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Honda Civic Híbrido lançado no Brasil.
O Civic está de volta ao mercado brasileiro. Não é mais produzido aqui, nem é um carro médio para a classe média; agora subiu de patamar, é importado e mais caro, numa faixa de preço superior, e híbrido. Não vem do Japão, porém; a versão para o mercado brasileiro é fabricada na Tailândia.
O Civic que esperamos ansiosamente não é este; é o futuro Type R prometido para o Brasil. Mas este é um passo necessário para que isso aconteça: a versão “normal” do Civic para nosso mercado. A marca japonesa prometeu quatro lançamentos para 2023: este, os SUVs ZR-V e CR-V, e finalmente o Type R.
Maior que o descontinuado Civic nacional em todas as medidas, é um carro bem grandinho, medindo 4679 mm num entre-eixos de 2735 mm, quase as mesmas dimensões de um Accord de 20 anos atrás. O peso não é exagerado para hoje em dia, porém: a Honda declara razoáveis 1449 kg.
É chamado de “Honda Civic Híbrido”, e a tecnologia recebe o nome de e:HEV. Traz um motor a combustão interna de ciclo Atkinson, injeção direta, aspirado e com dois litros de deslocamento. Fornece 143 cv a 6000 rpm, e 19,1 mkgf a 4500 rpm. Um motor elétrico de 184 cv e 32,1 mkgf de torque também faz parte do pacote, alimentado por uma bateria de 1,05 kWh.
A potência não deve ser somada; os dois motores não trabalham desta forma. Na verdade, cada um trabalha onde é mais eficiente, mas um ou outro, o motor a gasolina as vezes funcionando como gerador. Uma maneira de imaginar seu comportamento é a potência do motor elétrico na cidade, e do a gasolina em estrada, onde o elétrico perde carga muito rápido e é substituído pelo à gasolina. A tração é somente dianteira.
A bateria é pequena, focada em uso urbano. Segundo o Inmetro, o consumo urbano é de 18,3 km/litro, enquanto o rodoviário é de 15,9 km/litro. A empresa não forneceu dados de desempenho, mas revistas lá fora obtiveram 0-96 km/h ao redor de 8 segundos, e a velocidade máxima limitada em 180 km/h. Um desempenho bom, mas não brilhante, portanto.
A suspensão dianteira é McPherson, e a traseira multilink, e é calçado com pneus 215/50 R17 91V. A iluminação principal é em LED, bem como os neblinas; tem sensor de chuva e de luz, chave presencial com partida remota, teto-solar, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré, ar-condicionado automático, seletor de três modos de condução, bancos em couro (dianteiros elétricos), carregador por indução, sistema multimídia com tela de 9″ e espelhamento sem fio, painel digital de 10,2″, sistema de som Bose.
A garantia é de 3 anos para o carro e 8 anos para o conjunto de baterias e motores elétricos, ou 160.000 km. O preço começa em R$ 244.900. (MAO)
O V8 Chevrolet de bloco pequeno terá mais uma geração
A General Motors prometeu ser 100% elétrica em 2035. Mas pensemos bem: isso é mais de dez anos no futuro. Uma previsão de caminho, sim, um objetivo sendo perseguido seriamente. Mas muito tempo no futuro também. Tanto que aparentemente há tempo para mais uma geração do incrivelmente longevo V8 de bloco pequeno da Chevrolet.
O V8 de hoje não compartilha nenhuma peça com o de 1955, claro. Mas compartilha a ideia básica: um motor pequeno, leve, compacto, simples e baixo em CG, com alto deslocamento para alto desempenho e economia compatível, através de alto torque. O que significa OHV com apenas um comando no bloco. Uma fórmula de grande sucesso para a GM.
A notícia hoje é que sim, mais uma geração deste tipo de motor vai aparecer. Foi confirmada em um comunicado de imprensa que conta que a empresa alocou “US$ 854 milhões para preparar as instalações para produzir a sexta geração do Small Block V-8 da empresa”. Esta parece ser a primeira vez que a empresa menciona uma nova versão do motor. O atual bloco pequeno de quinta geração estreou no Corvette C7 2014, quase uma década atrás, e é ainda fortemente baseada no primeiro LS de 1997.
