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Zero a 300

O novo Civic Si, Audi R8 terá motor biturbo, motoristas rejeitam gadgets dos carros e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo (e não esqueça de ativar o sininho)!

 

Este é o novo Civic Si

A Honda acaba de apresentar a nova geração do Civic Si. Ela chega na forma de sedã, mantendo o diferencial de deslizamento limitado e, felizmente o mesmo câmbio manual de seis marchas, combinado ao mesmo motor 1.5 turbo da geração anterior, que agora tem…. 6 cv a menos e 22 kg a mais.

Apesar da redução de potência, a Honda afirma que o torque de 26,5 kgfm chega ao seu pico 300 rpm mais cedo que no antecessor (1.800 rpm vs. 2.100 rpm do antecessor). A potência máxima, contudo, agora é entregue a 6.000 rpm — o que deixa apenas 500 rpm até o corte de 6.500 rpm, o mesmo do antecessor. A curva de torque trazida para rotações mais baixas deve também trazer um pouco mais de potência para uma faixa mais útil de rotações, o que pode resultar em uma percepção de mais potência, apesar da redução.

Como sabemos, a potência tem um papel importante, mas não é fundamental. E se o Civic Si menos potente que o anterior quer ter alguma chance com o público, ele precisa de mais atenção à suspensão e ao chassi. Segundo a Honda, este novo Si tem molas com mais carga que o antecessor, além de barras estabilizadoras mais rígidas e buchas compartilhadas com o Type R.

Por dentro, ele mantém a decoração padrão dos Civic Si: contraste de tecido vermelho e preto, materiais sintéticos para melhor suporte do corpo, pedais com revestimento metálico, assim como o pomo do câmbio. Ainda não foram divulgados dados de desempenho, nem preço.

Quanto ao Brasil, bem, a Honda ofereceu no Brasil as seis últimas gerações do Civic e trouxe a versão esportiva de cinco delas. Apenas durante a sétima geração não tivemos um Civic esportivo, justamente durante um período de moeda instável e crises globais. Por outro lado, o Civic Si entra em um segmento pouco abalado pela crise, e a Honda já vinha oferecendo o modelo em lotes com volume limitado.

Considerando que o carro chega aos EUA somente em 2022 e que as versões comportadas sequer foram confirmadas para o Brasil, é ainda cedo para algo além de palpites. E se querem saber o meu, aqui vai: com a economia global estabilizada (produção normalizada, preços do frete em patamares normais), faz sentido trazê-lo em lotes como os anteriores. Por que não?

 

Crise dos microchips se estenderá ao longo de 2022

Como já explicamos anteriormente (veja o link abaixo), a paralisação das fábricas durante a pandemia gerou uma crise sem precedentes na cadeia produtiva global. No setor automobilístico, o ponto crítico parece ser mesmo a falta de microchips. Em julho, os fabricantes de microchips conseguiram entregar apenas 20% dos pedidos feitos, e ainda que a situação tenha melhorado entre agosto e setembro, mais da metade dos pedidos continuam não atendidos devido às limitações de produção.

Segundo o presidente da Bosch na China, a situação irá se estender ao longo de 2022, embora com um menor nível de escassez. Como resultado prático, as fabricantes deverão continuar focando em modelos de maior valor agregado, que trazem lucro com menor volume de vendas, e os preços deverão se manter elevados até que a produção se normalize e a demanda seja suprida a ponto de haver concorrência novamente, o que deve acontecer somente em 2023. (Leo Contesini)

 

Maioria dos motoristas não usa recursos tecnológicos dos carros

Vejam só a ironia: os fabricantes vêm “gadgetizando” os carros nos últimos anos, motivados pelas tendências de mercado e supostas aspirações do público, o que resultou em “carros conectados”, sistemas de concierge de bordo, integração com compras por app e outras coisas dispensáveis ao ato de dirigir. Apontar tudo isso como “dispensável”, nestes últimos anos, costuma ser apontado como retrocesso, conservadorismo exagerado, puritanismo automobilístico, mente fechada etc. Só que…

… um estudo recente da JD Power, a gigante de pesquisas de mercado e análises de dados de consumidores, revelou que a maioria dos motoristas não está nem aí para toda essa traquitana tecnológica que encarece os carros e dificulta uma ação simples como aumentar o volume do rádio ou mudar a temperatura do ar-condicionado.

