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Zero a 300

O Citroën SM vai voltar | O último Donkervoort 5 em linha | A nova Rieju Aventura e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa seleção das principais notícias do Brasil e de todo o mundo. Assim você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

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Conheça a Rieju Aventura Rally 307

Com a entrada da China no mercado mundial de motocicletas, as marcas proliferaram-se e hoje é difícil de se manter atualizado com todas elas. Os chineses por exemplo hoje dominam o mercado de venda de motores de moto, e parecem prontos para tirar os japoneses de seu pedestal de maiores fabricantes de motocicletas. Junte a isso o mercado indiano também, e se tem uma grande mudança na indústria.

Rieju Century 125, 2024

 

A BMW, por exemplo, que costumava usar os motores austríacos Rotax de dois cilindros paralelos, mas passou a usar motores do gigante chinês Loncin a partir de 2009. A Loncin é também parceira na nova MV Agusta; fabrica principalmente motores estacionários pequenos mas também uma marca de motocicletas chinesas. A Voge é a marca de motocicletas “exportação” da Loncin.

Rieju Tango 125i Scrambler 2024

E a Rieju? O nome cheira a algo inventado por chineses, mas não é; na verdade é uma marca espanhola tradicional, que existe desde 1934 fabricando bicicletas, e desde os anos 1940 fazendo pequenas motos. O nome vem da junção dos sobrenomes dos fundadores, Riera e Juanola (Luis Riera Carré e Jaime Juanola Farrés).

A marca é conhecida na Europa, e é dona de outra marca espanhola mais conhecida ainda: a Gas Gas, famosa marca de motocicletas de competição fora de estrada, em várias categorias. Historicamente, a moto mais famosa da Rieju na Espanha leva o nome engraçadíssimo para os brasileiros: “Rieju Jaca”.

A Jaca, ano/modelo 1958

Originalmente as Rieju eram dois tempos, usando motores italianos da Minarelli fabricados sob licença; depois quando a Minarelli virou subsidiária da Yamaha, a Rieju passou a usar motores 4T Yamaha. Agora, claro, usa motores chineses; os da Loncin.

O moderno monocilíndrico Loncin na Voge 300 Rally

Dado este contexto, vamos ao lançamento de hoje; uma moto que poderia muito bem vir ao Brasil, onde este mercado é bastante popular: a Rieju Aventura Rally 307. A marca Rieju tem representantes no Brasil, mas hoje vende apenas motocicletas de competição Cross; podia muito bem expandir para suas motos de rua, que são bem interessantes também. Para os padrões da marca, a Aventura Rally 307 é uma moto grande; mas cai bem no populoso mercado de aventureiras ao redor dos 300 cm³. E tem preço convidativo na Europa.

O motor Loncin 300

O motor é o mesmo que a Loncin usa em sua Voge 300 Rally: um monocilíndrico DOHC/4 válvulas e arrefecimento líquido, 292 cm³, injeção eletrônica Bosch e 30 cv. É um motor, acredite ou não, vendido inclusive no Alibaba para quem desejar comprar.

O peso da moto é baixo; a seco pesa 138 kg, ou 9 kg a menos que a Sahara. A suspensão dianteira é por garfo invertido, e a traseira mono amortecedor ajustável. As rodas tem diâmetro de 21 polegadas na frente, e 19 polegadas atrás; carrega 20 litros de gasolina, o que lhe permite 400 km de autonomia; o banco está a 890 mm do solo. O painel é TFT  de 7”, montado verticalmente feito um celular pregado no guidão; oferece espelhamento com celular, navegação e outras funcionalidades modernas.

As vendas começam em julho de 2025 na Europa, a um preço ao redor dos € 5.000 (R$ 31.500). É interessante notar que a indústria espanhola de motocicletas continua ativa. Se variedade é mesmo o tempero da vida, é o que precisamos. Alguém quer ressuscitar a Bultaco por favor? Montesa? (MAO)

 

O último Donkervoort cinco cilindros

Junte o Lotus Seven e o “diferente” povo holandês e o que se tem? A Donkervoort, claro. A marca evoluiu de réplicas de Lotus Seven a partir de sua fundação em 1978, para se tornar o fabricante de Seven mais radical e diferente que ainda existe. Faz o Lotus Seven de Marte.

A volta ao mundo com Lotus Seven

No final de 2022 a marca psicodélica lançou um novo carro: o F22. Era todo novo, embora visualmente parecido com o anterior D8, e usando o mesmo cinco em linha Audi turbo de 2,5 litros e 500 cv, tração traseira, câmbio manual de cinco marchas, e diferencial Torsen traseiro. Como o carro pesava apenas 750 kg, a relação peso-potência era de humilhar Bugatti: 667 cv/tonelada.

A ligação da marca holandesa com a Audi vem do final da década de 1990, quando ela trocou de fornecedor de motores, abandonando a Ford em favor da Audi. Inicialmente, seus carros vinham com o nosso conhecido 1.8 turbo de cinco válvulas; em 2011 passou a usar o novo 5 em linha dos RS3. Agora, com este motor sendo descontinuado pela Audi, o F22 parece que também será.

É hora de uma série especial de despedida: o F22 Final Five. Mecanicamente, é inalterado: o motor é o mesmo 2,5 litros turbo de 500 cv e incríveis 65,3 mkgf. A empresa diz que esta nova versão pesa, a seco, 716 kg. O desempenho permanece igual também: 0-100 km/h em 2,5 segundos, 0-200 km/h em 7,5 segundos e 290 km/h de final.

