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Car Culture

O guia de versões especiais do Corvette – a sétima geração

Se você acompanhou a história do Corvette através das suas versões especiais ao longo das gerações, certamente percebeu sua gradual transformação em um supercarro. De umas poucas edições especiais feitas a pedidos de clientes muito especiais, passando por especiais de homologação disfarçados e chegando às séries comemorativas, boa parte do que o Corvette é hoje em dia foi desenhado ao longo dos anos 1960 e 1970.

Aos poucos, as versões especiais de alto desempenho se tornaram em versões de produção regular. Um Corvette com desempenho de supercarro, de repente, não era mais aquela série especial limitada, acessível aos poucos compradores que chegaram antes dos outros. Eles passaram a ser a regra do Corvette. E isso fica claro nesta sétima geração do esportivo. Depois de incorporar o ZR1, o Z06, o Z51 e o Grand Sport à linha regular, as versões especiais do Corvette C7 foram meramente comemorativas, sem nada realmente especial em termos de avanço técnico ou desempenho.

A única novidade foi o pacote Z07, uma alternativa ao Z51, que incluía pneus Michelin Pilot Sport Cup 2, discos de freio de carbono-cerâmica, suspensão com maior carga de molas, buchas mais rígidas para as barras estabilizadoras e amortecedores magnetorreológicos com acerto mais agressivo. Qualquer Corvette poderia ser equipado com este pacote — e isso deixa claro o patamar a que o esportivo americano chegou nesta geração.

Isso e as versões especiais também mostram que o Corvette não tinha mais para onde ir, se não a mudança de configuração mecânica, com o motor indo para a porção central-traseira do carro. Ele já estava em seu limite e nada que a GM podia oferecer mesmo como uma versão especial, o tornaria melhor do que ele já era — isso ficará claro em duas versões especiais que você verá mais adiante.

O tempo de volta do Corvette Z06 em Nürburgring também não deixa dúvidas sobre essa necessidade de saltar para um novo patamar: um carro original de fábrica, do jeito que você retira da concessionária, completou o circuito em 7:13,90 em um teste da revista alemã Sport Auto — exatamente o mesmo tempo do Porsche 911 GT3 991 e 1 segundo mais rápido que o Lexus LF-A Nürburgring Package. Até hoje ele é o Chevrolet mais rápido no circuito.

 

Corvette Stingray Premiere

O Corvette chegou em 2014 já com uma versão especial de estreia, batizada com o sugestivo nome de Premiere. Foram feitas 500 unidades baseadas na versão de topo da época, a 3LT, equipada com o motor LT1 de 6,2 litros e 455 hp combinado ao câmbio manual de sete marchas (sim: sete, lembra?).

O carro ainda tinha o pacote Z51, que incluía sistema de cárter seco, relação “close ratio” para o câmbio, radiador do óleo do câmbio, rodas de 19 polegadas na dianteira e 20 polegadas na traseira, discos de freio maiores, frisados e perfurados, diferencial de deslizamento limitado com controle eletrônico e sistema de arrefecimento, e escape de dois modos (um deles menos restritivo e menos silencioso).

Todos os exemplares foram pintados na cor azul “Laguna Blue” e tinham acabamento interno de couro marrom e camurça sintética, além de ter um pacote com acabamentos estéticos e teto de fibra de carbono — o que ajudava a reduzir seu centro de gravidade para 0,44 m. As rodas, além do design exclusivo, tinham o logotipo “Stingray” nas calotinhas centrais.

 

Corvette Z06 C7.R

Em 2015 a Chevrolet colocou no mercado o Corvette Z06, com o motor V8 LT4 de 6,2 litros sobrealimentado por um compressor Eaton R1740 TVS de 1,7 litro, e equipado com cabeçotes de alumínio, pistões e bielas forjados e válvulas de admissão de titânio. Com 658 cv a 6.400 rpm e 89,8 mkgf  a 3.600 rpm ele se tornou o Corvette mais potente de todos até então.

Ele também recebeu um kit aerodinâmico funcional completo, com splitter frontal e aerofólio traseiro, e foi alargado para reduzir a transferência lateral de peso e conseguir acomodar os gigantescos pneus de medidas 285/30 R19 na dianteira e 335/25 R20 na traseira. Os freios eram de carbono-cerâmica e o diferencial de deslizamento limitado era controlado eletronicamente. As transmissões oferecidas foram a manual de sete marchas e a automática de oito marchas – sim, automática no Vette mais potente feito até então.

No ano seguinte, 2016, o Z06 serviu de base para uma nova versão especial do Corvette: o Z06 C7.R. Apesar de compartilhar o nome com o Corvette de corrida, ele era uma edição de 500 unidades feita para as ruas com grande influência do C7.R.

O conjunto mecânico, claro, é o mesmo do Z06 convencional, mas aqui completado pelo pacote opcional Z07, já mencionado lá no início desse papo. Além disso, naquele ano o Z06 passou a contar com uma nova câmera dianteira para manobras, além de abertura elétrica da cobertura do porta-malas/vigia traseiro.

A versão foi oferecida tanto na forma de conversível como cupê, sempre na cor amarelo “Corvette Racing Yellow” ou preto (outra cor usada eventualmente pela Corvette Racing), com gráficos “C7.R Edition” (que consistem no mascote “Jake” no respiro do capô e faixas no teto), rodas pretas com detalhe amarelo e o logotipo da Corvette Racing na calotinha central, teto de fibra de carbono com a trama parcialmente exposta, respiros laterais e grades pintados de cinza “Spectra Gray” e soleiras Corvette Racing.

