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Lamborghini Huracan Sterrato será lançado em dezembro
Sim, não é lá uma grande novidade, essa; todos sabemos que o Lamborghini Huracan Sterrato, a versão aventureira off-road alta do supercarro italiano, está para chegar. Já vimos uma dúzia de teasers, e jovens senhouras a serviço do maridinho com ele; se não mais indo buscar as chinelas e cachimbo, indo buscá-lo numa praia distante onde ele está brincando de algo.
Mas agora pelo menos sabemos uma data: no comunicado de imprensa sobre os resultados financeiros da empresa no Q3 de 2022 (os melhores resultados de sua história, claro, graças ao fato de agora também vender Audi grandes com sabor e preço de Lamborghini), veio também o anúncio de que a “versão todo-o-terreno” do Huracan estreará no Art Basel em Miami programado para ocorrer de 1 a 3 de dezembro. O Art Basel é uma mostra de arte.
Se você não lembra mais, ajudo: o Huracan Sterrato foi mostrado com conceito pela primeira vez em 2019, ou seja, faz três anos que ouvimos falar dele. Já não era sem tempo. Parece até um daqueles aqueles escritores que perdem um tempo imenso em preâmbulos viajantes, dizendo trinta mil vezes que vai contar uma história, que a história vai ser legal, que o protagonista é gente boa, que a mensagem é maneira, e tal, que quando chega na história em si, o espaço para ela acabou e é despachada em meia dúzia de linhas. Não, pera…
Mas enfim, este anúncio veio acompanhado de mais uma rodada de imagens teaser do futuro Lambo do mato, que são essas que você pode ver aqui nesta nota. Apesar desta apresentação para lá de estendida e esticada, se a gente der dois passos para trás e olhar um pouco isso, é um carro realmente maluco. Doido, psicodélico, surreal. E a gente precisa de mais coisas assim, não acham? (MAO)
Airbags da Takata continuam a fazer vítimas; Dodge pede para donos não dirigirem seus carros
Quem diria que um dispositivo explosivo no volante do carro poderia um dia dar algum problema, não é mesmo? Não precisa ficar bravo com esta afirmação: é claro que no balanço, o Airbag salvou uma quantidade incontavelmente superior de vidas do que ele acabou. É um salvador de vidas, uma coisa boa e que fez um salto em segurança veicular menor que o cinto de segurança, mas ainda assim, imensa.
Mas sim, já matou gente também, uma prova cabal, se é que você realmente ainda precisa de uma, que não há proteção e segurança completa. Não foi a única vez, mas a mais famosa e trágica dessas instâncias de gente morrendo diretamente por causa deles é o infame caso da Takata.
Em 2013, uma série de mortes e lesões associadas a infladores de airbags Takata defeituosos fabricados em sua fábrica no México, levaram a Takata a fazer um recall inicial de 3,6 milhões de carros equipados com esses airbags. Veja bem: infladores, não as bolsas. Isso imediatamente gelou o sangue de todos na indústria: os infladores pirotécnicos (a parte que explode para gerar gases que inflam a bolsa) eram os mais baratos do mercado e todo mundo os usava. TODO MUNDO, inclusive fornecedores de Airbags que não eram a Takata.
Para resumir uma história tenebrosa, no final das contas a Takata, uma das maiores empresas do mundo no segmento, desapareceu (os restos comprados pelo que é hoje a Joyson Safety Systems), e o recall desses infladores defeituosos chega a mais de 42 milhões de automóveis. Quarenta e dois milhões.
Não existe mais uma Takata, mas o dispositivo explosivo de segurança continua por aí em automóveis, esperando fazer mais uma vítima, aparentemente. A Stellantis emitiu um comunicado “Stop-drive” para de carros Dodge e Chrysler do ano modelo 2005-2010 que ainda precisam ter os perigosos airbags Takata substituídos. Aproximadamente 276 mil veículos ainda precisam ter seus airbags Takata removidos. Isso inclui Dodge Magnums 2005-2010, Dodge Challengers, Dodge Chargers e Chrysler 300s. Segundo a Stellantis, está fazendo todo o possível para entrar em contato diretamente com os proprietários dos veículos em questão.
A ordem de stop-drive ocorre quando o NHSTA divulgou um comunicado hoje dizendo que duas pessoas morreram este ano em acidentes separados envolvendo Dodge Chargers 2010 quando os airbags laterais do motorista da Takata explodiram.
O “Stop-drive” espera que os donos do carro não dirijam mais seus carros, e entrem em contato com a Stellantis para que seja REBOCADOS até o concessionário mais próximo, onde será feita a troca dos dispositivos. O recall original foi realizado em 2015. (MAO)
BMW está sendo controversa em seus desenhos de propósito
O esporte preferido de dez entre dez entusiastas de automóvel hoje em dia é reclamar da BMW. A marca, antes um bastião de veículos familiares com alma esportiva e sóbria aparência alemã clássica, descambou para uma marca onde essa definição não pode mais ser usada.
O que o pessoal mais reclama mesmo é o estilo; mesmo os carros esportivos da marca falham em povoar os sonhos dos manicacas por serem esquisitos demais. Mas parece que, pelo menos, não é por acidente que parecem assim. É de propósito.
De acordo com o site australiano Car Sales, que conversou com representantes da empresa sobre o assunto, é parte da estratégia. O presidente da BMW, Oliver Zipse, disse à publicação que quer que seus veículos façam “as pessoas falarem sobre eles”. É a velha estratégia malufiana de “falem mal, mas falem de mim”.
“Se você quiser mudar o design, qualquer passo no futuro que seja percebido como novo será automaticamente controverso. Não existe um design orientado para o futuro sem controvérsia. Esse é o truque: ter controvérsia e o resultado é ‘eu quero ter’ e ‘eu gosto’”.
