? Tudo bem. Mercedes-Benz nunca foi leve, não é esse seu métier. O SLC mesmo era considerado impossivelmente pesado nos anos 1970, pesando em torno de 1600 kg. Como disse, o mundo realmente não precisa de mais supercarros que fazem uma volta incrível em Nurburgring, mas carece de carros esporte para o mundo real.
É este novo AMG GT este carro esporte para o mundo real? Não sei; parece, na verdade, nem uma coisa nem outra. Vamos precisar esperar para andar num deles, para ter certeza. (MAO)
Conheça a linha Peugeot 2008 2024
Lembra do Peugeot 2008? Sim, continua em produção, por incrível que pareça, e basicamente o mesmo carro. Meio esquecido no mercado, não é particularmente algo que possamos chamar de “um sucesso”. Mas é um carro com várias qualidades interessantes, e como bem sabemos, quando todos esquecem de um carro, é hora de olhá-lo com carinho: o preço nunca é alto para eles. Se você só aceita o que todo mundo quer, vai pagar mais por isso, afinal de contas.
A Stellantis anunciou a versão 2024 do carro, que teve algumas mudanças. A versão Style com motor 1.6 aspirado não existe mais, e a linha tem uma pequena redução de preço de tabela. Lembrando que em 2022 o carro sofreu um face—lift leve, e novas versões Roadtrip e Style.
O 2008 Roadtrip, antes série especial, é agora oferta de catálogo da marca. O Style, versão abaixo do topo de linha Griffe, agora só com o 1.6 turbo, e recebe o teto-solar panorâmico como item de série. O câmbio é sempre automático de 6 marchas, e a tração, dianteira.
O motor turbo é realmente forte, com até 173 cv em um carro que pesa 1246 kg; faz o 0-100 em 8,8 segundos e chega a 209 km/h. Pode ser comprado na versão Style aos R$ 124.990, ou na topo de linha Griffe (6 airbags, sensores de chuva e luz, sensor de estacionamento traseiro e detalhes em premium silver) por R$ 129.990.
Se você não se importa com o mais fraquinho 1.6 aspirado de 120 cv (ainda um carro capaz de quase 190 km/h), pode ter um 2008 partindo de R$ 104.990 na versão Allure. Não é exatamente barato, mas certamente descontos aqui podem ser conseguidos com alguma procura, e falando relativamente, uma opção interessante. (MAO)