21 segundos. Menos de meio minuto. Quase um terço de minuto, na verdade. É o tempo de duração da maioria dos spots de rádio ou de algumas propagandas de TV. Coincidentemente, foi o tempo que motivou a maior propaganda da quarta geração do Nissan GT-R, a R33.
Os 21 segundos foram o quanto o recém-lançado Skyline GT-R baixou em relação ao seu antecessor, o Skyline GT-R R32, em Nürburgring Nordschleife. Essa redução de quase meio minuto é um feito e tanto, especialmente considerando que o R33 ficou mais pesado. Mas os 21 segundos a menos no giro, resultaram em um tempo de sete minutos e 59 segundos, uma marca jamais vista no circuito. Nenhum outro carro do planeta era tão rápido quanto ele em Nürburgring, então a Nissan aproveitou o feito em toda a campanha de lançamento do carro. Nascia um novo rei de Nürburg.
Lançado em 6 de janeiro de 1995, o GT-R R33 usava praticamente o mesmo motor RB26DETT de seu antecessor, com os mesmos turbos Garrett T03 e o mesmo câmbio manual e sistema de tração integral, porém o câmbio passou a usar anéis sincronizadores mais resistentes e o RB26DETT ganhou um colar reforçado para a bomba de óleo, um dos pontos fracos do R32. Outra mudança é que, a partir da geração R33, o capô de alumínio foi adotado em todas as versões. Apesar disso, o carro ganhou 100 kg, chegando aos 1.530 kg.
A V-Spec — de Victory Spec — tinha os mesmos upgrades do V-Spec antecessor, com suspensão recalibrada, altura de rodagem mais baixa e uma nova configuração do sistema de tração integral, agora batizado ATTESA E-TS Pro, que passou a usar um diferencial ativo de deslizamento limitado. O diferencial ativo tornou o V-Spec ainda mais pesado que o modelo regular — apenas 10 kg, mas ainda assim mais pesado.
A solução veio na forma das versões especiais, que foram uma constante nesta geração do GT-R — uma geração de vida curta, aliás, que durou apenas até 1998, com pouco mais de 14.000 unidades produzidas. Apesar disso, alguns dos GT-R R33 especiais estão entre os melhores GT-R já feitos.
Ainda em 1995 a Nissan lançou a versão N1 do GT-R V-Spec usando a mesma receita do N1 R-32: menos equipamentos, menos peso. Por isso o R33 perdeu o ABS, o sistema de áudio, o ar-condicionado, o limpador de para-brisa traseiro e a formação do porta-malas.
O motor também era sutilmente diferente: ganhava novas válvulas de escape, borboleta de maior diâmetro e bloco reforçado. Os freios passaram a usar um cilindro-mestre reforçado e dutos adicionais de arrefecimento debaixo do carro e nos para-choques (as duas aberturas entre as grades), os faróis também era mais leves como os do N1 R32, assim como a pintura branca “Crystal White” com menos camadas.
O carro ficou 10 kg mais leve que o V-Spec e chegou ao mesmo peso do GT-R básico, 1.540 kg. Desta vez a especificação N1 não foi oferecida para todas as versões como na geração anterior, o que resultou em uma das séries mais raras do GT-R, de apenas 86 unidades produzidas.
Nissan GT-R LM Limited – 1996
Logo no início dos anos 1990 o Grupo A mudou suas regras e o GT-R não pôde se adequar a elas, a Nissan se manteve apenas no Grupo C até que ele foi extinto e substituído pelo novo GT1 da BPR. Para continuar nas competições de endurance, a Nissan decidiu disputar a nova categoria usando como base seu maior GT, o R33. Foi quando nasceu o GT-R LM.
Como todo GT1, ele precisou abrir mão da tração no eixo dianteiro e passou a ser movido apenas pelas rodas traseiras. A abdicação fez bem, porque seu peso foi reduzido significativamente e ele pôde, com ajuda de outras medidas, chegar aos 1.150 kg. Além disso, ele ganhou bitolas mais largas e para-lamas mais volumosos para acomodar a nova medida dos eixos e produzir downforce. Seu motor era o mesmo do N1, porém com calibração de corrida e sem os recursos de controle de emissões e comprometimentos de durabilidade dos carros de rua, chegando aos 405 cv. O câmbio também era trocado por um Xtrac de seis marchas com atuação sequencial.
A homologação exigia apenas um exemplar de rua fabricado, então a Nissan fez apenas um exemplar e o guardou em sua fábrica. Ele era exatamente como o carro de competição, porém tinha interior completo como o dos demais R33, mas revestido de Alcantara, e seu motor tinha “apenas” 305 cv.
A concorrência desta vez não foi fácil. Correndo contra Ferrari F40 LM, McLaren F1 GTR e Porsche 911 GT1, eles terminaram em 34º na temporada, 5º em sua categoria e em 10º geral na 24 Horas de Le Mans daquele ano. No ano seguinte a Nismo voltou a Le Mans e terminou em 15º geral com seu GT-R LM, mas após a temporada daquele ano, ela desistiu da categoria devido às brechas exploradas por seus rivais para produzir protótipos disfarçados de carros GT.
A participação do GT-R nestas duas edições de Le Mans inspirou a Nissan a lançar uma série especial baseada na versão de competição, batizada GT-R LM Limited. Foram feitos apenas 188 exemplares, todos pintados de azul “Championship Blue”, splitter frontal, asa traseira com Gurney flap e elementos de fibra de carbono. Eles também tinham os para-choques da versão N1 e o defletor do N1 no capô, além, claro, do motor com a mesma especificação do N1, conforme o carro de pista.
Dos 188 exemplares, 86 eram baseados no GT-R básico, e 102 foram feitos sobre o GT-R V-Spec.
Nismo 400R – 1997
Um dos mais admirados especiais do GT-R é também o segundo mais raro deles: o Nismo 400R. Lançado em 3 de novembro de 1997, ele foi a primeira versão a ostentar o nome da Nissan Motorsport nesta quarta geração do Skyline e não usa exatamente o RB26DETT, mas uma versão de 2,8 litros do motor desenvolvida pela REINIK.
Ele tinha o virabrequim com 4 mm a mais de curso e pistões com 1 mm a mais de diâmetro, além de bielas balanceadas e feitas com liga metálica de maior dureza, dutos do cabeçote polidos, comandos de válvula com maior levante, sistema de lubrificação com volume, pressão e arrefecimento otimizados, coletor de escape com maior fluxo e turbo de maior diâmetro.
Além disso, ele usava uma embreagem com platô duplo e um sistema de intercooler com maior capacidade, freios desenvolvidos pela própria Nismo e aerodinâmica revisada com tomadas de ar maiores no para-choques dianteiro, saias laterais, capô com respiros e asa traseira de fibra de carbono.
O resultado foi um bólido de 450 cv capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 4 segundos e ir além dos 300 km/h. A Nismo pretendia produzir 100 unidades do 400R (R de Racing, caso você esteja se perguntando), mas somente 44 foram feitos entre 1997 e 1998, quando o Skyline R33 saiu de linha.
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