Zipse também confirma a teoria que já ventilamos aqui no FlatOut: é tudo culpa de Chris Bangle. O executivo deu a entender que o controverso BMW Série 7 da geração E65 de Bangle vendeu mais que seu antecessor em parte por causa de seu desenho inovador, fortemente criticado na época também.
Tudo verdade; e a BMW pode realmente estar novamente à frente da curva, e nós atrás dela. Pelo menos, temos que dar o braço a torcer: são no mínimo corajosos por tentar algo diferente. Mas não custa lembrar também: nem todo designer que ofende à primeira vista é um visionário como Chris Bangle. Às vezes é só incompetente mesmo.
E eu, pessoalmente, continuo a acreditar que Bangle estragou o desenho do automóvel, da mesma forma que Giugiaro o tornou perfeito. Ambos são gênios influentes, mas eu fico com o cara que faz isso por meio de proporção e beleza clássica. Beleza de verdade é atemporal, e não precisa “evoluir”. (MAO)
Shelby Cobra MkIII original aparece à venda nos EUA
Pense num carro que tem ao redor de 500 cv de potência. Normal hoje, sim, mas espera um pouquinho: esses quinhentos potros furiosos são aspirados, sem nenhum tipo de sobrealimentação. E empurram um carro de apenas 1150 kg. Menos fácil de achar, hoje, não?
O desempenho ainda não faz feio, mesmo nesta era onde potências de quatro dígitos não espantam ninguém. Um 0-100 km/h de 4,3 segundos é território ainda pouco habitado. Continue acelerando e, ao mesmo tempo em que um Pulse Abarth chega a 100 km/h, este carro está a 160 km/h. O quarto de milha é despachado, a partir da imobilidade, em 12 segundos, e no fim desse “quarteirão”, o carro já está pertinho dos 200 km/h.
A aceleração era tão brutal que seu construtor, um ex-piloto texano de quase dois metros de altura, costumava colocar uma nota de 100 dólares no painel em frente do passageiro e dizer: “se você conseguir pegar a nota com o carro em movimento, ela é sua”, e ninguém conseguiu pegá-la.
Sim, o Shelby Cobra MkIII pode não ter visto competição como seus “irmãos menores” MkI e MkII com o V8 289 HiPo, mas nas ruas de 1965/1966 se tornou uma lenda imortal; o mais violento veículo disponível para venda já criado, desde que veículos passaram a ser disponíveis para venda. Até hoje, é um carro para homens e mulheres adultas; crianças fogem correndo para as saias de suas mamãs. Cachorros pequenos correm de volta para casa. Passarinhos caem dos fios fulminados pelo som dele. Flores murcham à sua passagem. Este carro não é, ainda hoje, brinquedo. É uma coisa muito séria.
O motor é essencialmente o que deu a vitória em Le Mans para a Ford: o V8 427 big-block de sete litros, e oficialmente 485 cv a 6500 rpm. Um motor que além de grande, era bravo, girador, nervoso. No menor carro onde foi possível colocá-lo. A transmissão era manual de quatro marchas; as suspensões independentes nas quatro rodas, e os freios a disco; não há um chip eletrônico sequer em todo o veículo.
São também raríssimos. Apenas 56 dos 100 carros planejados foram produzidos. Mas um deles apareceu a venda nos EUA, no site de leilão online Bring a Trailer.
É o chassis número 3283, um dos que saíram de fábrica com o V8 428 (mais barato e mais manso), mas este motor foi quase imediatamente trocado por um 427 preparado pela Holman Moody. Ele também foi repintado em seu tom original de verde escuro, em 2013. Uma chance de ser dono de uma lenda, ainda plenamente usável e desejável. Só não será barato; nada abaixo de um milhão de dólares é esperado aqui. (MAO)
Peugeot comemora 30 anos de Brasil
O que foi PSA hoje é Stellantis, mas a mudança da empresa-mãe não muda o fato de que a Peugeot comemora 30 anos initerruptos no Brasil; veio oficialmente em 1992, pouco depois da abertura das importações no Brasil em 1990.
Houve uma tentativa frustrada anterior: o Grupo Monteiro Aranha assinou um contrato com a Peugeot em 1988, com objetivo de importar os 505 feitos pela Sevel na Argentina. Mas o grupo acaba sócio da Peugeot no Brasil em sua primeira fase de qualquer forma: a PSA tinha 70% da operação brasileira, e o grupo brasileiro, 30%.
As vendas começaram em agosto de 1992, com o 205 SX, 1.4 de 75 cv, trazido do Uruguai. Foram trazidos também os 205 GTI 1.9 e CTI, este último conversível, hoje clássicos cobiçados pelos amantes da marca por aqui. Seguiram-se o grande 605, o 405, e um sucesso relativo por aqui: a picape 504, que tinha motor diesel e capacidade de carga de 1,3 tonelada estampada em sua caçamba por fora. As versões esportivas do 405, o Mi, e o T16, virem em pouquíssimas unidades, e são também clássicos disputados hoje.
A fábrica de Porto Real, antigo distrito de Resende no RJ, emancipado então recentemente, veio em 2001, e com ela, o grande sucesso da marca aqui, o hatch 206.
Hoje parte do conglomerado Stellantis que engloba a Fiat também, a marca oferece além do 208 hatch, os SUV 2008 e 3008, e as vans Expert, Boxer, e Partner Rapid, esta última um Fiat Fiorino disfarçada de Peugeot. Também tem uma versão elétrica do 208 e do Expert à venda, e em breve, uma do 2008 será lançada. Parabéns à Peugeot pelo aniversário aqui! (MAO)