A empresa afirma que o V8 de sexta geração “fortalecerá nossa linha líder do setor de picapes e SUVs full-size“. Não há menção de Corvette, Camaro, ou qualquer outra aplicação, no entanto. O C8 Corvette Stingray básico, e o recente E-Ray híbrido, ainda usam um V8 Chevrolet OHV de bloco pequeno, o LT2. O Camaro, também, apesar de hoje vender tão pouco nos EUA que seu futuro é incerto.
Uma prova de que o futuro é ainda incerto, e qualquer previsão definitiva uma temeridade. Vamos aguardar para descobrir o que ele nos reserva, mas uma coisa é certa: as notícias da morte do V8 Chevrolet parecem ainda prematuras. Ainda bem! (MAO)
Alpine A110 em demanda crescente
De acordo com a Automotive News, a Alpine pretende manter o atual A110 à venda até o final de 2026, quando um sucessor totalmente elétrico deve ser lançado. A essa altura, o carro esportivo terá quase dez anos, visto que foi lançado em 2017.
No entanto, a demanda para o sensacional e leve carro esporte vem crescendo, o que parece garantir realmente o futuro do carro. É uma raridade um carro chegar aos seis anos de idade sem substituto direto a vista, principalmente um que é um sucesso constante e crescente. Mas é a realidade de hoje; vide o Dodge Challenger. A não ser que você considere um elétrico um substituto para eles, vão acabar no auge da sua popularidade, apesar de serem carros “velhos”. Se você acha que as versões elétricas são substitutos válidos, não posso te ajudar.
Em 2022, venderam-se 3.546 Alpine A110, ou 33% a mais que no ano anterior. Mais importante, quase toda a produção de 2023 já foi encomendada, o que significa que a demanda não diminuirá nos próximos 12 meses.
Ainda mais interessante é o fato de que o A110 finalmente superou o seu arquirrival Porsche Cayman na Europa no ano passado. Se você somar o conversível Boxster, a situação se inverte, claro, mas a Alpine de qualquer forma festeja o resultado. Na Europa, o A110 vendeu 3.260 unidades contra 2.596 do Cayman; o Boxster vendeu 2.364 unidades.
Um dos motivos desse ressurgimento é sem dúvida o A110 R, lançado em outubro passado. É uma versão mais leve e hardcore do cupê capaz de atingir 100 km/h em 3,9 segundos. O A110 custa na Europa o equivalente a R$ 444.413, com a versão R começando nos R$ 567.890. (MAO)
Chevrolet Express, corrente desde 1996, pode ganhar sobrevida
A antiga van full-size americana Chevy Express pode muito bem ser a van de carga mais popular da história. Por 27 anos, tem sido a van de carga ideal para motoristas de entrega, trabalhadores e pequenas empresas. Tem sido um dos pilares da força de trabalho americana desde 1996. No início do ano, foi relatado que seria substituída por uma nova van elétrica em 2026. Mas parece que as notícias de sua morte foram exageradas.
De acordo com fontes do site GM Authority próximas à GM, a van pode receber uma atualização para 2027, em vez de ser substituída. Esta nova van Express 2027 deve rodar em uma versão revisada de sua atual plataforma, GMT 610, renomeada GMT 620.
Deve ter novos motores, também, substituindo os atuais V6 de 4,3 litros e V8 de 6,6 litros. Este último faz desta uma van de 400 cv. Não há uma Express diesel mais, se você ficou curioso; sim, os EUA são bem diferentes daqui.
A decisão de ficar com uma van Express de combustão interna depois de 2027 é interessante, dado o recente impulso da GM em direção à eletrificação. Mas os motivos são claros: ainda vende bem, com lucro sem duvida muito interessante, o que não seria o caso de uma nova versão elétrica. Alguém tem que pagar o investimento no futuro elétrico não? (MAO)