FlatOut!
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Zero a 300

O novo Lotus Elise | O BMW Z4 manual volta | O 356/2 Gmund coupe e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!

 

Lotus vai trazer de volta o Elise. Elétrico, claro.

Lotus, a antiga marca de Colin Chapman, é hoje parte do grupo chinês Geely, e tem seu futuro fortemente ligado a carros 100% elétricos. E não só carros esporte: o Emira é seu único carro esporte tradicional hoje, mas junto com ele, apenas luxo elétrico. O SUV Eletre, o recém-lançado sedã Emeya e o supercarro elétrico Evija. Carros grandes e pesados parecem anátema à marca, mas enfim, é o caminho que tomou.

Seu último carro no espírito original de carros esporte leves foi o recém-descontinuado, e famoso, Elise, um carro que originalmente foi lançado em 1996, mas ainda parecia moderno e original. Agora, segundo a Autocar inglesa, um novo Elise deve aparecer.

Ícones dos anos 1990: Lotus Elise série 1

O novo Lotus Elise será elétrico, claro: todo o futuro da marca está baseado nisso, e, a partir de 2035 na Europa, o de todo mundo. A revista diz que o novo carro estará à venda em 2027 por cerca de £ 75.000 (R$ 471.000) na Inglaterra. Consideravelmente acima de sua faixa de preço original.

O novo chassi: leve

É o Lotus Type 135, projeto já em andamento, e que deve, na verdade, substituir o Emira atual. Apenas o nome sobrou, uma casca que tenta incutir um significado nobre na verdade inexistente à mais um carro elétrico, você diz? Paremos com o cinismo, por favor. É apenas o mundo em que vivemos. Quem ainda se importa com este tipo de coisa?

Embora o Type 135 seja um carro de volume relativamente pequeno (a Lotus pretende vendas anuais de 10.000 a 15.000 veículos/ano, em comparação com 50.000 do Eletre) executivos da Lotus disseram à Autocar que o modelo é “crucial para a marca”. Claro: o plano é que seja o 911 da Lotus, o animal-totem que justifica todo o resto que vende realmente bem e mantém a empresa viva, mas que combina nada com o símbolo no capô.

O novo Elise, em projeção da Autocar

O Type 135 era para ter estrutura compartilhada com o novo Alpine A110 elétrico, mas como as empresas se separaram, não mais. A plataforma é chamada Projeto LEVA (Lightweight Electric Vehicle Architecture), e incorpora layout de motor central, mesmo que o central agora será uma pilha de baterias, para que assim, comportamento característico de motor central possa ser reproduzido. A Lotus diz que esta plataforma é 37% mais leve que a estrutura do Emira. Sem motor e bateria, claro.

A arquitetura prevê também trens de força de um ou dois motores, o que vai variar a potência de 469 cv a 872 cv. Quase o dobro da potência até mesmo da versão mais potente do Elise, e versões mais potentes poderiam preencher a lacuna deixada pelo Exige, mais focado nas pistas. Mas claro que não pesará 725 kg como o Elise original; nem em nossos sonhos mais loucos.

Elise mk1: 118cv eram suficientes

A empresa diz também que a menor bateria desta plataforma será uma unidade de 66,4 kWh, para autonomia de até 480 km; a bateria maior, de 99,6 kWh pode aumentar isso para mais de 700 km. A arquitetura também será equipada com hardware de carregamento de 800V para torná-la compatível com os carregadores mais rápidos do mercado. (MAO)

 

BMW Z4 ganha opção de câmbio manual

A BMW mostrou esta semana a linha 2024 dos série 3 e 4 com apenas algumas pequenas modificações incrementais de detalhes, como iluminação externa e detalhes de grades diferentes (mas ainda enormes, infelizmente) para modelos diferentes. A grande novidade deste ano/modelo está meio escondida na verdade, e não nos sedãs e cupês, e sim no roadster Z4.

Sim: a BMW finalmente oferece agora uma caixa de câmbio manual para o Z4 M40i. O câmbio manual de seis marchas estará disponível em todo o mundo a partir de março de 2024. Parte de um pacote “Handschalter” ( troca manual), que inclui diferentes configurações de suspensão, rodas, cores e acabamento interno. O seu irmão Toyota Supra já tem versão manual há dois anos; demorou para esta opção aparecer na marca alemã, que antes era orgulhosa por ser a opção do entusiasta.

Como é normal em carros potentes assim, a caixa manual é mais lerda. Mas só se você acha que uma fração de segundo (0,3 segundo, no caso) a menos no 0-100 km/h é uma diferença importante. O carro manual faz o 0-96 km/h em 4,2 segundos. A velocidade máxima permanece limitada a 249 km/h, em ambas as transmissões.

O motor de seis cilindros em linha turbo de 3,0 litros continua o mesmo para os dois câmbios: 387 cv e 51 mkgf. A BMW diz que sua equipe de engenharia garantiu que esta transmissão fosse perfeitamente adequada ao Z4, proporcionando a “sensação mecânica pela qual os manuais da BMW foram elogiados”, com peças específicas M usadas em seu projeto. Se eu fosse um cara de apostar, porém, apostaria que a caixa é idêntica à do Supra.

