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Zero a 300

O fim da Ferrari SF90 Stradale | um novo 911 “GT1” | rejeição aos Tesla e mais!

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Ferrari encerra SF90 Stradale e 812 GTS — Roma pode ser a próxima

Seja sincero: parece que a SF90 foi lançada antes da pandemia de Covid?A Ferrari nos mostrou a SF90 Stradale em maio de 2019, com o mesmo nome do carro de Fórmula 1 (daí o “Stradale”) e com potência suficiente para encarar a LaFerrari. Desde então se passaram cinco anos e três meses, algo que, no calendário da Ferrari, é tempo suficiente para ela dizer adeus e dar espaço a algo mais novo e mais avançado.

O anúncio foi feito durante o anúncio de resultados do segundo trimestre, que também indicou que a SF90 XX Stradale já está prestes a ser entregue. Além dela, a 812 GTS também deixa de ser produzida para dar espaço a outro carro. A Ferrari não mencionou nada sobre a SF90 Spider, o que deve indicar que ela continua em produção.

A sucessora da SF90 já está em testes desde 2023, mas ainda se sabe pouco sobre ela – nada muito além de que ela deverá usar o mesmo powertrain da SF90, porém com alguns upgrades para mais potência/eficiência — ou seja: um V8 de 4 litros e três motores elétricos.

Quanto à 812 GTS, a situação parece ser a mesma: a GTS saiu de linha, mas a 812 Competizione continua, embora as entregas estejam diminuindo, uma vez que o fim do ciclo dela se aproxima. Quem faz companhia à Competizione nesse “phase out” é a Roma, o que é uma pequena surpresa, visto que ela é a mais nova dos modelos mencionados.

 

Europa pode banir milhões de veículos recentes com nova regra de emissões

Já assistiu a uma discussão que começa com um tema e termina falando sobre outro, sem nenhuma solução, mas com um dos lados engrandecido por ter encurralado o outro na argumentação? O nome disso é “dialética erística”, ou “a arte de de estar certo” ainda que você não esteja.

Ela consiste em uma série de estratagemas para se usar em uma discussão a fim tirá-la de seu ponto principal, conduzi-la para onde você deseja e, com isso, vencê-la mesmo sem ter razão. Isso acontece o tempo inteiro, mesmo que você não perceba — vai desde a forma como uma notícia é redigida, até a redação de um projeto de lei.

Sabe quando você começa discutindo se o radar salva vidas e depois de quinze minutos está concordando que o problema é o nomadismo dos povos nativos pré-cabralinos? É isso.

Neste exato momento, a legislação ambiental relativa aos automóveis está fazendo mais ou menos isso. Ela nasceu com o objetivo de ajudar as pessoas pela melhoria da qualidade do ar e redução das doenças respiratórias, mas se tornou tão dispersa e especiosa que ela irá começar a prejudicar as pessoas de outra forma. Veja só o que está acontecendo na Europa: a Comissão Europeia (sempre ela; curioso, isso…) está discutindo os limites de emissões para veículos a diesel com motores homologados pelo padrão Euro 5 e Euro 6. Uma das consequências dessa discussão poderá ser nada menos que a proibição a circulação destes veículos.

A questão é que a Comissão Europeia decidiu interpretar as normas de emissões de outro jeito. Para isso, eles abriram um processo no Tribunal de Justiça da União Europeia, exigindo que os limites de emissões sejam considerados em qualquer situação de condução. Originalmente, a exigência dos limites era apenas nas condições dos padrões de testes. Agora, eles querem obrigar os veículos a atenderem os limites em qualquer situação de mundo real. Caso o Tribunal de Justiça julgue procedente o pedido da Comissão Europeia, todos os veículos diesel com homologação Euro 5 e alguns com Euro 6 podem ser proibidos de circular.

E aqui vem a deturpação, o desvio de foco: atualmente há cerca de 40 milhões de veículos homologados pelo Euro 5 em circulação na União Europeia — o que corresponde a um em cada seis veículos registrados na Europa. Por que é uma deturpação? Porque o Euro 5 já é um padrão moderno de controle de emissões, que era suficiente para manter a qualidade do ar em 2009 — mas hoje já não é mais. Quantas vidas foram ser salvas pela imposição do Euro 5? Ninguém sabe. E não há como saber. É apenas um jogo de pressão psicológica. Aceite ou corra o risco de morrer “antes da hora” (um conceito que não existe, se você pensar bem).

Mas divago, como diria o MAO (ele já volta, aliás). A questão é que, em nome de um conceito vago como este, os políticos que foram eleitos para representar a população e que estão trabalhando para beneficiar a população (pela almejada melhoria da qualidade do ar), estão prestes a prejudicar 40 milhões de pessoas, que, com uma canetada, terão um peso de papel na forma de um veículo motorizado de 15 ou 20 anos. Essa é a deturpação do negócio: nasceu para beneficiar as pessoas, mas foi tão longe, tão disperso, tão obsessivo em detalhes desprezíveis, que ela está começando a prejudicar as pessoas. É como manter seu filho preso em casa para preservá-lo das maldades do mundo.