A pesquisa foi feita com mais de 110.000 proprietários de veículos lançados em 2021. Mais da metade deles não chega a usar um terço das funções disponíveis: 61% nunca usou as funções de compras nos sistemas integrados, e 52% nunca sequer usou comandos de voz e outros dispositivos de comunicação. O motivo? Eles acham desnecessário.

Além disso, os motoristas não sabem usar plenamente algumas das funções disponíveis. O estudo da JD Power também apontou que 71% dos proprietários precisou buscar ajuda na internet para operar seus próprios carros.

Por último, a pesquisa ainda apontou que há uma questão de eficiência nestas tecnologias. Os comandos por gestos, por exemplo, foram pelo segundo ano consecutivo a tecnologia mais rejeitada, apresentando problemas no desempenho em 41% dos carros.

Aqui no FlatOut reiteramos com alguma frequência que a humanidade sabe o que é melhor para si e rejeita naturalmente dificuldades — especialmente se elas são supérfluas como um gesto pouco natural no lugar de um botão no volante do carro para abaixar o volume do rádio.

Como será o sistema de gestos na Itália?

Uma questão não levantada pelo estudo, foi a ciência do proprietário a respeito do custo destas tecnologias que ele considera inúteis. Como seria a rejeição destas tecnologias se o público percebesse o quanto elas custam, frente ao benefício que elas (não) trazem?

Evidentemente nem toda tecnologia é rejeitada pelo público. As câmeras auxiliares de estacionamento foram bem-recebidas e tiveram o maior grau de satisfação, assim como a frenagem regenerativa dos modelos híbridos e elétricos, que permite o controle do carro usando apenas o pedal do acelerador na maioria das situações do dia-a-dia, e é o tipo de tecnologia que os motoristas procuram ao comprar um carro novo. (Leo Contesini)

 

Rolls-Royce enfrenta dificuldades de ruído com seu elétrico

A Rolls-Royce é certamente uma empresa cujo espírito e objetivos estão totalmente alinhados com o mundo moderno. Silêncio e suavidade de operação sempre foram as maiores qualidades de um Rolls-Royce, além, é claro, do conforto ao rodar. Um carro elétrico atende e melhora tudo que é bom num Rolls-Royce: silêncio, suavidade, torque em toda rotação, conforto e solidez ajudado pelo peso alto, com CG baixo que um assoalho cheio de baterias pode prover. Além disso, um Rolls-Royce sempre foi carro para ser aproveitado no banco de trás, e um motorista-robô é totalmente alinhado com o espírito da marca. Parece que chegamos à era do Rolls-Royce.

Antigamente a confiabilidade era parte da fórmula também: os Rolls-Royce atravessavam desertos, eram transporte de marajás nas selvas úmidas da índia, levavam nobres para Grand-Tours pela Europa sem medo de ficar parado no meio do caminho, e certamente sem tem que esperar horas e horas para reabastecer. “Um Rolls no deserto vale mais que rubis!” – famosamente disse T.E.Lawrence. Mas isso é passado: para o mundo de hoje onde todo mundo fica estacionado permanentemente atrás de telas de qualquer forma, inclusive dirigindo, isso não importa mais.

Então não é surpresa nenhuma que a empresa está preparando um elétrico deste tipo já a algum tempo, e o carro promete ser o novo ápice do conforto, e do silêncio, sobre rodas.