O pacote de câmbio manual, além de cores exclusivas e detalhes de interior diferentes, traz também mudanças técnicas: programação específica do controle de tração e diferencial, molas auxiliares exclusivas dianteiras e traseiras, uma braçadeira de barra estabilizadora reforçada e configurações reconfiguradas de amortecedores.

Como é esperado menor volume, é uma opção mais cara que o automático: custa US$ 3.500 (R$ 17.325) nos EUA, fazendo o Z4 manual um carro de US$ 70,945 (R$ 351.177) nos EUA. O câmbio manual está disponível apenas no Z4 de seis cilindros. (MAO)

 

Mais um Mazda seis em linha: o CX-70

A espera continua. A Mazda agora tem uma configuração mecânica em produção há algum tempo, que parece pronta para carros esporte e sedãs sensacionais, mas que ainda se limita apenas aos onipresentes SUV. Bom, algo é melhor que nada: o seis em linha turbo da empresa agora estreou num SUV menor, o CX-70.

OK: é somente uma nova variação do CX-90 com capacidade para cinco passageiros ao invés de sete. O novo SUV compartilha sua plataforma, motores e a maior parte de sua carroceria com seu irmão maior. Mas é menor e mais leve, e parece deveras interessante.

A especificação completa ainda não foi divulgada, mas O CX-70 tem a mesma distância entre eixos de 3120 mm que o CX-90 e também tem quase o mesmo comprimento (5,1 metros no CX-90). Deve ser mais leve que o CX-90, mas não por muito. É um carro grande: o CX-90 pesa 2135 kg. Um chute educado: duas toneladas para o CX-70. Barrabás.

Mecanicamente o CX-70 é igual ao CX-90, e a grande atração é o esquema de carro de luxo alemão em roupa SUV: motor de seis cilindros em linha, 3,3 litros turbo, com 280 cv ou 340 cv; torque é de 45,9 mkgf ou 51 mkgf. Um trem de força híbrido plug-in também está disponível, com um quatro em linha de 2,5 litros e motor elétrico, dando 323 cv e 51 mkgf combinados. Todo CX-70 é automático, e tem tração nas quatro rodas permanente com bias traseiro, e um motor localizado no carro como um BMW dos anos 1990. Ainda não é exatamente o que queremos, mas um passo na direção correta. (MAO)

 

Raríssimo Porsche 356/2 “Gmund coupe” à venda

Qual é o Santo Graal de todo colecionador sério de Porsche? Muita gente imagina um 917, ou um 904/8, ou até um 911 R mais recente. Mas o colecionador sério de verdade da marca acaba faltamente olhando mais para trás, para as origens da marca, e para o imortal 356. Jerry Seinfeld por exemplo, um dos mais compulsivos porschéfilos da história, começou como todo mundo com 911 moderno, mas eventualmente chegou muito além: hoje diz que o carro mais importante de sua coleção é um 356/2 Gmund coupé.

Claro: é um dos 52 carros feitos à mão em alumínio em uma serralheria convertida em fábrica, na bucólica cidade alpina de Gmund, Áustria, em 1950. Criado como medida desesperada de se fazer algum dinheiro numa época difícil para a família cujo principal amigo e financiador se suicidara num bunker em Berlim alguns anos atrás, deixando um caos inimaginável em seu rastro. O carrinho é diferente do 356 que veio depois em Stuttgart, e é o início, gênese, pedra fundamental da marca. De onde tudo nasceu. E são raríssimos hoje em dia.

Quão raro e valioso é um desses Gmund coupés? Bom, este carro das fotos, o número 32 de 52, um carrinho esquisito de apenas 1083 cm³ e 40 cv, está à venda na DK Engineering no Reino Unido por US$ 3,5 milhões. O motor é na verdade um VW, com cabeçotes Porsche e dupla carburação; dava o dobro de potência de um Fusca de 1950.

Ao contrário de tantos outros veículos desta época, a história deste 356/2 foi exaustivamente detalhada ao longo das décadas. Foi construído em 12 de junho de 1950 e entregue a um cliente em Gotemburgo, na Suécia. Em 1952, foi comprado por Gert Kaiser, que correu no “Rally to the Midnight Sun” no Círculo Polar Ártico.

O carro passou pelas mãos de vários outros donos suecos durante as décadas de 1950 e 1960, antes de ter seu registro cancelado na Suécia em 1974 e ser vendido na Noruega. Posteriormente, foi vendido a um colecionador na Califórnia antes de ser adquirido pelo colecionador Jim Barrington em 1994. O 356/2 foi então vendido para Cal Turner III e exibido em vários eventos antes de ser comprado por alguém no Reino Unido em 2007 ; agora aparece à venda na DK Engineering. A empresa, famosa restauradora de coisas chiques assim, oferece o carro em estado impecável, como novo.

A um preço equivalente à mais de dez 911 GT3 RS zero km, um cara se pergunta: como alguém poderia pagar isso? Não é fácil explicar, mas pode-se dizer coisa para quem está muito, mais muito mais imerso na história da companhia, e seus produtos, do que podemos imaginar. E um artefato histórico ainda pronto para dar a visão mais pura da Porsche para mais uma geração de entusiastas, mesmo com 74 anos de idade. (MAO)