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Pensatas

Não seja um babaca no trânsito: aprenda com o contra-exemplo

Ontem, o governo federal chegou à constatação de que seu compromisso com a Década de Ação pela Segurança Viária, assumido com a ONU (Organização das Nações Unidas), não deve rolar. Deveríamos reduzir o número de mortes para 29,4 mil em 2020, mas, em 2013, já vimos que o ritmo de redução é baixo demais para chegarmos lá. Ao mesmo tempo, saiu faz pouco tempo um vídeo que ensina como sermos tremendos babacas ao volante. Vale juntar as duas coisas em uma só. O vídeo é esse aí embaixo.

Criado pelo site de humor Cracked, o vídeo vinha só em inglês e a tradução em legendas não era das mais legais. Por isso, fizemos questão de pegar o vídeo e legendá-lo devidamente, sem pegar tão pesado quanto eles no linguajar. “Asshole” é muito pior do que babaca. Qualquer dicionário online pode lhe dar a pista da palavra de tratamento correta, mas não queremos acirrar ânimos. Apenas ajudar todos a refletir sobre o trânsito como a atividade coletiva que ele é. De uma forma leve, mas não leviana.

 

Se prepare antes de sair

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A primeira atitude que o personagem “babaca” toma é não se preparar devidamente para sair. Ele poderia ajustar seu GPS, provavelmente o Waze, e deixar tudo certinho antes de tirar o carro da garagem. Mas ele vai deixar para fazer isso só na estrada, no pior momento possível. Ao sair, ele não olha se há alguém vindo e atravessa na frente de uma outra motorista. Ela, que poderia respirar fundo e contar até dez, reage, xinga e dá aquela buzinada. O vírus a contamina imediatamente.

 

Use a seta!

No cruzamento, o motorista que vem vindo engole a seta. De propósito, não por esquecimento. Essa é uma das maiores causas de aborrecimento no trânsito, já que ninguém tem a obrigação de saber o que os demais motoristas pretendem fazer. E a seta está aí para isso mesmo: indicar quais são as intenções de cada um.

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Em vez de esperar para ver o que o outro motorista vai fazer, o personagem principal do vídeo acha que pode ir e enfia metade de seu carro na pista contrária. É um convite para uma batida de lado, uma das que mais têm potencial de matar. O que não deu seta acaba virando. E usando a seta, mas só em cima da pinta, outra atitude que tira muita gente do sério. Para permitir a antecipação dos demais, ela tem de ser usada alguns metros antes.

 

Se quer usar o celular no carro, faça isso do jeito certo!

Na sequência, o personagem do carro azul calcinha faz o que ninguém deveria fazer ao volante: pegar e manipular o celular. Não há problema em usá-lo do modo correto, por Bluetooth e com os sistemas adequados, como já mostramos por aqui, mas o motorista do vídeo, não contente em fazer mau uso do seu, ainda o tira do bolso da frente das calças jeans. E quase provoca um acidente com um caminhão.

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O semáforo se torna um lugar de distração, onde ele fica mexendo no celular para passar o tempo até o sinal abrir. Logo que ele abre, a motorista do carrinho rosa, que tem toda a pinta de ser um Smart Fortwo, “taca-le” a buzina na orelha. E o cara sai de seu mundinho particular. Em parte.

Na ruela de acesso à estrada, ele ajusta o GPS, não sem antes gastar um belo tempo procurando a mensagem com o endereço da festa. Se viesse alguém atrás, ele que esperasse. Não é sempre assim quando alguém está no celular? Quem vem atrás ou ao lado que espere? E se cuide, para não bater no distraído? Por isso que a Porto Seguro fez até um vídeo sobre isso. E a sacada do vídeo é genial.

Se fossem só 5 segundos… Neste tempo, um carro a 60 km/h percorre 83,35 metros. É o suficiente para a mãe de todas as porradas. Ou para atropelamentos catastróficos. E para uma porção de vidas perdidas à toa.

Não é à toa que a mesma Porto Seguro criou uma campanha divertida, pedindo para que todos deixemos nossos “ogros” em casa. E ogro fica com celular pendurado na orelha mesmo no trânsito. Isso quando não tá mandando “Whatsapp” ou SMS.

 

Não faça fila dupla…

Outro tema da campanha da Porto Seguro é a parada em fila dupla, o cúmulo do egoísmo. Para matar o filho de qualquer um de vergonha.

 

Saia da esquerda!

Voltando ao vídeo do Cracked, a sequência de cagadas do cara do carro azul calcinha não tem fim. Na estrada, ele pega a faixa da esquerda, que ele considera uma como outra qualquer. Não é… E a gente já fez matéria a respeito disso. Vale dar uma relida nela para saber que a faixa da esquerda é a faixa por excelência das ultrapassagens. Não a direita, como muita gente acaba fazendo, correndo diversos riscos.

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Mas o motorista xexelento não se dá por satisfeito. Ao encontrar outro motorista na mesma estrada, mas na faixa da direita, ele emparelha e mantem exatamente a mesma velocidade que o companheiro de viagem. E bloqueia toda a pista. Você certamente já passou nervoso por conta disso, não foi? Nós também.

 

Não dê fechadas!

Só não vá ter a mesma atitude do apressadinho que vem logo atrás, na faixa da esquerda. Ele não liga a seta, não dá um lampejo de faróis nem aquela buzinadinha leve, o famoso “bibi”. Mete logo a mão na buzina para empurrar o camarada do carro azul calcinha com a força do ar que ela desloca. Quando o cara da frente acelera, ele enfia seu carro na faixa da direita e fecha o motorista que estava lá, de boa.

Na ficção, isso não teve maiores consequências, mas veja o que pode acontecer na vida real. Não é bonito.

Esse é o tipo de coisa que mata mais um sem número de pessoas no mundo todo. Mas mata muitas mais aqui no Brasil, um campeão de violência no trânsito.

Nosso instrutor de babaquice em vídeo volta a emparelhar com o cara da picape amarela, que está apenas na sua, dirigindo provavelmente em uma velocidade constante, tranquilo. Até a chegada de um VW Fusca rosa choque que emparelha com nosso personagem principal para impedi-lo de mudar de faixa. E ele reage fechando o tal Fusquinha. Só para voltar para a direita ali adiante, cortando de novo o cara da picape amarela para pegar uma entrada.

Fechada

Eis a única vez em que ele se permite ser também um babaca, gesticulando de dentro da cabine de seu utilitário. E é também o final do manual de instruções sobre como agir mal e fazer tudo que não deve ser feito dentro de um carro. Quase tudo, pelo menos.

Não se permita agir da mesma forma, especialmente em um país com tantas mortes no trânsito. As medidas governamentais poderiam agir na raíz, ou seja, em uma educação reforçada para a concessão de carteiras de habilitação, mas, enquanto elas não chegam lá, lembre-se deste vídeo, dos exemplos e de como você pode ser parte da solução. Não mais um para causar problemas. Destes, já estamos cheios.

Prestigie o vídeo original do Cracked, logo aí embaixo. Os caras merecem pelo servição que prestaram.