Esta semana chegam notícias, via a revista Autocar inglesa, das dificuldades enfrentadas em projetos ambiciosos como este. Parece que o elétrico parece mais barulhento hoje, dentro dele, do que os carros V12 atuais. Isso porque não há ruído do motor para abafar a estrada e o vento. Mas o CEO Torsten Müller-Ötvös (um nome assim no CEO da Rolls-Royce já mostra como o mundo mudou) diz para a Autocar: “provavelmente não vale a pena tentar combater isso. O Ghost atual já é tão silencioso em movimento que as pessoas se sentiram um pouco desorientadas, o que gerou necessidade de trazer de volta certos níveis de ruído”.

De novo, a perfeição se mostra anátema ao desejável por nós, esses imprevisíveis humanos imperfeitos. E quem diria: nesse caso, o elétrico vai trocar o delicioso e suave murmurar do V12 por barulho de pneus e vento. Que baita progresso. (MAO)

 

Um novo Audi R8 pode ser lançado em 2023 com V8 turbo.

Pouca gente chorou com a notícia de que esta geração do Audi R8 seria a última. Mas confesso ter um lugar no meu coração para o carro esporte de alto desempenho da Audi. Claramente os compradores de supercarro preferem a emoção mais crua dos Ferrari, Lamborghini e Porsche RS, e quem pode criticá-los por isso?

Mas o R8 é uma mistura tão deliciosa de conforto, ergonomia perfeita, segurança suprema tanto ativa quanto passiva, e pura velocidade que confesso adorá-los. Todos eles, mesmo o V8 com o câmbio automatizado de primeira geração. E os motores aspirados do R8, por sinal, tanto o V8 quanto o V10, são a pimenta que torna isso tudo tão especial. Confesso que fiquei chateado com seu fim.

Mas agora chega a notícia de que talvez essas notícias possam ter sido exageradas. O R8 pode sobreviver, ainda que de uma forma bem diferente da do carro atual, que vocês sabem bem é equipada exclusivamente com um V10 aspirado de 5,2 litros. A revista alemã Auto Bild diz que o R8 de terceira geração deve retornar ao V8, agora com dois turbos. Provavelmente será o V8 de 4,0 litros (que surpresa) do Lamborghini Urus, e vários outros modelos do Grupo VW. A revista supõe que poderia produzir cerca de 700 hp, ajudado por alguma forma de hibridização.

Num mundo onde a variedade é cada vez menos presente, a peculiar interpretação da Audi no tema “carro esporte” ainda é bem-vinda; seria uma pena vê-la desaparecer. Esperamos ansiosos. (MAO)

 

Ineos Grenadier com tecnologia de célula de combustível Hyundai confirmado.

A Ineos de Sir Jim Ratcliffe realmente acredita que a indústria está num caminho errado, e vai tomar um diferente para provar. Como se não bastasse recriar o espírito do Land-Rover Defender original com o seu Ineos Grenadier, agora vem a notícia de que, num mundo aonde todo mundo vai em direção das baterias e tomadas na parede, a Ineos irá para a tecnologia de células de combustível à Hidrogênio.

A empresa informa que além de versões a gasolina e diesel, fabricará o (respire fundo) Ineos Grenadier Fuel Cell Electric Vehicle (FCEV) Concept, um carro movido a hidrogênio que começará os testes no final de 2022. Isso faz parte do objetivo da empresa para apoiar o hidrogênio como uma solução de energia limpa para versões futuras do Grenadier. A tecnologia virá da Hyundai, resultado de um acordo de parceria assinado em novembro de 2020.

Em conjunto à esta decisão, vem a preocupação com a infraestrutura. Jim Ratcliffe espera ação do governo inglês, como disse em um press-release: “A indústria pode ir até um ponto somente. O governo do Reino Unido deve começar a investir no desenvolvimento de nossa infraestrutura de hidrogênio para permitir que o gás seja usado de forma muito mais ampla. No momento, estamos muito atrasados em relação à Europa e a diferença está começando a aumentar.” (MAO)