Por dentro ele tinha bancos de couro preto com detalhes de microfibra nas portas e no painel, bancos, volante e manopla do câmbio também feitos de microfibra preta com costuras amarelas, apliques de fibra de carbono e uma plaqueta com o número do carro na série de 500 unidades. O carro ainda vinha com uma capa especial com gráficos do C7.R.

 

Corvette Grand Sport Collectors

Até a sexta geração do Corvette, a edição Collectors era reservada às séries de despedida do esportivo. Aqui, contudo, ela foi um pouco diferente e chegou dois anos antes do fim do Corvette C7. Ela era uma versão mais perfumada e ajeitada do Grand Sport.

Foram previstas 1.000 unidades desta versão, das quais 850 seriam destinadas ao mercado local dos EUA e outras 150 para exportação. No fim das contas, a GM fez apenas 935, sendo 793 para os EUA e o restante para Europa, Japão, Canadá e Oriente Médio, embora a numeração do carro vá até 940 — os exemplares 246 a 250 não foram fabricados.

Todos os carros, cupês ou conversíveis, eram pintados de cinza “Watkins Glen Gray Metallic” com faixas azul “Tension Blue” nos para-lamas dianteiros — as clássicas faixas do Corvette Grand Sport. Nos bancos, ele tem estampada uma imagem do Grand Sport original nos encostos de cabeça.

Sob o capô está o V8 LT1, de 6,2 litros e 460 hp e o conjunto ainda inclui a suspensão magnetic ride, com os amortecedores magnetorreológicos, diferencial eletrônico e rodas do Grand Sport. O carro podia ser equipado com a transmissão manual de sete marchas ou automática de oito marchas, e ainda poderia ter o pacote opcional Z07.

Foram feitos 784 cupês e 151 conversíveis, a maioria com o câmbio automático de oito marchas. Os mais raros desta série são os conversíveis com o pacote Z07, dos quais há apenas 27 unidades, todos com câmbio manual.

 

Corvette Carbon 65

Como não poderia deixar de faltar, o Corvette C7 teve uma versão especial de aniversário, a Carbon 65. Apesar do nome parecer um isótopo do carbono, o número se refere claramente aos 65 anos do Corvette, uma vez que a série especial saiu em 2018.

Foram feitas 650 unidades do carro, que tinha uma pintura exclusiva na cor cinza “Ceramic Matrix Gray”, com faixas nos para-lamas e um letreiro nas portas com o nome da versão “Carbon 65”. O “carbon” do nome, como você já deve ter imaginado, se refere ao uso de fibra de carbono no carro — especificamente no spoiler traseiro e nos dutos de arrefecimento dos freios traseiros. Nos conversíveis, a cobertura da capota recolhida também é feita de fibra de carbono e a capota é azul.

As rodas são exclusivas da versão, que podia ser baseada em outras duas versões de série, a Grand Sport ou a Z06. Todas têm pinças de freio azuis e as calotinhas centrais das rodas têm textura de carbono com o logo Carbon 65.

Por dentro, o Carbon 65 também tem fibra de carbono (surpresa!) no painel e na base do volante. Os revestimentos são de camurça “Jet Black” no painel e nos bancos, onde as costuras são azuis. Por último, as soleiras também têm o logotipo Carbon 65.

 

Corvette Grand Sport Drivers Series

Para encerrar a sétima geração do Corvette, a Chevrolet repetiu a “Drivers Series”, lançada na geração anterior, a C6. Baseados no Grande Sport, esta série comemora as vitórias da Corvette Racing nas pistas. Cada um homenageia um dos pilotos da equipe Tommy Milner, Oliver Gavin, Jan Magnussen e Antonio Garcia.

Tommy Milner Edition

Todos são equipados com o motor LT1 de 460 hp com sistema de cárter seco, com câmbio manual ou automático. O Tommy Milner Edition tinha pintura azul “Elkhart Lake Blue” com faixas prateadas e as faixas dos para-lamas (hash marks) em vermelho. Por dentro os bancos usavam camurça preto “Jet Black” ou couro preto, com cintos de segurança vermelhos.

Oliver Gavin Edition

O Oliver Gavin Edition tinha pintura cinza “Shadow Gray” com faixas e “hash marks” vermelhas, retrovisores cinza, rodas pretas com faixa vermelha e pinças vermelhas. Por dentro is bancos eram vermelhos “Adrenaline Red” com cintos vermelhos.

Jan Magnussen Edition

O Jan Magnussen Edition (sim, o pai do Kevin Magnussen), tinha pintura branco “Arctic White” com faixas vermelhas “Cristal Red” e “hash marks” cinza. Por dentro, os bancos eram de camurça preta “Jet Black”, com cintos vermelhos e costuras vermelhas.

Antonio Garcia Edition

Por último, o Antonio Garcia Edition era amarelo com faixas pretas e o mascote Jake, “hash marks” vermelhas e retrovisores cinza. As rodas eram pretas com faixa vermelha e as pinças, vermelhas. Por dentro, couro preto ou camurça “Jet Black” com costuras amarelas.


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