De diferente, só redução de peso. O Final Five tem freios de carbono-cerâmica que reduzem o peso em 2,5 kg por roda; o escapamento lateral é feito de titânio para reduzir mais 4 kg. A carroceria de carbono exposta contribui para uma perda total de peso de 34 kg em comparação ao F22 normal.

Somente cinco serão feitos, como diz o nome da edição especial. O preço é espantoso: € 315.000 (R$ 1.918.350) para cada um dos cinco carros que pretende construir, entregue na Holanda. Barrabás.

Qual será o novo motor do próximo Donkervoort? Ainda não se sabe, mas a empresa manda avisar que não precisamos nos preocupar: nada de motor elétrico para os Donkervoort. Ufa! (MAO)

 

O novo SM pode entrar em produção

O Citroën SM, corrente de 1970 a 1975, é um dos carros mais incríveis da história do automóvel. Combinando tudo de melhor que a antiga Citroën podia oferecer, e tudo de melhor que a veneranda casa de carros exóticos italiana, a Maserati, podia oferecer, é um carro único e inimitável. Ame ou odeie, é fácil ver que era, pelo menos, algo diferente de todo o resto. Algo raro de verdade, ainda mais olhando com a perspectiva de hoje.

O futuro visto de 1970: o Citroën SM

E agora, anos e anos depois da separação da Citroën e a Maserati em 1975, as duas empresas tem o mesmo dono de novo, a Stellantis. E a Maserati até tem um novo V6 biturbo, o Netuno, capaz de potências acima de 600 cv. Criar um sedã ou cupê hidropneumático Citroën com um V6 Maserati e tração dianteira parece uma oportunidade boa demais para desperdiçar.

Mas a gente não acreditava que aconteceria. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, e tudo mais. Mas este ano a Citroën mostrou um conceito chamado SM Tribute. Ou foi a marca “DS” que mostrou ele? Enfim: de qualquer forma, ninguém gostou muito, e tomamos ele como mais um conceito apenas e mais nada.

O Maserati “Netuno V6”

Agora, a revista Top Gear está dizendo que a empresa está considerando a produção do novo SM! Se o plano for aprovado, o modelo de produção seria construído em “pequenos números” por um fabricante de carrocerias externo. Tanto o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, quanto o CEO da DS, Olivier Francois, parecem ser a favor da ideia, desde que o projeto seja lucrativo. DS, se você passou os últimos 20 anos numa viagem a Urano, é a marca spin-off de luxo da Citroën. Neste ponto se vê como a ideia de uma marca DS fica estranha: será um DS SM então, e não Citroën SM? Parece que sim. A gente merece.

O designer do SM tribute, Thierry Metroz, disse ao Top Gear que se for aprovado, o carro custaria em torno de € 1 milhão. O cliente dessa faixa merece motor à combustão interna segundo ele, e não faria sentido um SM sem um V6 Maserati. Então deve vir mesmo com o Netuno V6; só esperamos que seja tração dianteira como o original; nada de tração integral moderna, por favor. Você consegue colocar 600 cv na frente, Citroën DS, como conseguiu em 1970 colocar 180 cv na frente. Confio em ti. Ah, e reveja o estilo, por favor… Obrigado! (MAO)

 

Jaguar mostra a iconografia de sua nova fase

A JLR, como se sabe, está fazendo uma nova Jaguar. Parece que 90 anos de história da marca não são um legado que se deva preservar, então está reinventando a marca. A Jaguar era originalmente uma marca de carros de luxo e carros esporte de primeira linha, mas a um preço mais em conta. Agora, será extremo luxo inglês, como Bentley e Aston Martin. E 100% elétrica.

Como fazer carro barato? Pergunte como à Jaguar

Será, no futuro, note; no momento parou de produzir para se preparar para sua nova fase em 2026, feito um Henry Ford parando de fazer modelo T por um ano, para lançar o modelo A. Ford teve imenso sucesso com isso; boa sorte à Jaguar.

Enquanto o futuro não rola, a Jaguar está se mantendo na mídia revelando nuggets de seu esperado e revolucionário futuro. Hoje é dia de logotipos: toda a iconografia da marca vai mudar, para simbolizar a nova empresa. A empresa diz que são “símbolos de mudança” para o “segundo século” da marca. Você pode ver essa nova iconografia nas fotos.

“Esta é uma reimaginação que recaptura a essência da Jaguar, retornando-a aos valores que a tornaram tão amada, mas tornando-a relevante para um público contemporâneo”, disse o chefe de design Gerry McGovern. “Estamos criando a Jaguar para o futuro, restaurando seu status como uma marca que enriquece a vida de nossos clientes e da comunidade Jaguar.”

Sobre as críticas de que os novos Jaguars seriam somente elétricos, a marca pede para que a gente evite “pensar como 2024”, confiando que os novos carros terão uma infra estrutura de carregamento melhor no futuro, visto que devem ter vida no mercado de até oito anos.

Os carros continuarão de 2024, imagina-se ouvindo isso. Cadê o progresso das baterias tão propagandeado? Espero estar enganado, e ser um velho desconectado do futuro, mas não acredito. Ninguém parece querer carro de luxo elétrico hoje, e temo pela Jaguar. Posso estar errado? Tomara. Um mundo sem Jaguar não é um bom mundo. (MAO)