Felizmente, a sociedade é um equilíbrio de forças opostas. Uma destas forças é o ministro dos transportes da Alemanha, Volker Wissing. Ele enviou uma carta à Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pedindo o fim da política anti-automóvel da União Europeia. “As pessoas precisam de seus carros. Elas não querem ser privadas de seu uso. A Comissão Europeia deve agir rapidamente.”, escreveu Wissing, pressionando a União Europeia a mudar as normas antes da decisão do Tribunal.

Wissing alertou ainda que as consequências não afetariam apenas a indústria, mas também os cidadãos que compraram os carros confiando na regulamentação vigente — que é exatamente o argumento que levantei mais acima: era suficiente em 2009, hoje não é mais? E ele ainda foi mais incisivo e combativo, acusando claramente a Comissão Europeia e sua presidente de estarem determinados a combater os automóveis e a mobilidade individual. ““Antes das eleições, nos prometem abertura tecnológica, mas depois impõem políticas de proibição “verdes”. Isso não podemos apoiar. O Partido Democrático Liberal defende, em Berlim e Bruxelas, uma política de transporte sensata que preserva a liberdade de escolha das pessoas.” Será que os dias de política anti-carro estão chegando ao fim?

 

Mais da metade dos proprietários de Tesla voltam para a combustão

É possível que uma rejeição superior a 50% seja boa? Se ela for menor que a anterior de 76% sim. É o que ocorre com a Tesla atualmente. Segundo uma pesquisa da consultoria McKinsey & Co., 51% dos proprietários de Tesla nos EUA trocaram seus elétricos por um carro de combustão interna não-híbrido, 10% os trocaram por um híbrido e 6% os trocaram por híbridos de plugar na tomada.

Parece um número alarmante para a Tesla, mas isso é, na verdade, uma melhora. Isso, por que, em 2020, 76% dos proprietários abandonaram os Tesla em favor de modelos de combustão interna. É importante notar que em 2020 a Tesla vendeu 500.000 unidades e em 2023 foram 1.808.590 — o que significa que  um “saldo” de 33% representam quase 600.000 clientes, número maior que o total de entregas da marca em 2020.

O dado mais interessante aqui, contudo, é que o consumidor vai para os extremos do mercado: ele fica com o elétrico ou volta para a combustão total, deixando de lado os híbridos de qualquer tipo. É interessante por que, talvez, o mercado para esse tipo de carro esteja crescendo por falta de alternativas, e não por desejo dos clientes em ter um hibrido. Alguns modelos, por exemplo, não tiveram sucessores não-híbridos então a única forma de trocar seu carro atual por um mais novo do mesmo modelo é aceitando o híbrido. Porém, no caso dos Tesla, quando se considera apenas o modo de propulsão, pouca gente escolhe os híbridos. Pode indicar uma tendência de desejo do consumidor sem a influência da imposição.

 

Um toque britânico garagista ao 911 moderno

A equipe/preparadora britânica Ray Mallock Limited (RML), conhecida por operar equipes de fábrica da Seat, GM, Aston Martin e Saleen em diversas categorias, anunciou dois novos projetos para comemorar seus 40 anos. Um deles será baseado no Porsche 911 992 e inspirado pelos hipercarros de Le Mans. O outro, será um Aston Martin Vantage V8 original, trazido para o presente.

Batizado P39 e aplicável a qualquer modelo do 911 atual, o projeto baseado no Porsche é mais um bodykit ultra-radical com diversos upgrades aerodinâmicos e de desempenho. É tudo muito vago, mas considerando as imagens de teasing, pode esperar algo como a Gemballa fez para o 911 inspirado no GT1 há 25 anos.

O para-choques dianteiro, por exemplo, é muito semelhante ao do Mercedes-AMG One, enquanto o capô tem escoadores aerodinâmicos que parecem trazidos do 911 RSR, e um scoop que realmente parece ter saído do 911 GT1 — aparentemente para direcionar ar para o cofre e para a asa traseira, considerando as saídas no deck traseiro. Infelizmente é tudo o que podemos dizer, já que a RML não divulgou mais nada sobre o carro. Este, ao menos, tem fotos. O outro projeto, o P40, nem isso. Ele terá “elementos da Fórmula1 para tornar a experiência do P39 ainda mais dramática” — seja lá o que isso quer dizer.

Além dele, eles terão uma versão modernizada do Aston Martin V8 Vantage, com carroceria de fibra de carbono e tecnologias do presente. Também não há fotos, infelizmente. O preço não foi divulgado, mas é aquela história: se precisa perguntar…