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O que você precisa saber para contratar o seguro mais adequado ao seu perfil?

Nos posts anteriores desta nossa série sobre seguro auto vimos que é natural surgirem dúvidas na hora de escolher ou renovar o seguro do carro. A mais comum é como as seguradoras chegam ao preço que o consumidor paga, um tema que abordamos em nossa última conversa, quando explicamos que não existe uma regra fixa, e que o valor depende de vários fatores, como modelo do veículo, perfil do motorista e cidade em que reside, e até mesmo da estratégia comercial da seguradora.

Outra dúvida recorrente na hora de escolher ou renovar o seguro, refere-se aos produtos e serviços  oferecidos pelas seguradoras, cada vez mais variados e abrangentes para atender a diferentes necessidades do mercado.

Por essa razão, nem tudo o que é oferecido pela seguradora é ideal para você. É preciso entender o que está sendo oferecido para que você não pague mais caro por algo que não irá usar, nem fique desprotegido por não ter uma cobertura adequada à sua necessidade. Neste post, iremos te ajudar a entender os diferentes tipos de cobertura e serviços para que você consiga fazer a melhor opção possível na hora de contratar o seu seguro auto.

Que tipos de cobertura de seguro auto existem?

Basicamente, as corretoras costumam vender aos clientes quatro tipos de seguros: o seguro compreensivo, o seguro contra roubo e furto, o seguro de terceiros e o seguro de acidentes de passageiros. Na maior parte das vezes eles são oferecidos em conjunto para compor um serviço mais completo, mas podem ser contratados individualmente. A seguir, veremos cada um deles em detalhes.

 

Seguro compreensivo

É o mais requerido por clientes que não querem ter preocupações. Ele cobre danos por colisão, incêndio acidental e desastres naturais (incluindo inundações e queda de objetos sobre o veículo). Em caso de roubo ou furto, a seguradora devolve total ou parcialmente o valor de mercado do carro – o percentual de indenização é negociado na apólice. Esse é o mais completo dos seguros auto, o mais comum e o mais indicado para todos os motoristas.

Em geral, quem opta pelos seguros mais completos acaba também contratando as coberturas adicionais. Elas costumam cobrir prejuízos nos vidros, retrovisores, faróis e lanternas, além de darem assistência para o segurado (como a de guincho e o carro reserva).

 

Seguro contra roubo e furto

Por ser mais barata, essa cobertura é mais buscada por quem quer somente garantir a recuperação do valor do bem, se for vítima desse tipo de crime. É o segundo tipo mais contratado. Algumas seguradoras oferecem adicionalmente itens do seguro compreensivo, como o pagamento da indenização em caso de colisão e perda total do veículo. A exigência da instalação de um rastreador no carro é comum. Se o veículo for encontrado após o roubo ou o furto, e tiver sofrido danos cuja soma da reparação seja menor que 75% do valor total do carro (não atingir a chamada perda total), o prejuízo fica com o segurado. Esse, portanto, é um risco alto para o motorista assumir. 

 

Seguro de terceiros

Geralmente é oferecido junto com a cobertura compreensiva. Ele garante os custos de reparos de carros de terceiros, quando o segurado se envolve em uma colisão ou acidente. Se o motorista bater contra um muro, poste ou fachada, os danos também são cobertos pela seguradora.

 

Seguro de acidentes de passageiros

Costuma ser vendido para quem exerce atividade remunerada como motorista. Ele garante a indenização no caso de morte ou invalidez de passageiros transportados pelo segurado. Aplicativos como Uber e 99 oferecem esse tipo de seguro. Nos dois aplicativos de transporte há um seguro de até R$ 100 mil para o passageiro durante a viagem – a Chubb Seguros é a responsável pelas apólices da Uber.

Para ajudá-lo a entender as diferenças de preços, o IQ Seguros fez uma simulação com um HB20 2018, o modelo que teve 105,5 mil emplacamentos no ano passado, de acordo com dados da Fenabrave. O perfil utilizado foi de um homem casado, de 35 anos, que mora em São Paulo e utiliza o carro para se deslocar de casa ao trabalho. Levando em consideração essas informações, o seguro compreensivo sairia por R$ 1.700. Quem opta pelo seguro contra roubo e furto paga, em média, metade desse valor – porém assume um risco muito maior. O seguro de terceiros equivale a, aproximadamente, 25% do valor do compreensivo. 

