Do ponto de vista mercadológico, esperava-se que o grande destaque no estande da Honda no Salão do Automóvel fosse o novo HR-V com motor turbinado. O SUV compacto da fabricante (desconsiderando o WR-V, que é pouco mais que um Fit com suspensão elevada e apelo off-road) é competente, confortável e espaçoso, mas ele merece mais que os 17,4 kgfm de torque do motor 1.8 16v de 140 cv. Em determinadas ocasiões é preciso girar alto para ganhar velocidade — algo que não acontece com o mais pesado CR-V, equipado com o motor turbo — o que compromete o consumo de combustível.
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A versão de topo Touring até agora utilizava este mesmo motor, mas no Salão do Automóvel a Honda confirmou a adoção do 1.5 turbo de 173 cv e 22,4 mkgf de torque, que além de gastar menos, deverá melhorar consideravelmente o desempenho do crossover.
Contudo, o carro não está lá – ele foi apenas anunciado pela Honda durante a coletiva à imprensa. O HR-V Touring com motor 1.5 Turbo chega às lojas em meados de 2019, mas a fabricante ainda não deu a data definitiva.
A Honda preferiu dar mais atenção ao lançamento da décima geração do Accord, seu sedã que hoje disputa mercado com os alemães – Mercedes-Benz Classe C, Audi A4 e BMW Série 3. É a décima geração do modelo no mundo, e a sexta vendida oficialmente no Brasil.
O Accord de décima geração foi lançado no ano passado em outros mercados e seu visual já era conhecido, mas não custa reafirmar: ele ficou mais parecido com um Honda Civic em maior escala, adotando o mesmo perfil fastback e uma dianteira bastante similar e lanternas traseiras com contorno em forma de “C” – exceto que, no Accord, elas são mais largas e não acompanham a borda superior da tampa do porta-malas.
O sedã ganhou uma nova plataforma, com materiais mais leves e rigidez superior. Ficou, assim, mais largo e longo, além de mais generoso no entre-eixos. Agora são 4.882 mm de comprimento, 1.862 mm de largura, 1.450 mm de altura e 2.830 mm de entre-eixos – um ganho de exatos 2 cm no comprimento, e mais de 5 cm no entre-eixos. Ao mesmo tempo, o Accord ficou cerca de 20 kg mais leve, pesando agora 1.420 kg.
O novo Accord adota o motor 2.0 turbo 16v de 252 cv no lugar do antigo V6 naturalmente aspirado de 3,5 litros e 276 cv. Se o carro perde em potência, porém, ganha em economia de combustível e torque em baixas rotações – especialmente graças ao novo câmbio automático de 10 marchas.
A Honda não poupou detalhes a respeito da tecnologia Sensing de assistência ao motorista, que fará sua estreia no Brasil através do novo Accord. Trata-se de um conjunto de sistemas com automação leve que incluem cruise control adaptativo, sistema de frenagem automática, assistente de mudança de faixa e mitigação de evasão de pista. O Honda Sensing utiliza sensores e câmeras para monitorar o comportamento do veículo e o ambiente para acionar automaticamente o volante, o acelerador e os freios. O Accord custará a partir de R$ 198.500.
Para o público mais entusiasta estava presente no Salão o já conhecido Civic Si cupê. O visual matador é complementado pelo motor 1.5 16v turbo que, no caso do esportivo, entrega elevou sua potência para 208 cv a 5.700 rpm e 26,5 kgfm entre 2.100 e 5.000 rpm, com 0-100 km/h abaixo dos oito segundos. O motor naturalmente aspirado girador deixa saudades, e o downsizing tira um pouco do caráter do Si, mas os tempos atualmente são outros.
A Honda também levou dois conceitos elétricos para o Salão: o NeuV, que tem visual bastante futurista e um sistema de inteligência artificial chamado HANA (Honda Automated Network Assistant) para ajustar o modo de condução de acordo com o humor do motorista…
… e o Urban EV, hatchback de visual mais tradicional e powertrain elétrico que, ao que tudo indica, foi inspirado no Civic de primeira geração, e deverá ganhar uma versão de produção dentro de um espaço de cinco anos.
O estande da Honda também contou com a presença do Honda STR13, carro de Fórmula 1 da Scuderia Toro Rosso na temporada de 2018; e da RC 213V, moto utilizada pelo espanhol Marc Márquez em 2018 na Moto GP.
Confira na galeria de fotos abaixo!