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Mustang manual no Brasil: o lote é de 200 unidades
Vamos fazer uma pequena pausa para agradecimento. A Ford, afinal de contas, nos deve muito; abandonar a fabricação de carros no país depois de tanto tempo sendo parte dele, por mais justificado que for, não foi fácil aceitar. Mas o primeiro passo para se redimir ela deu agora: vai trazer Mustang com câmbio manual.
Agora a empresa reiterou em um comunicado que a versão está chegando. Diz também que terá “apelo exclusivo” e “será realizada de forma limitada”. A tradução em língua de gente normal é que virão poucos: um lote de 200 carros. É pouco, mas não é nada: é um carro caro afinal de contas.
A Ford diz que todos os exemplares serão identificados através de placa numerada no interior do carro. Os preços serão divulgados apenas na ocasião do lançamento. Certamente é um carro que será disputadíssimo de segunda-mão também: não vai ser incomum a revenda com ágio.
A transmissão será mesmo a manual de 6 marchas, e o carro é o mesmo GT Performance que já está disponível aqui com câmbio automático, pelo preço de R$ 529.000. Isso significa que o motor é o mesmo V8 DOHC/4 válvulas por cilindro a gasolina somente, conhecido como “Coyote”, com 488cv e 57,5 mkgf. O Mustang atual é um carro tão bom, mesmo automático, que esta novidade nos deixa salivando. Mal podemos esperar. (MAO)
Morgan mostra protótipo do seu novo carro de seis cilindros
A Morgan está preparando um novo carro. Isso seria algo normal e corriqueiro em qualquer outra marca, mas na Morgan? Em 2019 apareceu um novo; o lançamento de algo totalmente novo com quatro rodas, anterior a isso, foi em 1936. Não sei o que pensar: 2019 foi há 6 anos só. Está a Morgan ficando normal como todas as outras empresas?
A empresa mostrou fotos do carro camuflado, dizendo que estará pronto no meio do ano. Pouco é escondido pela tal camuflagem: é obviamente mais um Morgan. Este deverá ser o novo topo de linha da marca; posto hoje ocupado pelo Plus Six, com um motor BMW seis em linha biturbo de 335 cv; este carro parou de ser fabricado agora para a entrada do próximo; apesar disso a Morgan diz que não é um substituto. Tá bom…
O novo carro será uma evolução da plataforma CX da Morgan, introduzida pela primeira vez em 2019. Essa a nova plataforma CXV será mais leve e mais rígida do que antes, e acomodará de novo um motor de seis cilindros em linha de origem BMW. O carro terá “melhorias por toda parte”, proporcionando melhor desempenho dinâmico.
Não se sabe mais nada além disso. A Morgan diz que mais informações serão anunciadas “no devido tempo”. Mas provavelmente é uma versão atualizada do carro antigo, com maior desempenho e capacidade dinâmica, já que o atual Plus Four será o carro apenas divertido, mais descompromissado. Veremos. (MAO)
Renault Filante Record 2025: redução máxima de peso e arrasto
Criado em 1954 pela Renault em conjunto com o fabricante francês de turbinas aeronáuticas, a Turbomeca, o Etoile Filante (estrela cadente) era um protótipo para bater recordes de velocidade, e assim exaltar as vantagens desta nova tecnologia (a turbina a gás) em automóveis. Era o futuro! A Renault desenvolveu e testou o carro em um túnel de vento e em 1956, Jean Hébert chegou a 307,4 km/h no Bonneville Salt Flats.
Aperte o botão do FF até chegar em 2025, e encontramos a Renault mostrando outro carro: o Filante Record 2025, um carro criado para quebrar recordes de consumo de energia e alcance. Sim, é um carro elétrico de recordes. O elétrico é o futuro!
A Renault diz que, apesar do nome que remete a 1955, o design é inspirado em 1925; em outro carro de recordes da Renault, o famoso 9-litre 40 cv Type HF. Realmente, parece mais ele do que o voluptuoso Etoile Filante, que parece mais o carro da Penélope Charmosa.