 

Seguro por perfil

É cada vez mais comum encontrar produtos especiais, como os seguros para jovens, mulheres e motoristas de aplicativos. As principais empresas do mercado utilizam essa estratégia de ofertas especializadas para atrair os diferentes tipos de público.

O Grupo Porto Seguro, que tem um total de 5,4 milhões de veículos segurados no País e uma participação de mercado de 27,6%, desenvolveu uma série de produtos, como o Auto Mulher, Auto Jovem e Auto Sênior. A SulAmérica trabalha da mesma maneira, com diferentes perfis de seguro como o Caminhão, o Auto Compacto e o Carta Verde.

Com isso, a seguradora consegue atender motoristas comuns, profissionais do setor de cargas e até mesmo quem está viajando pelos países do Mercosul. “Apostamos na personalização de produtos para garantir uma experiência diferenciada e adequada ao perfil de cada segurado”, diz Eduardo Dal Ri, vice-presidente de auto e massificados da SulAmérica.

O objetivo é não só melhorar os preços para o cliente, mas também reduzir os custos operacionais da seguradora. Saber quais perfis de segurados oferecem mais ou menos risco ajuda a oferecer um produto mais condizente com a cobertura que o cliente necessitará ao longo da vigência da apólice. Os seguros para jovens, por exemplo, costumam ter aulas de direção defensiva, para ajudar na preparação dos novos motoristas. Como o número de incidentes entre motoristas mulheres é menor, os seguros Auto Mulher geralmente oferecem franquias mais baratas em caso de colisão. Utilizando o mesmo modelo da Hyundai para uma mulher de perfil semelhante ao de um homem, o preço do seguro sai até 15% mais barato.

 

Como proceder em caso de sinistro?

Sinistro é o nome dado pelas seguradoras para as ocorrências em que há dano ao patrimônio segurado. No caso dos carros, é quando há uma colisão, acidente, roubo, furto, incêndio acidental, inundação ou queda de objeto sobre o veículo. 

Muitos motoristas não sabem como proceder quando se envolvem em um incidente desse tipo. O primeiro passo para a maior parte das ocorrências de sinistro é fazer um boletim de ocorrência. Se o incidente não tiver vítimas ou pessoas feridas, o boletim de ocorrência (B.O.) pode ser registrado pela internet. Em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, a Polícia Civil disponibiliza um serviço on-line para registro de ocorrências mais simples, como as de trânsito. Se essa opção estiver disponível na sua cidade, não é necessário ir a uma delegacia.

 

Roubo e furto

Se seu carro for furtado ou roubado, é importante descrever no B.O. o local, o horário e as características do crime. Além de evitar problemas futuros, caso seu veículo seja utilizado para a realização de crimes, o boletim de ocorrência será necessário para dar abertura no processo de sinistro. Com o número do B.O. em mãos, o segurado deve entrar em contato com a seguradora, por meio das centrais de atendimento ou pelo seu corretor, e comunicar o ocorrido. É importante que ele faça isso o mais rápido possível.

Se o veículo for encontrado danificado, a seguradora fará uma perícia para avaliar a dimensão do estrago. Caso o custo de reparo for superior a 75% do valor de mercado do carro, o segurado receberá a indenização total. Se for inferior, ele será indenizado de acordo com o tipo de seguro contratado. Em seguros de cobertura compreensiva, a seguradora fará o reparo do veículo e o segurado terá que pagar a franquia (valor acordado em apólice, que deve ser pago pelo cliente em caso de sinistro). Como já mencionado, o seguro de roubo e furto não tem cobertura para essa situação.

A partir da data de comunicação do roubo ou furto, a seguradora tem até 30 dias para compensar o segurado. Se o carro não for encontrado nesse prazo, vale o pagamento da indenização do valor de mercado do carro, ou o que está descrito na apólice.

 

Colisão quando o segurado é o causador

Se você acidentalmente causou uma colisão e precisa acionar o seu seguro para cobrir os danos causados, é recomendável pegar os dados dos veículos e motoristas envolvidos e registrar um B.O. A seguradora provavelmente não exigirá o documento, mas ele mostra que o responsável pelo incidente registrou oficialmente o ocorrido e assumiu a culpa. Comunique a seguradora e repasse todas as informações das pessoas e veículos envolvidos. Se for possível, fotografe todos os danos causados – isso ajuda a dimensionar os custos de reparo.

