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Novo trailer de Ferrari estreia; filme promete
Adaptar a vida de Enzo Ferrari para o cinema parecia impossível; mesmo se escolhendo um trecho dela só, existem tantos deles que valeriam a pena que sinceramente não saberia escolher. Minto: ainda acho que a revolta palaciana de 1961, e a subsequente fundação da ATS, a mais intrigante de todas.
Mas estou errado, claro: o diretor Michael Mann, famoso por filmes de ação como “Collateral” e “O último dos Moicanos”, entendeu que onde existe mais drama humano, e o ponto de virada da história de Enzo, é a época antes e depois da Mille Miglia de 1957. Logo depois da morte de seu único filho legítimo, Dino, Enzo estava destinado à glórias e tragédias logo em seguida, de proporções épicas. Coloque uma segunda família então secreta no meio dessa história, e se tem bastante história para se contar em duas horas de filme. Será que conseguiram?
Parece que sim. No final de agosto, o filme teve sua avant première no Festival de Cinema de Veneza; quando o filme acabou, aplausos de pé da plateia duraram mais de sete minutos! Parece que finalmente se abriram as portas para se contar as histórias incríveis do mundo do automóvel nas telas.
Esta semana estreou mais um trailer do filme. Mesmo para quem conhece a história, o negócio promete: só de ver nossos ídolos de um tempo à muito passado voltarem à vida na pelo de atores famosos, já nos enche de alegria. Fisicamente, tenho minhas dúvidas de como Adam Driver se sairá como Enzo; mas também Matt Damon fisicamente está muito longe de Carrol Shelby, e funcionou em Ford vs Ferrari.
Penelope Cruz será a atormentada esposa e mãe de Dino, Laura. Patrick Dempsey, ele mesmo um piloto, fará The Silver Fox, o piloto de cabelos brancos Piero Taruffi. Um brasileiro, Gabriel Leone, representará um piloto importante na história, e um cara que, sozinho, já merecia seu próprio filme: Alfonso Cabeza de Vaca, 11º Marquês de Portago, aristocrata espanhol, piloto de competição, de bobsleigh a nível olímpico e jóquei de sucesso. Para fechar, Shailene Woodley interpreta Lina Lardi, amante de Enzo e mãe de Piero Ferrari, único herdeiro da Ferrari ainda vivo.
Quer saber? Mal posso esperar. A estreia brasileira está marcada para o dia 30 de novembro de 2023. (MAO)
Suzuki Jimny de 4 portas é um sucesso e deve ser vendido no Japão
O Jimny não parece algo que funcionaria mais longo e 4 portas; é um carro estreito demais, criado para ser um Kei-car japonês, restrito assim em largura e comprimento. Pode ser vendido mundo afora por ser extremamente interessante, mas 5 portas? Não parecia possível.
Mas ele existe, lançado no mercado indiano. E quer saber? Não ficou nada ruim. Esta versão é hoje produzida exclusivamente na fábrica Maruti-Suzuki de Gurugram, na Índia, mas hoje chega a notícia de que será exportada para o Japão em algum momento no futuro.
Os clientes japoneses atualmente têm acesso apenas à versão de 3 portas do Jimny produzida localmente, em kei-car de carroceria estreita, ou com paralamas e rodas largas como os nossos. No entanto, o diretor de tecnologia da Maruti Suzuki, confirmou recentemente à Autocar India que o Jimny de 5 portas “também será lançado no Japão, mas em algum tempo”.
Durante o lançamento da nova variante de carroçaria no início de 2023, a Suzuki anunciou planos para a oferecer em mercados globais, incluindo Índia, África e América Latina, mas parece que mais regiões estão a ser consideradas, dada a reação positiva do público. Sim, todo mundo quer um Jimny de quatro portas.
Com comprimento de 3.985 mm, a versão é 340 mm mais longo que o modelo de 3 portas , todo esse ganho conseguido apenas no aumento de entre-eixos; basicamente um Jimny limousine. Ainda não sabemos quando virá ao Brasil, mas aparentemente, vai chegar em algum ponto do futuro. (MAO)
Dacia não para de crescer
Ninguém quer mais fazer carros baratos: com o progresso de legislações que pedem até câmeras de ré como equipamento básico em alguns países, a indústria diz que só é viável fazer carros cada vez mais equipados e caros.
Mas o sucesso contínuo da Dacia sugere que as coisas, talvez, não precisem ser assim. A marca da Renault revelou que vendeu 493.510 veículos nos primeiros nove meses de 2023, um aumento de 16,7% em relação ao mesmo período de 2022, e manteve-se firme na sua posição como o segundo fabricante de automóveis mais vendido na Europa, melhorando sua participação em 0,8% para 8,4%.
O hatchback Sandero é o segundo carro mais popular em toda a Europa depois do Tesla Model Y em 2022, e vendeu 199.516 unidades, um aumento de 18,3%. O Jogger, uma perua/minivan baseada no Sandero, registrou 70.932 vendas, um aumento de 76,1%. E depois há o Spring EV, a versão elétrica e Dacia do nosso Kwid: as vendas aumentaram 40,6 por cento, para 44.262, com a ajuda de um motor mais potente.
Há lugar ainda para carros baratos, básicos, mas que atendam as necessidades do consumidor moderno? O Up!, recentemente descontinuado, falhou na realidade por ser sofisticado demais. Mas a Dacia continua muito bem, obrigado, na Europa, e não para de crescer. Ainda acreditamos que existe espaço para um carro criado para ser ainda mais barato, mas sem exageros: um 2CV ou um Tata Nano não servem para o mundo moderno.
Aqui no Brasil? Vivemos um fenômeno como nos anos 1980, quando os caros Monza eram os mais vendidos: o povo na verdade não tem dinheiro para nada zero km, a maioria das vendas dos mais baratos indo para frotas. Quem pode comprar, tem como esticar um pouco as prestações para comprar um Pulsenivus Audace turbo 260 TSI Highline, e impressionar vizinhos. Neste clima, e com uma percentagem altíssima do preço de venda sendo puro imposto, não há como existir carros baratos de verdade, infelizmente. (MAO)
Volkswagen aprova projeto de picape Tarok. Sim, só agora.
Esta é talvez a menos surpreendente notícia na história das notícias já esperadas há muito tempo: segundo apuração do site Motor 1 junto à concessionários da marca, “a Volkswagen deu sinal verde para o projeto da inédita picape de porte de Montana e Toro, com base no conceito Tarok.”
Se existe alguma surpresa aqui, é a de como isso demorou tanto para acontecer. A VW definitivamente perdeu o bonde aqui, apostando nos seus Hatches SUVizados Nivus e T-Cross, num mercado que estava pendendo claramente para as picapes monobloco. A VW nem se deu ao trabalho de fazer uma nova Saveiro baseada no Polo, algo que parecia lógico para qualquer um. Agora, além de ter uma Saveiro antiga no mercado, é de base diferente de todo resto da linha, sem duvida nenhuma encarecendo o custo do veículo.
O Tarok, um desenho brasileiro, foi mostrado pela primeira vez no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018. Isso mesmo, meros cinco anos atrás, tempo suficiente para, tivesse começado ali, estarmos esperando um face-lift dela já.
O que se sabe: será uma picape do T-Cross, basicamente. O que, ao chegar, entre 2025 e 2026 se realmente começou agora, vai parecer muito pouco, muito tarde, certamente. Talvez até lá tenhamos outra moda mercadológica. Ou será um sucesso tardio? Prever o futuro, por mais que gente diga o contrário, não é difícil: é impossível. (MAO)