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Car Culture Games

O clássico “Driver” do PS1 acaba de ganhar um remake moderno

Lembro-me perfeitamente de não ter um PlayStation 2 em meados dos anos 2000 – para experimentar GTA: Vice CityTekken 4, tinha de recorrer aos famosos estabelecimentos que cobravam “um real a hora”, onde três ou quatro TVs ficavam lado a lado e os moleques formavam fila para jogar videogame. Em casa, tinha meu bom e velho PSOne, que eu adorava mas sabia que já era obsoleto.

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Naquela época, uma coisa era certa: quem não tinha GTA, caçava com Driver: You are the Wheelman, o clássico – que, na época do PlayStation, foi pioneiro em permitir que você explorasse de carro uma cidade aberta com gráficos tridimensionais. Driver 2, lançado no ano seguinte, introduziu a possibilidade de sair do carro e andar a pé, algo que GTA III, de 2001, aperfeiçoou no PlayStation 2.

Hoje, porém, vamos nos focar no primeiro Driver. Isto porque um projeto feito por fãs promete trazer a mesma experiência de Driver com gráficos modernos, mecânicas de jogo atualizadas e novos modos – considere-o como um sucessor espiritual do game do PlayStation. Um remake fiel, que mantém a essência e traz uma roupagem bem mais palatável a quem não viveu aquela época.

No original, você controlava o Agente John Tanner, policial que se infiltrava em uma quadrilha misteriosa, a fim de descobrir suas reais intenções – e acaba descobrindo que eles querem assassinar o presidente dos Estados Unidos. Para tal, ele acaba explorando quatro cidades: Miami, São Francisco, Los Angeles e Nova York – cada uma com um mapa relativamente grande, ainda que trazendo apenas uma semelhança superficial com sua versão de verdade. O game trazia uma variedade de missões quase sempre envolvendo perseguições e interceptações. Algumas delas eram bem difíceis – a começar pela primeira, onde você precisa provar a seu chefe que tem a habilidade necessária para a operação, e precisa realizar uma lista de manobras em um estacionamento. Sem briefing, sem instruções, sem nada, e com um carro de comportamento extremamente traseiro. Muita gente quitou o jogo logo ali, na verdade.

O caso é que, uma vez superada a primeira missão, os jogadores eram recompensados com um game que parecia impensável no primeiro PlayStation – ainda que o tamanho do game acabasse comprometendo um pouco a mecânica e os gráficos, que sofriam um pouco. The Driver Syndicate foi criado para melhorar estes aspectos sem alterar o look and feel do original. E, brincando com o game no último fim de semana, me parece que eles estão indo pelo caminho certo.

O game está sendo desenvolvido por um usuário do fórum Driver Madness que atende por InspirationByte, ou SOAP – e ele aparentemente não tem interesse em divulgar seu nome verdadeiro (coisas que só quem viveu a época de ouro dos fóruns entende). O cara aparentemente entende uma ou duas coisas sobre programação e desenvolvimento de jogos, ao ponto de criar uma engine só para o projeto, a Equilibrium. É uma engine simples e leve, que emula perfeitamente o comportamento dos carros de Driver. A engine é aberta, e SOAP encoraja os usuários a criarem mods e colaborarem com o código do jogo.

Tudo em Driver Syndicate remete ao original – os menus, a trilha sonora e os gráficos. Estes são simples, lembrando um pouco os jogos de PS2/PS3, porém bem mais detalhados e com definição muito maior que no PlayStation. Todos os elementos icônicos de Driver estão presentes, como a barra de dano, o nível de procurado e até mesmo o minimapa. Mas tudo está mais bonito – os modelos dos carros são simples, mas bem feitos, e há efeitos de iluminação mais realistas na carroceria e no cenário. E sim, as calotas do carro ainda voam quando você faz uma curva em alta velocidade.

Os modos de jogo do original estão presentes – Free Roam, que te permite explorar a cidade de Miami (a primeira disponível em Driver), uma das missões, e também o infame teste de direção no estacionamento (que, felizmente, não precisa ser cumprido para que você aproveite o restante do jogo). Além disso, foram introduzidos alguns minigames – derrubar cones, não derrubar cones, perseguir, ser perseguido por um monte de carros de polícia ou passar por checkpoints.

O jogo é extremamente desafiador, honrando a dificuldade do original – e pode ser bem frustrante para quem não tem experiência com o teclado. É recomendável o uso de um joystick e, por sorte, SOAP tomou o cuidado de tornar o Alpha compatível com a maioria dos controles para PC disponíveis no mercado. Meu Ípega foi reconhecido automaticamente sem problemas, e utilizá-lo tornou a experiência bem mais agradável, emulando perfeitamente o esquema de botões do Dualshock.

É realmente notável a forma como Driver Syndicate passa a sensação do original – na forma como ele é bem menos tolerante com erros que qualquer GTA da era 3D. Os policiais não perdoam nem mesmo infrações leves, como invadir a faixa contrária, excesso de velocidade ou furar um sinal vermelho. E eles não hesitam em chamar reforços para ajudar a te pegar – todos eles muito agressivos.

Os muscle cars dos anos 60, 70 e 80 que você pode escolher são todos bem ariscos, mas o Ranchero e a Van tão mais fáceis de guiar e podem garantir que você sobreviva mais tempo sem ser pego ou destruir seu veículo em colisões e capotamentos.

Quem está acostumado com jogos mais novos talvez ache Driver Syndicate simples demais. Entretanto, quem jogou o original e também Driver 2 vai se sentir em casa. Mesmo que ainda seja um alpha (ou seja, um jogo em seus primeiros estágios de desenvolvimento) é possível notar o esmero na execução e o potencial do game pronto. Você pode fazer o download aqui – o arquivo tem 144 mb, não precisa de instalação (dá para executar de um pendrive, por exemplo) e o jogo é leve o bastante para rodar até em PCs mais fracos. Não custa nada, e vale muito a pena. Nem que seja só pela injeção de nostalgia.