O novo carro é grande também: 5,12 metros de comprimento. Mas pesa só uma tonelada, e a bateria, sozinha, já são 600 kg.É estreito como o 40 CV também: apenas 1,7 metros. Cada superfície de sua carroceria aerodinâmica foi projetada para maximizar a eficiência e estender a autoinomia. A Renault vai testar o carro até o final do primeiro semestre do ano, mas espera alguns ganhos enormes; a referência será o Scenic E-Tech (que é um SUV agora) equipado com uma bateria de 87 kWh de capacidade idêntica. Vai ser interessante ver essas diferenças, do ponto de vista da engenharia. Mal posso esperar.
Para fazer um carro de 400 hg sem bateria, a Renault fez o chassi de ligas de alumínio, carbono e aço. O alumínio de alta resistência foi impresso em 3D, e com programas que usam “AI” ajudando a gerar formatos orgânicos mais leves.
Para reduzir ainda mais o peso, as células são integradas ao conjunto de baterias sem módulos intermediários. O conceito não usa a mesma bateria do Scenic E-Tech, já que é um conjunto especialmente projetado, necessário para caber na carroceria fina do Filante. De acordo com a Renault, os pneus têm um impacto de 20% na autonomia de um elétrico, e, portanto, o Filante Record usa pneus Michelin sob medida para isso. Um exercício de engenharia sensacional. Esperamos ansiosos os resultados. (MAO)
O Polaris Slingshot faz 10 anos, com novidades
É difícil acreditar, mas o Polaris Slingshot está fazendo dez anos. Não sabe o que é um Polaris Slingshot? Imagina um Morgan 3-rodas que foi desenhado no século 48 por um bando de canadenses cheios de Macallan na cabeça. Depois reinterprete isso pelo filtro “Blade-Runner” e pronto. É um carro esporte leve e espartano como um Seven, mas feito com mentalidade futurista de mangá. E de três rodas.
A Polaris aproveitou a efeméride para uma rodada de melhorias no… carro? Legalmente em muitos países é uma motocicleta com sidecar; precisa até ser conduzido de capacete. Enfim. Além de melhorias mecânicas, há um facelift também para 2025.
Há um novo para-choque/grade frontal com detalhes angulares, uma entrada mais larga e “asas” renovadas. As mudanças adiciona uma polegada (25 mm) de distância do solo. É uma mudança sutil, mas o visual varia de acordo com o acabamento. O “S” tem componentes com acabamento texturizado, enquanto o “SL” adiciona gráficos frontais. O “SLR” tem “asas” pintadas e luzes mais baixas, enquanto o topo de linha “R” tem uma parte frontal totalmente pintada com um Splitter e um capô ventilado. O SLR e o R vêm também com um novo pacote de áudio Stage 2 Max da Rockford Fosgate, com alto-falantes maiores de oito polegadas. Sim, tudo impermeável no interior: é como moto, choveu, se molha.
O motor ProStar de quatro cilindros e 2,0 litros, uma unidade própria da Polaris famosa por ser giradora e realmente forte, foi reajustada para fornecer um “aumento modesto em potência e uma curva de torque mais ampla”. Nas versões S e o SL agora são 183 cv; no SLR são 207 cv e 20 mkgf de torque. Aumentos de 2 e 1 cv apenas, respectivamente, mas a racalibração trouxe, segundo a Polaris, um motor mais tratável e agradável. O motor corta a 8500 rpm.
A transmissão é manual de cinco velocidades. No entanto, uma transmissão AutoDrive automatizada é opcional e foi atualizada para fornecer uma “experiência de direção mais intuitiva e suave”. Na verdade, para quem não sabe dirigir manual, provavelmente. Não me pergunte porque alguém assim compraria um treco psicodélico-futurista-batshit crazy como esse; também não sei.
Os preços nos EUA começam no Slingshot S aos US$ 24.999 (R$ 146.872), e chegam a US$ 37.149 (R$ 218.255) para um Slingshot R com o câmbio AutoDrive. Um brinquedão que não é extremamente caro, e que nunca passará desapercebido. (MAO)
Suzuki Jimny Nomade: a versão 5-portas chega ao Japão
Desde que foi lançada dois anos atrás, a versão de quatro portas do sensacional “Miata do mato”, o Suzuki Jimny, era um produto exclusivo para o mercado indiano. O carro é fabricado na India, pela extremamente bem-sucedida Maruti-Suzuki. Mas agora finalmente chega num outro mercado importante, o que dá esperanças de expansão, quiçá até o nosso mercado um dia. Começou a ser vendido no Japão.