A partir daí, o segurado não deve ter mais dores de cabeça. Algumas corretoras de seguros oferecem o serviço de ajudar na comunicação com a seguradora, para solução dos sinistros – o IQ Seguros tem esse benefício, mas a maioria não tem a mesma preocupação com o cliente. Em geral, a seguradora indica oficinas credenciadas para realizar os consertos, e a cobertura para danos em veículos de terceiros não tem custo. O segurado só terá de pagar a franquia se seu próprio veículo necessitar de reparo.

É importante estar atento ao valor contratado para danos corporais e materiais a terceiros. Apesar de ser um dos itens que encarece o seguro, quanto maior for essa cobertura, menores as chances de ter problemas no caso de um sinistro. As seguradoras geralmente oferecem opções a partir de R$ 50.000, mas boa parte dos veículos rodando pelas capitais custam mais do que isso e não estariam totalmente cobertos. Já imaginou se você bate em um carro caríssimo e causa perda total? A diferença no custo da indenização seria cobrada de você.

 

Colisão quando o segurado não é o causador

Se um motorista bateu no seu carro, ou causou um acidente, saiba que a responsabilidade dos reparos é dele. Para determinar o culpado, é importante observar o que diz o código de trânsito. Em geral, os acidentes são causados pelo desrespeito às leis de tráfego. Caso o culpado decida assumir a responsabilidade de imediato e resolva acionar o seguro, você será o terceiro. Aqui vale a situação inversa da descrita acima: ele deverá comunicar a própria seguradora sobre o ocorrido. Fotografe os danos em seu veículo e, se possível, registre um B.O. 

Caso o motorista causador do acidente fugir do local, ou recusar-se a assumir o prejuízo, anote a placa e as informações do veículo. Faça o registro da ocorrência – o B.O. é um documento essencial, caso o motorista prejudicado queira acionar a seguradora do motorista responsável pelo acidente, ou caso seja necessário processá-lo na justiça. Juizados Especiais Cíveis, os chamados tribunais de pequenas causas, são os mais indicados para dar entrada nesse tipo de processo.

 

No caso de venda do veículo, o seguro é válido para o novo proprietário?

A resposta é não. O seguro auto tem como objetivo guardar o veículo, pois está atrelado às informações do condutor. Dados como o endereço de residência, idade e modo de utilização do carro e influenciam diretamente nos valores das apólices de seguros, por isso o novo proprietário precisará fazer uma apólice, que será baseada em seu perfil.

Se o proprietário trocou de carro, e o veículo anterior já era segurado, ele pode fazer o chamado endosso. Na prática, o endosso permite que o cliente insira as informações do novo veículo na apólice já vigente e pague a diferença de custo (ou receba parte do valor de volta, caso o seguro do carro comprado for mais barato que o do vendido).

O endosso é recomendado para quem contratou o seguro há pouco tempo, já o pagou, e ainda teria alguns meses de vigência da apólice. Mas antes de escolher, vale a pena simular o preço de um novo seguro e comparar com o custo do endosso.

 

É confiável contratar um seguro online?

Sim. O importante é verificar se a corretora, online ou não, é autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A consulta pode ser feita na página desta instituição.

A diferença entre uma insurtech (como são chamadas as corretoras que ofertam os seguros online) e uma corretora tradicional é somente a forma de venda do seguro para o cliente. O processo online geralmente é mais rápido e requer menos etapas. O cliente preenche os dados em um formulário no site da corretora, recebe a cotação ao fim do processo e pode fazer a contratação imediatamente pela internet mesmo.

O IQ Seguros desenvolveu uma ferramenta de comparação que encontra o melhor seguro entre as principais marcas do mercado brasileiro. “Ainda existe muita confusão e desconhecimento sobre seguros no Brasil. Não deveria ser assim, porque é um produto relativamente simples”, diz Antonio Rocha, CEO do Grupo IQ .“O objetivo do IQ Seguros é ajudar nossos clientes a escolher o melhor seguro de forma rápida, fácil e transparente, buscando sempre a cobertura mais completa, o melhor pacote de benefícios e o preço mais justo.”