É sempre legal ver um carro com carroceria brilhando, pintura reluzente, belas rodas e uma postura bacana. Seja estacionado na rua ou na garagem. Às vezes, porém, é o lado de dentro do carro que realmente chama atenção, seja pelo estado de conservação ou pelo capricho nas modificações. E, pensando bem, é pelo lado de dentro que mais temos contato com nossos carros. E é por isso que, de vez em quando, um belo interior acaba nos deixando boquiabertos. É o caso daquele BMW Série 7 modificado pela Vilner, que foi um dos primeiros posts do Flatout.
É o caso deste aqui. Trata-se do lado de dentro de um Ford Mustang 1967, e o mais bacana é que, apesar de ter sido quase completamente modificado, ele ainda parece original quando se olha de relance, nos primeiros 5 segundos. Depois você percebe que se trata de um dos interiores customizados mais incríveis já feitos.
Perdão pelas hipérboles, mas é meio difícil evitar. Isto porque os caras da customizadora Carlex Design, que fica em Czechowice-Dziedzice, Polônia, conseguiram transformar o interior do Mustang em uma obra de arte com muita fibra de carbono e couro sem alterar a essência do visual original, e isto é realmente admirável. Aliás, ver um Ford Mustang deste nível tão longe dos Estados Unidos já é impressionante por si só. Vai dizer que não?
Os caras da Carlex soltaram as primeiras fotos do projeto em sua página no Facebook há alguns meses. Eram teasers que não revelavam muita coisa mas, entre elas, traziam a imagem de um volante com aro feito de fibra de carbono. Coisa fina, mesmo.
Agora o carro ficou pronto, e certamente superou qualquer expectativa. A Carlex é conhecida por suas transformações radicais com doses cavalares de couro, mas desta vez optaram pelo exagero na fibra de carbono. A capa do painel, o revestimento das portas, as forrações laterais traseiras e até o túnel central não economizaram no material. Não seria difícil ter deixado o interior do Mustang bem cafona mas, com toda a fibra de carbono perfeitamente integrada às formas originais, o resultado ficou muito agradável, equilibrando agressividade e refinamento que caem muito bem em um muscle car.
As partes que não foram cobertas ou trocadas por fibra de carbono receberam couro novo, tratado e costurado à mão. Os bancos e o revestimento do teto foram revestidos em couro nobuck, que é lixado até ficar com um acabamento rústico e envelhecido, parecido com o da camurça, porém mais resistente e de aspecto ligeiramente mais refinado. As costuras duplas à mão, os franzidos os pequenos orifícios denotam a atenção aos detalhes.
A originalidade fica preservada no conjunto de instrumentos do painel, e a escuridão geral é quebrada pelos elementos cromados espalhados pela cabine e pelas maçanetas e manivelas dos vidros moldadas em prata, como se fossem joias.
E a gente até reparou que a coluna “A” do lado do motorista ganhou uma fileira de manômetros que remete à era de ouro do tuning em meados da década passada. Na nossa opinião, é o único elemento destoante, mas não chega a comprometer o conjunto.
O lado de fora do Mustang, com uma bela pintura azul e bifudos pneus General Tire HP de letreiro branco também está uma beleza mas, como dissemos, o que a gente realmente queria fazer era abrir a porta, se acomodar e dar uma boa examinada de perto em todos os detalhes. E só depois sair fazendo borrachão.