Recebeu um novo nome no Japão também: Jimny Nomade. O carro de cinco portas ainda é pequeno: mede 3.890 mm de comprimento. Mas isso é 340 mm a mais que a versão conhecida de três portas. Todo esse comprimento extra vem da distância entre eixos aumentada para 2.590 mm, para dar mais espaço para os passageiros traseiros. A capacidade do porta-malas também foi aumentada.
O estilo é idêntico ao do Jimny Sierra “curto” que estreou em 2018, a não ser, claro, pela adição das portas traseiras. Os ângulos de entrada e saída, 36° e 47° respectivamente, também são os mesmos, indicando balanços idênticos. Apenas o ângulo de rampa diminui 3° (agora é 25°), obviamente, devido à maior distância entre eixos.
Mecanicamente não muda nada também: o mesmo quatro em linha aspirado de 1,5 litro, 105 cv e 13,7 mkgf de torque. A Suzuki oferece a opção entre uma transmissão manual de cinco velocidades e uma automática de quatro velocidades, sempre combinada com o sistema 4WD part-time. O Jimny 3-portas básico pesa 1090 kg; o 5-portas básico, 1200 kg.
O Suzuki Jimny Nomade chegará às concessionárias japonesas a partir de 3 de abril, importado da Índia. O modelo custa a partir de ¥ 2.651.000 (R$ 100.773), ou ¥ 566.500 (R$ 21.534) mais caro que o 3-portas. A versão básica manual do 3-portas custa no Brasil R$ 152.990; usando a diferença japonesa para calcular, significa que o 5-portas poderia custar ao redor dos R$ 200.000 por aqui. (MAO)
Governo americano pode não mais legislar sobre economia de combustível
O Departamento de Transporte dos EUA (DOT), sob nova administração, ordenou que a NHTSA redefina os padrões do CAFE, o valor médio de economia de combustível de todos os carros vendidos por uma empresa, nos EUA. O DOT disse em um comunicado que os novos padrões reduzirão o preço de carros novos para os consumidores, ao mesmo tempo em que eliminarão a obrigatoriedade dos veículos elétricos. “O povo americano não deve ser forçado a sacrificar a escolha e a acessibilidade ao comprar um carro novo”, é a justificativa.
Em junho de 2024, a NHTSA confirmou os novos padrões CAFE que anunciou pela primeira vez em 2023, que exigiriam uma média de 50,4 mpg (21,4 km/l) para carros de passeio e caminhões leves do ano modelo 2031. Não está claro qual será a nova meta. Ou se haverá alguma. Se realmente não houver nenhuma, será o fim do CAFE. Algo de suma importância em nosso mundo do automóvel.
O CAFE foi promulgado pela primeira vez pelo Congresso dos Estados Unidos em 1975, após o embargo do petróleo árabe de 1973-74, para melhorar a economia média de combustível de carros e caminhões leves (picapes, vans e veículos utilitários esportivos) produzidos para venda nos Estados Unidos. Não tinha nada a ver com emissões, mas seu aumento de meta desde então empurrava para o elétrico. Era a forma de torna-lo obrigatório.
O CAFE sempre foi controverso. Muita gente, inclusive Bob Lutz e Lee Iacocca, acreditavam que foi ele que ajudou a diminuir a importância da indústria americana mundialmente, e desencadeou o crescimento dos japoneses nos EUA nos anos 1980; os americanos investiram montanhas de dinheiro para fazer carros pequenos de tração dianteira; os japoneses já os tinham, mas antes do CAFE não eram competitivos nos EUA. Os efeitos do embargo do petróleo, afinal de contas, foram passageiros no fim; o CAFE não. Se for realmente seu fim, muito vai mudar lá, e com reflexos mundo afora. Veremos! (MAO)