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O retorno do incrível Toyota GT-One a Le Mans 20 anos depois – com o mesmo piloto

A cada dois anos o Automobile Club de l’Ouest organiza a Le Mans Classic, que celebra a história da mais emblemática corrida de longa duração do planeta. Pense nela como ma versão retrô das 24 Horas de Le Mans, com o grid formado por todos os tipos de carros e grandes pilotos que marcaram as 86 edições da prova no Circuito de La Sarthe.

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Você sabe que uma corrida é icônica quando todas as “eras” que ela teve ao longo das décadas são repletas de carros lendários. Nos anos 1930 eram carros especiais da Bugatti e da Bentley. Nos anos 50, esportivos da Jaguar e da Aston Martin, como o D-Type e o DB1. Nos anos 60 e 70, os protótipos da Ford, Ferrari e da Porsche. Nos anos 80, os heróis de Le Mans eram os incríveis protótipos do Grupo C, como o Porsche 962, o Jaguar XJR-9 e o Mazda 787B. E, nos anos 90 e 2000, os monstros da categoria GT1 – que, em verdade, também eram protótipos, mas tinham versões de homologação para as ruas. Carros como o Nissan R390 GT1, o Porsche 911 GT1, o Mercedes-Benz CLK GTR… e o astro de hoje – o Toyota GT-One.

Os resultados do Toyota GT-One (cujo nome ofical era Toyota TS020, em linha com a nomenclatura da fabricante para protótipos) foram apenas medianos em Le Mans. Em cada uma das edições que o carro competiu – 1998 e 1999 – foram inscritos três carros. E, em ambas apenas um deles chegou ao final – com o mesmo trio, formado Keiichi Tsuchiya (sempre ele!), Ukyo Katayama e Toshio Suzuki, nas duas. Em 1998, ano em que o Porsche 911 GT1 foi o vencedor, o GT-One terminou a prova na 9ª posição. Em 1999 o vencedor foi o BMW V12 LMR, que se enquadrava na recém-criada categoria LMP. Já o GT-One ficou em segundo na classificação geral, porém venceu na categoria que sucedeu a GT1, a LMGTP.

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Isto posto, mesmo sem uma vitória geral, o Toyota GT-One é um poço de carisma – por duas razões. A primeira, e mais óbvia, foi sua aparição em Gran Turismo 2, lançado em dezembro de 1999 e estava disponível tanto na versão de competição quando no modelo de homologação. Tanto que, mesmo que a Le Mans Classic tenha acontecido já há mais de dois meses, achamos mais do que justo mostrar seu retorno ao Circuito de La Sarthe durante o evento. Porque foi nada menos do que épico.

O carro foi pilotado pelo francês Emmanuel Collard, que reencontrou o Toyota GT-One duas décadas depois de ter conduzido o carro em 1998 e 1999. Collard dividiu o volante com o britânico Martin Brundle e o francês Éric Hélary em 1998. Em 1999, Hélary deu lugar ao italiano Vincenzo Sospiri.

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Em ambas as ocasiões a participação do GT-One nas 24 Horas de Le Mans foi marcada por problemas técnicos e acidentes. Na corrida de 1998, embora tenha conseguido uma excelente classificação, largando em 2º (atrás apenas do Mercedes-Benz CLK GTR), o carro #28 conduzido por Collard sofreu um acidente na volta 191, já bem depois da metade da prova, e foi forçado se retirar.

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Já em 1999 o GT-One de Collard largou em primeiro – uma feliz coincidência com o #1 estampado na carroceria. Atrás dele vinha o carro #2, com o trio composto pelo belga Thierry Boutsen, o alemão Ralf Kelleners, e o britânico Allan McNish. A terceira posição no grid ficou com o BMW V12 LMRParecia uma corrida extremamente promissora, praticamente já ganha para a Toyota. Mas não foi assim: já na 90ª volta o carro #1 teve um pneu furado, e a explosão acabou danificando a carroceria de forma irreversível.

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O mesmo aconteceu com o segundo carro, por volta da metade da corrida – de forma ainda mais grave, porque a explosão causou um acidente que destruiu o carro. O terceiro carro, de Keiichi Tsuchiya, poderia ter brigado até o fim pela liderança, mas foi forçado a fazer um pit-stop na última hora da corrida… para trocar um pneu furado. Acabou ficando em segundo, o que garantia a entrada automática da Toyota nas 24 Horas de Le Mans de 2000 – exceto que a fabricante decidiu deixar Le Mans após 1999.

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O visual distinto do Toyota TS020/GT-One é parte do seu apelo, sem dúvida – a dianteira baixa, os para-lamas elevados, o bico no capô, a traseira longa e quase plana, o cockpit em forma de bolha. É um desenho quase atemporal, extremamente contemporâneo mas, ao mesmo tempo, indubitavelmente noventista. Mas o design não é a única coisa que ele tem de incrível. Seu motor era um V8 biturbo de 3,6 litro derivado daquele utilizado pelos protótipos da Toyota em Le Mans anos antes.

O vídeo gravado no Le Mans Classic com Emmanuel Collard acaba sendo a melhor oportunidade de ouvir o V8 denominado R36V com total clareza. Com 610 cv a 6.000 rpm e 66,2 mkgf às mesmas rotações e câmbio manual eletro-hidráulico de seis marchas (levando a força para as rodas traseiras), o GT-One foi o carro que atingiu a velocidade mais alta e que deu a volta mais rápida nas duas edições em que correu.

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Em 1998 a volta mais rápida da corrida, 3:41,809, foi registrada pelo GT-One – que também marcou 345 km/h ao final da Hunaudières. Em 1999, Collard conquistou a pole com 3:29,930. A volta mais rápida durante a corrida foi de 3:35,052, e a velocidade no fim da reta foi de 352 km/h.

A Toyota mantém seis dos sete GT-One feitos sob seus cuidados, exceto pelo carro que foi destruído em 1999. Isto inclui a versão de rua feita para homologação e o carro que foi convertido para uso nas ruas – que jamais rodou.

Com o novo regulamento que colocará hipercarros no WEC a partir de 2020, há uma ponta de esperança por um retorno da Toyota a Le Mans com um modelo especial – mas nada ainda foi confirmado. Por ora, o GT-One permanece como o último de sua espécie.

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